Quero mostrar, neste
DO QUE AINDA POSSO FALAR, que “desbolsonarizar” não é a mesma coisa de
“desmilitarizar”, mesmo que façam parte de um amplo projeto de DEMOCRATIZAÇÃO
da nossa sociedade, tão acostumada ao autoritarismo.
Após a 2ª Guerra
Mundial, os Aliados promoveram a desnazificação da Alemanha. Mas, para remover
os entulhos nazistas usaram líderes e funcionários da ditadura hitlerista. Como
podemos perceber, a desnazificação alemã não conseguiu pôr fim ao nazismo.
É que nem sempre o
veneno da cobra salva a vítima picada pela cobra. Não é à toa que, em dezembro,
a justiça alemã prendeu 25 terroristas de extrema direita que pretendiam
golpear o Estado alemão. E você aí pensando que é só no Brasil onde terroristas
dão golpe de Estado!
O passo inicial para
“desbolsonarizar” o Brasil foi dado quando vencemos Jail Bozo nas eleições.
Mas, foi só um passo. Este processo segue com a punição dos bolsonaristas que
atentaram contra a República. Como se diz por aí: ANISTIA É O... ENFIM!
Mas, o que vamos
fazer com o eleitorado bolsonarista? Temos que chamá-lo de volta à razão. Ele
têm que ser responsabilizado politicamente pelo 08\01 e têm que entender que o
apoio dado a um fascista criminoso, do quilate de Bolsonaro, é causa da
tragédia de Brasília.
Mas, somos uma
sociedade militarizada. O Exército entrou na política e se ocupou das questões
sociais desde que deu o golpe de Estado que proclamou a República. Nos 21 anos
em que nos governou militarizou a sociedade e as instituições para atender a
seus interesses.
O pacto que gerou a
tal da “Nova República” incluía manter prerrogativas pelas quais militares são
capazes de tudo, até se aliarem a um desqualificado como Bolsonaro, que tinha
claro projeto de tornar o Brasil uma ditadura. Então, o que é preciso fazer
para desmilitarizar o país?
Primeiro, as Forças
Armadas não podem agir como Poder Moderador da República, tal qual fazia Pedro
I no Império. Precisam saber que não pairam para acima e além do Estado. Na
verdade, as Forças Armadas precisam ser despolitizadas, deixar de se
comportarem como partido político e assumirem seu real papel que está, não por
acaso, na Constituição.
Temos indícios
promissores. Lula excluiu da Comissão de Anistia militares que foram postos lá
por Jail Bozo, exonerou do GSI militares comprometidos com o golpismo e
desinfectou bolsonaristas da PF e da PRF. É aqui que desbolsonarização e
desmilitarização se encontram.
Ao demitir o Gal.
Júlio César de Arruda do comando do Exército, aquele que impediu Flávio Dino de
mandar prender bolsonaristas terroristas, Lula sinalizou às Forças Armadas que
elas precisam se submeter ao poder político, afinal também precisam ser
desbolsonarizadas.
A Constituição
também precisa ser desmilitarizada. Seria bom modificar o tal Artigo 142, no
trecho que diz que cabe as Foças Armadas garantir os poderes constitucionais e
“por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. É que a lei precisa ser
clara e objetiva, não pode dar margens a interpretações, principalmente àquelas
que querem acabar com a democracia.
Este foi mais um “DO
QUE AINDA POSSO FALAR”
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