segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O APEDEUTA TAUTOLÓGICO

A juventude envelhece, a imaturidade é superada,
a ignorância pode ser educada e a embriaguez passa,
mas a estupidez dura para sempre”. Aristófanes

Exercitando meu livre e democrático direito de fazer escolhas e torná-las públicas, contribui para a divulgação do manifesto “A UEPB vive um Novo Tempo! Mas o CEDUC, o que quer?” e da Carta Programa da chapa Democracia, Participação e Transparência, composta pelos professores Alberto Edvanildo e Valnisa Carneiro que com clara convicção, confiança e otimismo apóio na disputa para direção do CEDUC.

Afirmei, na mensagem eletrônica em que enviava os citados documentos, que esta não é uma eleição qualquer, por representar chance sem igual de mudarmos o CEDUC e vê-lo no trilho do processo de mudanças que a UEPB experimenta. Dizia ser este o momento de encerramos o atual ciclo de descompromisso para com o CEDUC.

Até o reino mineral sabe do meu profundo desagrado pela forma leviana, descompromissada e oportunista como esta atual direção do CEDUC o administra. São os mesmos procedimentos utilizados na Associação dos Docentes da UEPB. Os responsáveis pelos desmandos no CEDUC são os que se utilizam da ADUEPB para alavancarem interesses mais comezinhos. Por isso foram contra os interesses da categoria, como vimos quando da discussão e aprovação do nosso revolucionário Plano de Cargos, Carreira e Remuneração – PCCR.

Em outros artigos expus opiniões que compartilho com outros que, igualmente, se colocam frontalmente contra este estado de coisas deploráveis que vemos no CEDUC. Sempre esperei que o atual diretor, e candidato a reeleição, prof. José Cristovão Andrade respondesse às questões e criticas que colocava. Torcia para que ele aceitasse o debate franco, democrático, onde idéias são expostas e defendidas. Desejei com convicção que ele respondesse aos artigos que publiquei. A cada um deles que propalava, ansiava por réplicas e refutações. Óbvio, esperava respostas num nível intelectual, dentro dos parâmetros acadêmicos que todos devemos seguir.

Mas, qual foi minha surpresa quando às vésperas da eleição o prof. Andrade resolveu responder! Com a tautologia tacanha de sempre, reproduziu a prática de que se utiliza pelos corredores da Universidade. Fiel ao seu estilo apedeuta, desfiou um sem número de acusações a todos nós que somos agentes das mudanças em toda a UEPB. Afirmou que nossa chapa representa (SIC): “atraso, empreguismo, retrocesso, omissão, silêncio, ensino pago, nepotismo do trio pré histórico que os apoia, babação, descompromisso com o centro”. Prof. Andrade deve ter-se colocado a frente do espelho para poder retratar tantas (in)qualificações. Deve, eu assim espero, estar enfrentando um processo crítico endógeno, pois enxerga exogenamente aquilo tudo que pauta sua prática político-acadêmica. Com a palavra, os psicólogos.

Tratou-me por Sr. (coisa que dispenso) e asseverou que fui “expulso do DHG pelos alunos” (???). Continuo lotado neste departamento estando, neste momento, liberado para cursar o doutorado, em que pese tentativas em contrário empreendidas pelo meu detrator. Também desconheço que alunos tenham poderes para expulsar um professor do seu departamento, mesmo que alguns poucos tenham se deixado usar para este e outros fins ignóbeis.

Prof. Andrade alcunhou-me de “figura estranha”. Mesmo não sabendo bem o que ele quis com isso dizer, não achei ruim. Fui ao dicionário e descobri que por estranho entende-se o desusado; anormal; esquisito; excêntrico; etc. Ficaria preocupado se o prof. Andrade me visse como normal. Em relação a tudo o que ele representa e faz, quero mesmo ser um estranho.

Declarou que sou (SIC) “eterno na crise de identidade profissional”. Conheço as contundentes deficiências acadêmicas do prof. Andrade, mas não esperava que ele desconhecesse os significados, para o nosso meio, da palavra interdisciplinaridade. Não estou (nunca estive) em crise profissional apenas tratei de ampliar meus horizontes. Percebi que poderia ser mais útil a nossa universidade, e sociedade, se utilizasse ferramentas outras (além das que a História oferece) para desenvolver minhas atividades. Foi na Ciência Política que encontrei o equipamento necessário para tanto. Penso, inclusive, que ele deveria fazer o mesmo, pois seu projeto (individual e personalista) de poder é frágil, ineficaz e está em vias de ser definitivamente rechaçado pela comunidade acadêmica.

A Ciência Política é uma área de conhecimento como outra qualquer que não tem nem a aura e nem a pecha que equivocadamente ele alterna em atribuir. Dedica-se ao estudo dos fenômenos políticos das sociedades atuais, calcada em uma sólida base metodológica de pesquisa, se é que você me entende, prof. Andrade. Ela pode ser usada para indicar qualquer estudo dos fenômenos e das estruturas institucionais políticas que, óbvio, deve ser apoiado em argumentos racionais e num cuidadoso exame dos fatos. É só lembrar de Webber que dizia que a ciência nos proporciona método e alguma previsibilidade.

Sabe o que significa ocupar-se cientificamente da política, prof. Andrade? Não se render às opiniões e crenças vulgares. Não formular juízos imprecisos ou inverídicos. É preciso, caro professor, estudar o poder - essa força ancestral que induz os homens às disputas por fins diversos. Mas, lembro-lhe, não adianta pen­sá-lo como nós gostaríamos que fosse, mas como realmente o é. E aqui, fatalmente, você encontrará a elaboração maquiaveliana, onde a política tem uma ética própria que pode ser direcionada para conceitos amplos, que escapam à moral das convicções humanas, e podem até justificar conflitos. É isso que você tem feito prof. Andrade?

Por fim, lembrando Hanna Arendt, o sentido da política é a liberdade. Fazer política significa buscar o respeito à liberdade, a pluralidade de idéias e o bem comum. Sem isso cairemos no precipício daquelas (in)qualificações que o prof. Andrade enumerou. É por isso que nos batemos. E é por isso que clamamos à comunidade acadêmica do CEDUC para a mudança e para referendar o projeto liderado pelo Prof. Alberto Edvanildo.

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