segunda-feira, 6 de julho de 2020

O Brasil contra tudo e contra todos


Começo este DO QUE AINDA POSSO FALAR lembrando que o Brasil não é para os fracos. Aqui, a norma que vale é a que diz que nada é tão ruim que não posso piorar. Gostamos de desafiar o óbvio, ou o que é certo, normal, definido. Não é à toa que muitos brasileiros desafiam o Coronavírus. Essa atitude kamikaze de ir às ruas ou fazer festas, sem máscaras, buscando as aglomerações, se não prova uma ancestral estupidez, mostra essa mania de não levarmos nada a sério, até as nossas desgraças. Temos prazer em desafiar as regras. Criamos o “jeitinho brasileiro” para vivermos, ou sobrevivermos, a margem das instituições. Eu até acho que não exista outro povo no mundo com esse hábito insuportável de aceitar que tem “lei que pega e lei que não pega” Mas, eu sou um brasileiro que não deu certo. Necessitado de um novo computador, resolvi comprá-lo agora considerando que, com a pandemia, e com tantas pessoas trabalhando em casa, os preços cairiam. Desprovido de nossa tal malandragem e tendo que economizar meus caraminguás de professor, apelei para a lei da oferta e da procura, que diz que quanto maior for o preço de um produto, menor será sua demanda. Ou seja, os produtos que custam mais caro são menos vendidos e os que custam menos são mais procurados. Com minha ingenuidade nada brasileira, imaginei que como muitas pessoas queriam comprar computadores, seus preços cairiam. Ledo engano! O computador que, no início do isolamento social, custava R$ 2.875,00 agora aparece por R$ 3.422,00! De fato, o Brasil não é para os fracos desafiando assim as leis do capitalismo. Com tantos professores tendo que dar aulas a partir de suas casas, surgiu grande demanda por novos equipamentos digitais e muitos, como eu, comemoraram que os preços cairiam e que seria possível adquirir um novo computador. Seria, se não vivêssemos num país que age contra o mundo onde a racionalidade impera.

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