A Comissão da Verdade e da
Preservação da Memória da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) foi
oficialmente instituída nesta sexta-feira (19), em solenidade presidida pelo
reitor Rangel Junior, que assinou a Portaria de criação da comissão.
O ato aconteceu na Sala da
Universidade Aberta à Maturidade (UAMA), no Campus de Bodocongó, e contou com a
presença do vice-reitor Ethan Barbosa; do presidente da Comissão Estadual da
Verdade, Paulo Giovani Antônio Nunes; do chefe de Gabinete do Governador,
Waldir Porfírio; e do professor da UFCG, Fábio Freitas, também integrante da
Comissão Estadual.
Presidida pelo professor José
Benjamim, a Comissão terá o prazo de um ano para realizar os seus trabalhos,
dando sua contribuição para esclarecer os casos de abusos praticados contra
estudantes, professores e funcionários da UEPB no período da ditatura.
A comissão tem, ainda, como membros
os professores Edmundo de Oliveira Gaudêncio e Gilbergues Santos Soares; o
técnico administrativo da UEPB, Luan da Costa Medeiros e o estudante do curso
de Direito, Camilo de Lélis Diniz de Farias.
Na solenidade, o reitor Rangel Junior
observou que a escolha dos nomes para compor a Comissão teve critérios e levou
em conta, entre outros aspectos, a história e o comprometimento dos professores
e do estudante com a busca da verdade. Ele disse que não é fácil escavar a
história e trazer à tona episódios deprimentes envolvendo pessoas que foram
castigadas e torturadas pelo regime ditatorial. “No entanto, as novas gerações
precisam reencontrar essa história e lutar para que esse período não volte
mais”, frisou.
O reitor lembrou que na UEPB muitos
estudantes e professores foram vítimas dos abusos praticados pelos militares.
“No caso da UEPB, ainda na época da URNe, muitos estudantes foram vítimas de
atos arbitrários e queremos revirar os arquivos e resgatar esses fatos”,
destacou Rangel Junior. A ideia é contribuir com informações para o trabalho da
Comissão Estadual e a Comissão Nacional da Verdade.
Presidente da Comissão, o professor
Benjamim fez um relato histórico. Também lembrou que muitos professores e
estudantes da UEPB foram perseguidos e citou como exemplo o então presidente do
Diretório Central dos Estudantes (DCE), José Filho, que teve sua vida cerceada
pelos militares. “Vamos fazer um elo entre o passado e o presente, atualizando
dados para as novas gerações”, disse.
Voltando no tempo, Benjamim citou
como exemplo a intervenção feita pelos militarem em Campina Grande e que
desencadeou uma das grandes crises financeiras da UEPB, só superadas anos
depois, com a Estadualização. “A ditatura sangrou a então URNe, levando a
Instituição a atravessar uma crise histórica. Foi uma perseguição feroz”,
definiu.
O chefe de Gabinete do governador,
Waldir Porfírio, também mostrou a importância dos trabalhos que os membros da
Comissão terão nos próximos 12 meses. Como membro da comissão estadual, Waldir
citou alguns episódios envolvendo professores e estudantes da UEPB na época do
regime. Ele se dispôs a contribuir com a Comissão fornecendo, inclusive, o seu
arquivo pessoal para estudo dos membros.
O presidente da Comissão Estadual,
Paulo Giovani Antônio Nunes, destacou a importância dos trabalhos da UEPB para
esclarecer as violações do regime e também se dispôs a contribuir com os
membros da comissão, fornecendo documentos e relatórios de pessoas torturadas
pelo regime. Por sua vez, o professor da UFCG, Fábio Freitas, fez um discurso
efusivo e disse que as comissões surgiram para fazer justiça à história,
começando pelas lutas memoráveis que resultaram na Lei da Anistia.
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