segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

CRÔNICA DE NATAL


Minha filha me perguntou se Papai Noel existe mesmo e se tem dinheiro para comprar todos os presentes que crianças do mundo todo lhe pedem.


Pensei bem e decidi que não iria ser o portador da má notícia, pelo menos não agora. Confesso, foi uma atitude cômoda, pois bem sei que a vida se encarregará de dar essa e outras tantas más notícias para ela.


Aderi ao “espírito de natal” e disse que Papai Noel existe para quem nele deseja (ou precisa) acreditar. Já sobre a saúde financeira de Babbo Natale disse que ele não foi, ainda, atingido pela crise econômica que assola o mundo. Mas, daí tive que explicar o que é essa tal crise e onde ficam os Estados Unidos e porque lá tem neve e faz frio.... Foi um festival de “porquês” que resolvi voltar ao início da conversa.


Mas, minha filha não sacia facilmente sua curiosidade e lançou outra questão difícil:
- Papai, porque os adultos desejam um monte de coisas boas para todo mundo no natal?
E eu:
- Well, well, Clara...
Fui sincero:
- Filha, não sei por que deixamos para fazer apenas no final do ano aquilo que deveríamos fazer pelo menos uma vez por mês.


O Natal é uma coisa engraçada mesmo, até os ateus comemoram o natalício de Jesus Cristo.


Muitos, que se sentem “obrigados” a viver nas modernas sociedades de consumo, racionalizam e dizem que a data é apenas uma invenção para acelerar as vendas. No entanto, atire a primeira pedra quem ainda não se refestelou das comidas e bebidas feitas para comemorar o genetlíaco de Cristo.


Aliás, diria minha filha, um aniversário não deveria ter bolo, velas, bolas, pipoca, palhaço e os “parabéns a você”? Acho que não. Quem vai comemorar 2008 anos deve ter uma festa diferente.


Enfim, e por via das dúvidas, Papai Noel virá sim trazer o presente de Clara. Ela até fez uma carta para ele. Pensei em mandar uma mensagem para
papainoel@santaclaus.com, mas, decidi ser tradicional e coloquei a missiva nos Correios.


São Nicolau virá sim trazer a bicicleta que ela encomendou. A única dúvida é como ele fará para entrar no nosso apartamento, pois não temos chaminé. E mesmo que tivéssemos, não tem espírito natalino que faça passar um homem tão gordo por um espaço tão pequeno. Sem contar que o portão da entrada fica fechado a partir das 22 horas.


Não tem jeito, ele virá pela varanda. Os quase 10 metros que nos separam do chão não devem ser empecilho para quem voa de trenó, puxado por renas, compra presentes sem ter dinheiro e vive na Lapônia cercado de duendes.


Enfim, que Papai Noel exista enquanto minha filha puder nele acreditar!


E, para todos, felicidades e que bons momentos aconteçam em profusão.

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