terça-feira, 16 de junho de 2020

Por que não sinto falta do São João?




Agora, no DO QUE AINDA POSSO FALAR, comentarei sobre postagens lamentando que o São João estaria começando se não estivéssemos enfrentando a pandemia. O JPB, da TV Paraíba, fez uma matéria sobre isso, num Parque do Povo vazio, claro, que tinha até um jornalista com chapéu de palha e um trio de forró tocando para ninguém!

O São João é importante, mas podemos viver sem ele. Dito de outra forma, não teremos São João este ano para sobrevivermos ao coronavirus. Além disso, não posso ficar me lamuriando por estar sem São João, ou sem futebol para ver na TV, enquanto pessoas morrem fulminadas pelo COVID-19.

Estou me colocando no lugar das famílias que perderam entes queridos para o vírus. Como será que elas se sentem vendo pessoas mais preocupadas com uma festa, com as tais “lives”, com fogueiras virtuais? No momento, é preciso ter claro que essas coisas são meras futilidades.

Além disso, não sinto falta desse São João de plástico, “camarotizado”, ajustado aos interesses do mercado fonográfico e dos grupos políticos locais, que veem na cultura popular uma ameaça. Sendo sincero, sinto até algum alívio em saber que este ano não vamos ter “sofrências sertanejadas” no Parque do Povo.

Do que sinto falta é do São João do “pé-de-serra” que não mais existe. Lamento não termos mais nossa festa popular, implodida por administrações municipais descomprometidas com nossa cultura. Sinto falta do Parque do Povo de palha. Desse Parque do Povo de plástico sinto desprezo.

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