Neste DO QUE AINDA POSSO FALAR direi se Bolsonaro cairá antes de
completar a metade de seu descomposto e fétido governo. Na verdade, a questão
não é se, mas quando e, principalmente, como cairá quem
nunca deveria ter sido eleito. Que este estercoso governo vai cair até a malta bovina, que frequenta o
“cercadinho” do Alvorada, já entendeu. Governos caem quando são forçados a
rifar seus ministros para agradar adversários que o acossam. Não é mesmo,
Weintraub? A Constituição diz que novas eleições devem ser feitas, para presidente
e vice-presidente, se as duas cadeiras vazarem ainda na 1ª metade do mandato.
Assim, o impeachment deve ser acelerado no 2º semestre para que o aduboso
presidente nos deixe em paz no início de 2021. Mas, por que isso? Eu explico! O Espectro político-partidário e o Congresso, o STF e a justiça, os
militares, a mídia e a Rede Globo, o fundamentalismo neopentecostal, enfim o
conglomerado golpista de 2016 não quer enfrentar uma nova eleição para não ter
que se bater com o petismo-comunista-comedor-de-fígado-de-criancinha. Para eles, melhor mesmo é o excrementoso presidente ficar no
Planalto até janeiro de 2021, para não ter novas eleições, e o presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também conhecido como o “Botafogo” da
Odebrecht, assumir. Aliás, o insalubre presidente deu um tiro de bazuca no pé quando atraiu
o centrão com as verbas orçamentárias, pois este não o defenderá por saber que
pode ter um fiel membro seu na presidência. Eu falo do Botafogo, claro. Mas,
para fechar a equação tem que combinar com os russos, como diria Garrincha. É preciso saber o que, como e porque pensam os
militares, um dos braços do conglomerado golpista. Num mundo fácil, eles
aceitariam a queda do decrépito presidente, para que Mourão assumisse, e/ou não
gostariam de ver um general sofrendo impeachment. Mas, eles parecem cansados do
ônus da governança e de serem comparados de alto a baixo a um capitão escroque.
Assim, seria mais interessante se livrarem da família miliciana, “voltarem aos
quarteis”, deixarem o centrão governar, de quem são tão íntimos, e fingirem que
nada do que eles fizeram aconteceu, como sempre!
Professor do Curso de História da Univ. Estadual da Paraíba desde 1993. Mestre em Ciência Política-UFPE e Doutorando em Ciência da Informação-UFPB. Especialista em História do Brasil, com ênfase na Era Vargas e na Ditadura Militar, na democracia e no autoritarismo. Autor dos livros "Heróis de uma revolução anunciada ou aventureiros de um tempo perdido" (2015) e “Do que ainda posso falar e outros ensaios - Ou quanto de verdade ainda se pode aceitar” (2024), ambos lançados pela Editora da UEPB.
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