sexta-feira, 30 de maio de 2008

UMA NOTÍCIA ALVISSAREIRA!

Pioneirismo na Ciência Política
Ivan Alecrim/Arquivo Folha

Dando prosseguimento à série de reportagens sobre os novos cursos da Universidade Federal de Pernambuco, hoje mostraremos os detalhes de uma profissão antiga e básica para o bom funcionamento das relações humanas. A graduação em Ciência Política com habilitação em Relações Internacionais é única no País. O curso já era esperado há algum tempo e vai se distanciar das Ciências Sociais por ser focado nas áreas de Direito e Economia, fornecendo um maior preparo aos que pretendem lidar com as políticas de desenvolvimento.

Inteligente, amante das letras e da cultura em geral, educado, comunicativo, se possível com conhecimento de outras línguas e países, enfim, que tenha uma boa formação. Esse poderia ser o perfil adequado para um marido ou esposa ideal, mas o casamento aqui é outro. O affair em questão diz respeito à Política. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) está colocando o curso de Ciência Política como mais uma opção para os vestibulandos e com o diferencial de ser o primeiro do País a oferecer habilitação em Relações Internacionais, segundo dados do Ministério da Educação.

A justificativa para a escolha do curso como parte integrante dos avanços propostos pelo Reuni - plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais -, não poderia ser diferente: mercado de trabalho. "Em outros países o desenvolvimento do setor se deu há algum tempo, mas só agora está acontecendo no Brasil. Esse curso foi pensado pelos professores há quatro anos, queríamos criar um departamento de expansão. A gente já imaginava que a demanda iria aumentar e seria mais qualificada, sabemos da aderência do mercado nessa área. A oportunidade veio com um dos projetos mais audaciosos do Ministério da Educação que veio inovar a educação pública", informou o coordenador do curso, Ernani Rodrigues de Carvalho Neto.

O campo de trabalho de um cientista político está baseado em duas vertentes: a acadêmica e a governamental. Além das pesquisas e trabalhos burocráticos, o profissional da área pode desenvolver várias atividades nos governos federal, estadual ou municipal - como assessor, deve dominar conceitos complexos de políticas públicas, mas também pode atuar como planejador das ações do Estado. No campo internacional, o cientista político com ênfase em relações internacionais vai se aproveitar dos benefícios da globalização, tanto nas empresas privadas que necessitam de profissionais com esse tipo de formação, quanto nas Organizações Não-Governamentais (ONGs) fazendo consultorias sobre determinadas regiões.

O curso de quatro anos vai oferecer 50 vagas para os estudantes e tem um diferencial. Após o ciclo básico, até o quarto período, o aluno pode escolher se quer seguir a área de Ciências Políticas propriamente dita ou Relações Internacionais. Introdução a Ciência Política, Filosofia, Direito Internacional Público, Metodologia Quantitativa e Qualitativa, Políticas Públicas, Teorias Democráticas e Matemática Aplicada são algumas das cadeiras que os futuros cientistas deverão cursar. Outro detalhe importante diz respeito ao corpo docente. Dez professores do curso são doutores e seis são pesquisadores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e já está prevista a contratação de mais sete profissionais.

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