terça-feira, 14 de janeiro de 2014

E MINISTÉRIO VAI PARA? PARTE II.


Ontem eu afirmei que o cenário das eleições na Paraíba pode sofrer alterações de acordo com os rumos que a reforma ministerial da presidente Dilma venha a tomar. O prazo de validade dessa reforma é o dia 30 de janeiro. Depois disso o vinho vira vinagre. Com essa reforma, a Paraíba pode vir a ter dois ministros em dois ministérios de primeira grandeza. Além de Aguinaldo Ribeiro, no Ministério das Cidades, existe a possibilidade do Senador Vital Fº ir para o Ministério da Integração Nacional. E é por isso que o PMDB vem se batendo a cerca de três meses. Mas, o ministro Aguinaldo Ribeiro ainda terá que se desincompatibilizar, pois ele precisa se candidatar a deputado federal para poder voltar ao ministério em 2015, se Dilma for reeleita.

Mas, ainda existe a possibilidade do próprio Aguinaldo Ribeiro permanecer no ministério das cidades. Seria a estratégia do governo federal para impedir que o PMDB venha a colocar as mãos em seu quinto ministério. Sem contar que não deve ser nenhum castigo para o PP permanecer na pasta das Cidades. O fato é que a presidente Dilma, Lula e o PT dividiram os ministérios entre os seus aliados de forma a manter bem oxigenada a atual super coalização de governo. É desde o governo de José Sarney que a estrutura ministerial da União é dividida. No Brasil, os cargos são distribuídos com os partidos aliados em nome da tal governabilidade. É que o apoio de um partido vale pelos ministérios que ele ocupa.

Os partidos lidam com os ministérios da mesma forma que os donatários da Coroa Portuguesa lidavam com as capitanias hereditárias lá no início do processo de nossa colonização. Tomavam posse dela e aí daquele que tentasse toma-la. Agora, o que vemos, são os partidos aliados ao governo federal se estapeando para ver que mais ocupa ministérios. A pasta da Integração Nacional virou objeto de desejo dos caciques políticos de vários estados, a exemplo de Vital Fº e de Ciro Gomes. A presidente Dilma tem que tomar uma importante decisão. Desde já é bom lembrar que, ao final da novela da reforma ministerial, alguns vão rir e outros vão chorar. Dilma trabalha para ver poucos chorando e muitos sorrindo.

 
Mas, isso não é fácil, pois as demandas são sempre muito altas e os recursos são sempre diminutos. A decisão de Dilma gira em torno de se dar ou não mais espaços de poder para o PMDB e de agradar novíssimos aliados como o PROS. A presidente resiste em nomear o senador Vital Filho pelos receios que tem de se tornar cada vez mais refém do PMDB e pelo fato de que a imprensa nacional tem levantado alguns problemas éticos que impossibilitariam a indicação de Vital Filho. Enquanto a presidente pensa com seus botões, os partidos se batem furiosamente. Nessa luta, por mais espaços de poder, nas eleições de outubro, vale tudo. Como diria o inefável ACM: “abaixo do pescoço, tudo é canela”.

Tendo o PMDB de um lado e o PP e o PROS do outro, o “ultimate fighting combat” dos atores e partidos políticos não é algo para nos orgulharmos. Eles brigam para ver quem terá a melhor estrutura para as eleições, oferecida pelo Estado brasileiro, claro. Os partidos sabem que estar à frente de ministérios, como das Cidades e da Integração, é uma forma de turbinar projetos eleitorais, pelos Estados, e de aumentar as chances deles montarem numerosas bancadas no Congresso Nacional. É o tamanho da bancada, que cada legenda tem no Congresso, que define desde a cota do fundo de financiamento das siglas, passando pelo tempo no rádio e na TV, até o espaço que cada um vai ter no governo formado a partir do resultado das eleições.

Nessa disputa pelos ministérios acontece de tudo. Até acusações de sabotagem na liberação de emendas ao orçamento. O PMDB afirma que o PP, que comanda o Ministério das Cidades, barrou dinheiro para seus parlamentares. O PP e o PROS querem a Integração Nacional para ficar com três ministérios. O PMDB quer a pasta para reafirmar seu poder no governo federal. E é bom lembrar que a indicação do senador Vital Fº é um ato quase unilateral do presidente Renan Calheiros.

O PP afirma que só vai apoiar a candidatura de Dilma se ficar com a Integração Nacional, além do Ministério das Cidades. O PMDB até aceita abrir mão da Integração, desde que o PP entregue a pasta das Cidades. As lideranças do PMDB dizem, ainda, que estam dispostas a dar, de troco, o Ministério do Turismo para o PP. Renan Calheiros alega que a Integração e o Turismo não possuem a execução orçamentária da Pasta das Cidades. O deputado Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, disse que: “se o PP quiser fazer a troca, está feito”. Às vezes, tenho a impressão que eles estam negociando a compra e venda de um imóvel ou de um automóvel.

Enquanto isso, nós, aqui na pequena e heroica Paraíba, esperamos para ver quem dá mais. É que nunca antes na história desse Estado, uma eleição foi tão dependente das questões político-eleitorais nacionais.

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