Começo este DO QUE AINDA POSSO FALAR lembrando que o imprescindível Leonel Brizola dizia para sempre desconfiarmos das intenções da Rede Globo. Brizola dizia para se suspeitar da Globo até quando ela está sendo boazinha. Mas, por que lembrei disso?
É que baixou um “santo democrático” na “vênus platinada”. Pois não é que
a Globo, que reconhecidamente defendeu o golpe de 1964 e a ditadura militar, a
mesma Globo que apoiou o golpe de 2016 e que promoveu a Lava Jato, teve a
pachorra de lançar uma "frente ampla" contra Bolsonaro?!
Os irmãos Marinho puseram Miriam Leitão lá na Globo News, num debate com
três arautos da democracia liberal: Marina Silva, Ciro Gomes e FHC. A ideia é
promover uma “frente ampla” contra Bolsonaro e a favor da democracia, que essa
gente tanto despreza. A deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi
Hoffmann, disse que foi “a nata do antipetismo entrevistada pela campeã do
mercado”. E foi desse jeito mesmo!
Além da desfaçatez de ver a árvore defender o machado, "esqueceram”
de chamar Fernando Haddad, do PT, ou Guilherme Boulos, do PSOL - legítimos
representantes da esquerda que lutou e luta contra a ascensão do fascismo. E é
preciso lembrar que Haddad não foi para Paris, após a derrota no 2º turno da
eleição em 2018, ele ficou aqui e enfrentou os inimigos da democracia.
Considerando o resultado do 1º turno de 2018, essa gente não tem a menor
legitimidade para liderar essa tal “frente ampla” articulada por uma emissora
acostumada a apoiar golpes. Ciro, Marina e Alckmin (do PSDB) tiveram, juntos,
18,23% dos votos válidos, enquanto só Haddad teve 29,28%.
Qual a representatividade dessa “frente ampla” que junta alhos e
bagulhos? Por que ela não dá espaço para a esquerda? Se a proposta é ser contra
Bolsonaro porque os que o enfrentam de verdade não foram chamados? Tinha mesmo
razão o velho Brizola, é para se desconfiar!
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