segunda-feira, 20 de junho de 2011



Não que me surpreenda, mas não é que o tal do “Forró de Plástico” virou, literalmente, um caso de polícia? Ao ler a matéria abaixo fiquei imaginando se o tal Vicente Nery não seria um daqueles que pergunta se tem rapariga na platéia, antes de começar a cantar. Será que apela para o palavrão explícito e grita desesperadamente enquanto canta (canta?) suas músicas medonhas; aquelas mesmas onde as mulheres são tratadas como prostitutas vulgares, os homossexuais são fruto de todo tipo de chacota, as pessoas da raça negra são desrespeitadas torpemente, a relação sexual entre duas pessoas é mostrada de uma forma virulenta, etc, etc, etc...
Ora, o que este vocalista fez foi extamente aquilo que ele e seus colegas estão absolutamente acostumados a fazer – xingar aqueles que consciente ou inconscientemente se prestam a ouvi-los. Claro, não concordo que alguém suba no palco para agredir quem quer que seja, mas... quem com forró de plástico fere, com xingamentos será ferido.







Policial
Vocalista de banda de forró é detido após trocar ofensas com público, desacatar autoridades e resistir a prisão. Karoline Zilah




O vocalista da banda Cheiro de Menina, Vicente Nery, foi detido e levado para uma delegacia na madrugada do sábado (18), depois de se desentender com pessoas que assistiam ao show no município de Nova Olinda, no Sertão paraibano. De acordo com o delegado Cristiano Santana, a Polícia Militar acusa o artista de desacato, resistência à prisão e ato obsceno.
A confusão aconteceu em meio ao show da banda cearense. De acordo com a Polícia Militar, um homem apresentando sinais de embriaguez estaria próximo ao palco fazendo gestos obscenos e provocando o vocalista. Vicente Nery teria parado o show diversas vezes para responder às provocações.
Conforme o delegado, os policias militares disseram que retiraram o espectador da praça, mas ainda assim o artista teria continuado descontrolado. Ele recebeu ordem de prisão, mas resistiu à força policial.
O show foi interrompido e Vicente Nery foi levado para a delegacia de Polícia Civil de Itaporanga, onde assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) se comprometendo a se apresentar à Justiça para esclarecer os fatos. Mesmo residindo em Fortaleza, ele deverá comparecer a uma audiência no fórum de Santana dos Garrotes.
O delegado Cristiano Santana explicou que a Polícia Civil ainda está em fase de diligências, à procura do homem que iniciou a confusão no público. "Ele gerou um tumulto, uma confusão generalizada. Portanto, estamos trabalhando no sentido de identificar as outras pessoas que estavam na plateia para intimá-las", comentou.

sábado, 18 de junho de 2011

SOBRE O 5º BEATLE.




Se não fosse cientista político e professor, gostaria de ser jornalista. Não é a toa que trabalho junto à imprensa fazendo minhas análises sobre a conjuntura político-eleitoral brasileira. Sendo assim, acompanho o trabalho de alguns jornalistas buscando informação, claro, e um pouco de inspiração. Um deles é Geneton Moraes Neto que com suas entrevistas e livros sempre me fornece material para meu trabalho e/ou diversão.
Esta matéria eu retirei do site dele: www.geneton.com.br



O DIA EM QUE O QUINTO BEATLE ME CONTOU UM "SEGREDO"



Como se dizia antigamente, "direto ao assunto": tive a chance de ouvir do "Quinto Beatle", o super-produtor George Martin, qual é o segredo que explica a imbatível performance da dupla de compositores Lennon-McCartney.




George Martin e a dupla - Aos fatos:


1) assim que começou a trabalhar com os Beatles, Martin descobriu que a melhor tática para garantir a qualidade das músicas seria incentivar ao máximo a competição - que já existia - entre Lennon e McCartney. O esquema "maquiavélico" deu certo. Certíssimo. Como George Martin aplicou esta tática? (Já,já, daqui a dois parágrafos, ele dirá).




2) meses antes de morrer, ao receber a visita de Martin em casa, no edifício Dakota, em Nova York, John Lennon fez a Martin uma confissão que resume a obsessão do ex-beatle com a qualidade musical - uma bela virtude num compositor pop.




A gravação completa do depoimento de Martin - colhido na igreja que ele transformou em estúdio, em Hampstead, no norte de Londres, em 1998, para o programa "Milênio"(Globonews) - repousa numa prateleira do Centro de Documentação da Rede Globo, o Cedoc. O repórter sai de cena. Passa a palavra para o Quinto Beatle, num depoimento agora publicado pela primeira vez:




"Os Beatles, no começo, não eram grandes artistas. Eram jovens muito inteligentes que, no entanto, não demonstravam sinal algum de que poderiam compor boa música. Não vi evidência alguma de que seriam bons compositores. A primeira vez que soube dos Beatles foi quando Brian Epstein, empresário do grupo, trouxe uma gravação para o meu escritório. Era horrível. Pude entender por que todos tinham dito "não" a eles. O melhor que poderiam me dar era "P.S.I Love You". Não era uma música muito boa. Copiaram o que ouviam dos Estados Unidos, mas também aprenderam o ofício bem depressa. A combinação entre John e Paul era bastante interessante, pelo seguinte: tínhamos, ali, dois jovens muito talentosos. Cada um de um jeito, os dois eram músicos e compositores muito bons - que trabalhavam juntos, numa espécie de competição: cada um tentava superar o outro. Um subia nas costas do outro o tempo todo. Quando comecei a trabalhar com os Beatles, logo no primeiro ano,depois que eles gravaram "Please, Please Me", eu disse: Senhores, este é o primeiro sucesso.. Propus um desafio: Agora, tragam-me algo melhor!. Os dois voltaram com "From Me To You" - que era boa. Depois, me trouxeram "She Loves You", melhor ainda. Em seguida, "I Wanna Hold Your Hand",fantástica! A cada vez, compunham algo diferente da anterior. Não era como "Guerra nas Estrelas I", "Guerra nas Estrelas II", "Guerra nas Estrelas III". Davam um tratamento original. Digo que esta curiosidade e este esforço para transpor o horizonte é que caracterizaram o pensamento de John e Paul. Isso é que os fez tão bons! Sempre tentavam melhorar, sempre tentavam ser mais originais. Perguntavam-me: "Que som podemos ter? O que é que você pode nos dar? O que é que não sabemos ainda? Ensine!".
Isso é que os tornou excelentes".


"O meu último encontro com John Lennon foi no Edifício Dakota, em Nova York, onde ele morava. Jantamos, meses antes de ele morrer. Yoko não interferiu. Ficou quieta a noite toda. John e eu ficamos, então, conversando sobre o nosso passado. Não tínhamos planos de trabalhar juntos. Eu tinha meus projetos, John tinha os seus. Eu não tinha intenção de voltar a trabalhar com ele. Mas falamos de nossas gravações. John se virou e me disse: "Quer saber? Se eu pudesse, gravaria de novo tudo o que fizemos!". Eu respondi: "Você não pode estar falando sério! Eu detestaria gravar tudo de novo, porque seria maçante". Mas John me disse que poderíamos fazer tudo ainda melhor. Isso foi extraordinário!"

Posted by geneton at julho 7, 2007 05:23 PM