quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

NOSSA IMPRENSA É RENTÁVEL?

Por favor, sintam-se devidamente provocados.
Se estou legislando em causa própria? Não tenham menor dúvida! Sou absoluta e assumidamente tendencioso. Mas, reflitamos se Controle Social da Imprensa (seja la o que isso venha a significar) não deve ser algo diferente de controle da liberdade de expressão e/ou de censura?


Stephen Kanitz - Artigos e Comentários
http://blog.kanitz.com.br/

NOSSA IMPRENSA É RENTÁVEL?

Muitos donos de jornais estão preocupados com o tema Controle Social da Imprensa, defendido por vários membros do PT, mas como já discutimos aqui, a questão que os donos de jornais e revistas deveriam estar preocupados é com sua rentabilidade a longo prazo.

Se não se tornarem REALMENTE rentáveis nos próximos anos e pagarem bons salários, seus próprios jornalistas irão defender a estatitazação da imprensa, para garantir a sua sobrevivência, e não a dos patrões. Muitos jornais e revistas passaram por processos de reestruturação nos últimos anos, quase quebraram, mas agora acham que estão bem. Digo acham, porque resolveram o problema financeiro de curto prazo, não o problema de rentabilidade a longo prazo.

A rentabilidade da imprensa atualmente, é calcada em 5 pontos críticos:
Boa parte das informações são fornecidas graciosamente por inúmeros voluntários, pessoas competentes que têm algo a dizer, que se dispõe a passar horas passando informações preciosíssimas a jornalistas, sem nada receber em troca.

Se colocarmos o valor do tempo destes cientistas políticos, economistas e advogados que dão entrevistas ou informações de graça, a imprensa estaria provavelmente no vermelho. A imprensa deveria pagar pela informação? Sim, pelo menos para compensar o tempo do entrevistado, para que ele não deixe de estar disponível quando o jornal quer. A Revista Exame, 30 anos atrás, inovou criando um departamento de análise de empresas, Melhores e Maiores, e a Folha criando o Data Folha. Mas isto são raridades.

Antigamente era um prazer dar uma entrevista de graça, porque o jornalista, bem pago, colocava nossas ideias de uma forma fantástica, colocavam ênfase quando era necessário, colocavam as ideias na ordem certa, enfim, acrescentavam valor ao nosso tempo. Dava prazer ler o texto final, "nem parece que fui eu quem disse isto". Hoje, nem todos aqueles que têm informações valiosas querem dar entrevistas à imprensa para jornalistas jovens e sem experiência. A chance de sua ideia sair errada, equivocada, deturpada é grande, e o prejuízo enorme. Pedir para corrigir o texto é pecado fatal, jamais o faça. Controle de qualidade não é um conceito usado na imprensa.

O Presidente da Phillips perdeu seu emprego porque depois da entrevista, tomando café, disse que se o Piauí não existisse, o Brasil não perderia muito mercado, ou algo nesse sentido, como exemplo de alguma outra ideia que estava comentando. Antigamente, o jornalista perceberia o deslize e que não era uma informação valiosa, comparada com as outras mais importantes ditas na entrevista. Mas foi o que saiu publicado, acabando com sua carreira.

Ninguém que tem algo a dizer quer dar entrevistas hoje em dia, devido a eventos como este que eu relatei. Existem até cursos de Midia Training, onde se ensina a "dizer o mínimo possível", "somente o essencial". Se você é dono de um jornal, um bom exercício seria calcular o valor de todo este tempo grátis, ao valor de mercado, e verificar se de fato o jornal acrescenta valor, ou não. Jornal baseado em voluntariado, deveria ser uma ONG sem fim lucrativos, e se não tomarem cuidado, é neste sentido que o Controle Social da Imprensa irá caminhar, com excelentes argumentos para convencer o Legislativo.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Comparação entre Lula e FHC segundo The Economist.


A ascensão econômica do Brasil é o tema da capa, de um editorial e de um especial de 14 páginas da edição desta semana da revista britânica The Economist, divulgada nesta quinta-feira.

Intitulado Brazil Takes Off ("O Brasil Decola", em tradução literal), o editorial afirma que o país parece ter feito sua entrada no cenário mundial, marcada simbolicamente pela escolha do Rio como sede olímpica em 2016.

A revista diz que, se em 2003 a inclusão do Brasil no grupo de emergentes Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) surpreendeu muitos, hoje ela se mostrou acertada, já que o país vem apresentando um desempenho econômico invejável.

A The Economist afirma também que o Brasil chega a superar outros Bric. "Ao contrário da China, é uma democracia, ao contrário da Índia, não possui insurgentes, conflitos étnicos, religiosos ou vizinhos hostis. Ao contrário da Rússia, exporta mais que petróleo e armas e trata invetidores estrangeiros com respeito."