Começo este DO
QUE AINDA POSSO FALAR lembrando que “EU JÁ SABIA, QUE EU AVISEI!”, pois
insisti bastante, entre novembro e dezembro, que só teríamos paz se a extremosa
destra fosse retirada da frente dos quarteis. O fato é que o levante terrorista
em Brasília só aconteceu porque não controlamos o poder militar e porque,
claro, não somos uma democracia.
Um ditador precisa
de um fato histriônico para chamar de seu. Mussolini teve a “Marcha sobre Roma”,
Hitler teve o “Putsch da Cervejaria” e Donald Trump teve a “Invasão do
Capitólio”. Agora, Jail Bozo tem sua “Intentona Terrorista” com hordas da
extrema direita violentando a capital do país. É certo que fracassaram, mas os
danos e custos são muitos e graves.
A Globo insiste, em
seus editoriais, que a democracia venceu. Governo, Congresso e Judiciário
afirmam que as instituições estão funcionando e que nossa democracia é sólida.
Mas, devo lembrar, que a tragédia de Brasília só ocorreu porque não somos uma
democracia, mesmo que nos utilizemos de alguns procedimentos democráticos.
Se fôssemos uma
democracia consistente, Jail estaria preso desde quando elogiou um notório
torturador numa sessão do Congresso Nacional. Se a democracia tivesse realmente
vencido, a extremosa terrorista não teria atacado os 3 poderes da República!
SIMPLES ASSIM!
Se fôssemos uma
democracia efetiva as Forças Armadas não usariam prerrogativas, trazidas da
ditadura militar, para ancorar atentados terroristas. O fato é que o Exército deu
suporte ao bolsonarismo nazificado que acampou, não por acaso, em frente a seus
quartéis. De fato, existe uma cadeia de comando sobre os atos terroristas em
Brasília.
Existe uma
organização (criminosa) que se iniciou nos locais onde o “gado patriotário” se
aglomerou, passando, claro, pelos que bancaram essa festa macabra, e que foi
até o alto comando das Forças Armadas e de setores do mercado e do grande
capital. Será que é tão difícil entender isso?!
Achávamos que a
extremosa iria se enfraquecer e se desarticular. Mas a serpente golpista se
alimentava, nos acampamentos, com nutrientes vindos dos quartéis. Nos
divertíamos com memes e patacoadas patriotárias enquanto o ovo da serpente era
chocado nos acampamentos paramilitares Brasil afora. A serpente cresceu e virou
um monstro pronto para nos devorar.
Se tivéssemos um
efetivo controle sobre o poder militar, ele não se voltaria contra as decisões
que tomamos nas urnas. Isso só acontece por causa das tais prerrogativas
militares e dos entulhos autoritários, como o artigo 142 e a Lei da Anistia,
que o processo que nos trouxe da ditadura militar até aqui foi incapaz de
erradicar.
Quer um exemplo? A
insubordinação dos militares que, descumprindo ordens da justiça e do governo,
impediram que a polícia, não por acaso militarizada, retirasse a horda
terrorista do acampamento-mor em Brasília. Basta ver o comportamento pusilânime
do Ministro da Defesa para entender tudo. A leniência de José Múcio para com os
militares beirou a prevaricação.
A democracia perdeu mais uma batalha quando a extrema direita terrorista perpetrou esse doloroso golpe bem no coração da República. É certo que medidas foram tomadas, mas é preciso cortar a cabeça da serpente acabando com as prerrogativas militares e submetendo as Forças Armadas ao poder civil. É isso ou nunca teremos democracia, nem paz.
Para que o terror
não volte a agir contra nós, temos que expurgar, “desbolsonarizar”, as Forças
Armadas e as Instituições coercitivas. Temos que desmontar a tutela que os
militares exercem sobre nós. O que aconteceu em Brasília pode ser uma janela de
oportunidades para uma PEC que possa, por exemplo, reformular o Artigo 142,
impedindo que os militares atuem na política.
Janeiro\2023.
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