segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O assessor eletrônico







Em uma antiga canção, Gilberto Gil dizia que: “O cérebro eletrônico faz tudo, faz quase tudo, mas ele é mudo”. Dizia, ainda, que ele “... comanda, manda e desmanda, mas ele não anda”. Lembrei-me dessa música, belissimamente interpretada por Marisa Monte, a propósito da reinvenção de um antigo fenômeno da política que vem se reproduzindo nas redes sociais de forma avassaladora.



Eu falo de uma espécie de assessor político virtual. Isso mesmo! É aquela pessoa que tem uma profunda relação, que bem pode ser de completa dependência, com um político importante e/ou com o grupo ao qual venha pertencer este político. O assessor virtual não tem que obrigatoriamente ter um cargo que o coloque fisicamente próximo ao político que segue. Em geral, o assessor virtual tem um daqueles empregos que também são virtuais, se é que o caro ouvinte me entende.



O gabinete de trabalho do assessor virtual é seu próprio computador. Ele não precisa de mais nada para desempenhar suas funções. Basta entrar em uma dessas redes sociais e se por a postar mensagens onde, em geral, elogia o trabalho de seu chefe político. O assessor eletrônico faz tudo, ou quase tudo, pelas redes sociais. E, ao contrário do cérebro eletrônico de Gilberto Gil, ele não é mudo.


Na verdade, ele fala, fala muito, como diria aquele técnico de futebol. O assessor eletrônico não fala pelos cotovelos. Ele fala pelos seus dedos velozes. Que de tão ágeis conseguem andar mais rápido do que seu próprio cérebro. Deve ser por isso que volta e meia vemos barbaridades de toda sorte pelas redes sociais. Mas, o assessor eletrônico não comanda, não manda e muito menos desmanda. Ele só anda pelo seu teclado e pelas redes sociais. Ele é uma espécie de porta-voz virtual. Sua função é reverberar o que seu chefe anda pensando e fazendo.



Eu acompanho, pelo Twitter, alguns desses assessores eletrônicos. Bem dito, eu não os sigo, pois só me sinto confortável para seguir os que me dizem coisas relevantes que me fazem refletir. Na verdade, o que eu faço é acompanhar o dia-a-dia dos assessores virtuais para saber o que os políticos andam fazendo e o que eles andam dizendo por aí sobre, claro, as coisas da política. Mas, admito, eu me divirto com o comportamento dessa gente.







Semana passada, o prefeito Romero Rodrigues postou uma mensagem no Twitter dando conta que estava em Brasília, numa audiência com o Ministro das Cidades Aguinaldo Ribeiro, para agilizar a construção de moradia popular em Campina Grande. Através de uma simples mensagem, podemos saber o que o gestor de nossa cidade está fazendo. Não deixa de ser uma forma de praticar a transparência administrativa. Mas, o que me chama atenção é como os assessores virtuais se comportam diante disso.



No minuto seguinte a mesma mensagem começou a aparecer vinda de diferentes pessoas. Num espaço de 15 minutos eu contei a mesma mensagem sendo postada por 12 desses assessores eletrônicos. Interessante que todos reproduzem a mesmíssima coisa. Li 12 vezes seguidas: “Romero tem audiência com Aguinaldo para agilizar construção de casas em Campina Grande”. Sabe o que é mais engraçado? É que todos eles enviam a mensagem para, claro, todos os seus seguidores e para o próprio Romero Rodrigues.



É como se o nosso prefeito tivesse que ficar sendo o tempo todo lembrado do que ele próprio anda fazendo. Claro, o assessor virtual precisa mostrar para seu chefe político que ele está lá, firme forte, a cumprir seu papel de adulador virtual. Mas, o prefeito de Campina Grande não é o único a ter assessores eletrônicos. O governador Ricardo Coutinho, os senadores Cassio Cunha Lima e Vital Fº, para citar alguns, são detentores de um séquito infindável de lisonjeadores eletrônicos.



Quer ver um assessor eletrônico extremamente irritado? Poste uma critica numa rede social a um desses políticos. O bajulador eletrônico sai em defesa do seu chefe na mesma rapidez com que se quebra a barreira do som. Eu acho hilário tanta gente postando a mesma mensagem sobre as ações, do governo que apoiam, vem desenvolvendo.



É sempre a mesma coisa, parece que o gestor não tem assessoria de comunicação. O que será que essa gente ganha para passar o dia inteiro à frente do computador postando cada passo que um político dá? Um emprego? Um favor? Prestígio político? Um afago do governante? Ou todas essas coisas juntas?


A fidelidade política só é crível quando racional. Quando ela se torna canina, fica emocional, dai ela termina sendo uma dependência que não se tem como combater. Sabe de uma coisa? Eu vou terminar deixando de acompanhar essa gente.



Você tem algo a dizer sobre essa COLUNA ou quer sugerir uma pauta? gilbergues@gmail.com


AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.





terça-feira, 24 de setembro de 2013

COLUNA POLITICANDO ESTÁ DE VOLTA.











Gostaria de comunicar que voltarei a apresentar a COLUNA POLITICANDO no JORNAL INTEGRAÇÃO, pela CAMPINA FM (93.1), a partir da próxima segunda-feira, 30 de SETEMBRO.


Também, participarei de todo o JORNAL INTEGRAÇÃO analisando notícias, participando dos debates e das entrevistas, além do já tradicional bate-bola com o Jornalista Arquimedes de Castro.


Depois de um período de quase 4 meses, onde pude me dedicar a outras atividades, além de colocar leituras em dia e me reciclar como analista, estou de volta para o dia-a-dia da análise das coisas da política local, regional e nacional.


Dessa forma, voltarei a atualizar o “GILBLOG” diariamente. No http://gilberguessantos.blogspot.com.br/ é possível ler e ouvir novamente a COLUNA POLITICANDO do dia.


O Jornal Integração vai ao ar de segunda a sábado, das 6 às 8 da manhã, e é apresentado por Arquimedes de Castro e Geovanne Santos. NÃO PERCAM!!!