Em seu Blog, Marcos Guterman, reproduz idéia do filósofo esloveno Slavoj Zizek e apresenta uma tese que é, no mínimo polêmica, e que merece nossa reflexão. Para ele
a China, cada vez mais capitalista, nunca se tornará uma democracia liberal.
Para Zizek, a China atual não é uma "distorção oriental despótica" do capitalismo, mas a repetição do desenvolvimento capitalista europeu na Idade Moderna. Naquela época, "as condições para o capitalismo foram criadas e sustentadas por ditaduras estatais brutais, a exemplo do que acontece hoje na China", escreve ele no site In These Times. "Assim, não há nada exótico na China. É meramente a repetição de nosso passado esquecido." Zizek afirma que aquilo que conhecemos como "democracia liberal" e "liberdade" não foram frutos do capitalismo, mas sim de lutas populares travadas ao longo do século 19.
Ele questiona também a presunção liberal segundo a qual o desenvolvimento chinês seria mais rápido se houvesse abertura política. "A China seguiu o caminho do Chile e da Coréia do Sul em sua passagem para o capitalismo, usando o poder estatal autoritário para controlar os custos sociais e assim evitar o caos", diz Zizek. "A estranha combinação de capitalismo com poder comunista provou-se uma bênção para a China. O país não se desenvolveu rapidamente a despeito da ditadura, mas por causa dela."
Professor do Curso de História da Univ. Estadual da Paraíba desde 1993. Mestre em Ciência Política-UFPE e Doutorando em Ciência da Informação-UFPB. Especialista em História do Brasil, com ênfase na Era Vargas e na Ditadura Militar, na democracia e no autoritarismo. Autor dos livros "Heróis de uma revolução anunciada ou aventureiros de um tempo perdido" (2015) e “Do que ainda posso falar e outros ensaios - Ou quanto de verdade ainda se pode aceitar” (2024), ambos lançados pela Editora da UEPB.
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