Pesquisa
do Datafolha de 26\5 trouxe Lula (PT) com 48% e todos os outros candidatos, que
pontuaram, somando 40%. Assim, Bolsonaro (PL) tem 27%, Ciro Gomes (PDT) tem 7%,
André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB) têm 2% cada, Pablo Marçal (PROS) e
Vera Lúcia (PSTU) têm 1% cada. A nanica de sempre - Felipe D’Ávilla (Novo),
Luciano Bivar (União), Santos Cruz (Podemos), Leonardo Péricles (UP), Eymael
(DC), Sofia Manzano (PCB) - não pontuou, se é que vai.
Esperava
que Tebet, a 3ª via da vez, e Ciro, após o “debate” com Gregório Duvivier,
aparecessem pontuando melhor na pesquisa, pois Dória desistiu e já foi cuidar
de sua vida empresarial. Mas, Tebet segue com seus 2 pontinhos de sempre e Ciro
segue caindo, mesmo que ainda acredite que vai ao 2º turno. Talvez, numa
eleição em Paris, ele possa ser eleito.
Onde foi
parar os 3% de Dória? Se não foi para Lula, muito menos para Bolsonaro, se
evaporaram entre as tapas, lágrimas e beijos derramados pelo grã-tucanato
paulista? Lula cresceu ainda mais nessa pesquisa Datafolha. Se forçarmos a
margem de erro, de 2 pontos percentuais, para cima, ele pode bater nos
50%. Estou otimista? Sim! Mas, caldo de galinha e cautela...
O
“timing” político nada democrático, bastante autoritário, mostra Bolsonaro em
desespero, pois sabe que perderá a eleição e que pode terminar preso junto com
seus filhos. O que ele ainda poderá fazer para manter a fidelidade bovina de
seus seguidores? Mesmo com sua desprivilegiada capacidade cognitiva, Bolsonaro
entendeu que piadinhas no cercadinho, motociatas e “amizade” com centrão não
resolvem mais a situação, pois o povo não o aguenta mais e quer mudanças.
Para
Bolsonaro, resta um golpe de Estado que o mantenha no poder. Mas, quem o daria?
Parte considerável do conglomerado golpista de 2016 se reconverteu aos
procedimentos democráticos, leia-se eleições. Não que isso signifique algo
palatável, pois o conglomerado é golpista por definição e serve-se da
democracia apenas em situações pontuais. Em tempo, o conglomerado é composto
por amplos setores dos três poderes, pela mídia corporativa, pelas Forças
Armadas, por ramos do cristianismo (neopentecostais e católicos ultra
conservadores), pelos donos do grande capital, pela classe média que pensa como
a burguesia, etc, etc, etc...
Para ter
um golpe que possa chamar de seu, Bolsonaro tem que melhorar nas pesquisas para
poder legitimar o discurso (falso) da fraude eleitoral. Se conseguir perder por
uma pequena margem, pode até mesmo estrebuchar que foi fraude, mas se perder
por uma grande diferença, e já no 1° turno, não terá como alegar fraude e dar
um golpe. Bem dito, os militares não terão como golpear as instituições para
atender aos interesses de um presidente humilhado nas urnas.
Desesperado,
Bolsonaro colocou a Polícia Rodoviária Federal para tocar o terror, matando
civis inocentes à luz do dia, para ter o que dizer para seus bovinos
seguidores. A ideia é manter o gado no cercadinho com o discurso de que
“bandido bom é bandido morto” e\ou de que está zelando pela segurança pública.
É bom lembrar que Bolsonaro sempre falou na morte como solução para todos os nossos problemas, por isso pôs suas milícias para atentar contra a vida do povo pobre e preto desse país. Essa matança indiscriminada é, também, uma vingança por causa dos resultados das pesquisas eleitorais. E é, ainda, uma forma de pôr medo na população e assim poder fazer o discurso do uso da força que acaba com a violência. O gado ainda acredita nisso!
O meu receio é que setores da esquerda achem que a eleição está ganha, que não precisa fazer mais nada, por ainda acreditarem que eleição é condição única e necessária para se ter democracia. É bom lembrar que a extremosa destra não para, está sempre armando alguma crueldade.