Muito em breve lançarei “Heróis de uma Revolução Anunciada ou Aventureiros de um Tempo Perdido?
A atuação das organizações de esquerda em Campina Grande – 1968/1972”, pela
Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB). O lançamento será após o
carnaval para seguir a tradição de que o ano só se inicia, de fato, após
aqueles dias em que levamos tão a sério a arte de ser brasileiro. Este é meu
primeiro livro, fruto das pesquisas que desenvolvo desde 1997, sobre o
comportamento politico das organizações de esquerda que lutaram contra a
ditadura militar e a relação delas com a democracia politica. Abaixo um pequeno
trecho do livro, a título de aperitivo:
“Mas, será mesmo que
os militantes das organizações revolucionárias, que reagiram armados à opressão
imposta pela ditadura militar, foram tão impulsivos assim? Podemos aceitar
passivamente que uma pessoa tenha deixado sua vida “legal”, para reagir às
infâmias, unicamente pelo ímpeto revolucionário, ou pelos estímulos e
incitamentos que a década de 1960 oferecia? Satisfaz chamar esses atores políticos
de “aventureiros”? Será que não poderemos ter uma explicação política racional
para as atitudes da época? Será que só poderemos tratá-los como aventureiros de
um tempo perdido, “apenas no grau superlativo” como nos diria Charles Dickens? Ou
então, para sermos condescendentes com a boa vontade deles, vamos chama-los de
heróis de uma revolução anunciada, bem ao estilo das ideias de Lênin e Che
Guevara que diziam caber ao comunista apressar o que é inexorável e inevitável?
Aceitaremos a racionalização de que os tais atos heroicos eram irremissíveis,
que a revolução iria acontecer de qualquer maneira? Ou seja, ela estava posta,
era enunciada por algum tipo de força superior. Dessa forma, uma vez anunciada,
caberia ao militante coloca-la em prática com seu heroísmo?”.
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