terça-feira, 31 de março de 2020

Da Série: "LIVROS, DISCOS E FILMES QUE FIZERAM MINHA CABEÇA"


Em "O PAPA DE HITLER - A HISTÓRIA SECRETA DE PIO XII" de John Cornwell, Editora Imago (2000), temos um relato sobre Eugenio Pacelli, o Papa Pio XII, que reinou de 1939 a 1958, contribuindo para que o 3º Reich se alastrasse pela Europa e praticasse a "Solução Final".

A obra surgiu do desafio dos alunos de Cornwell que queriam que ele provasse ser injusto o epiteto de “Papa de Hitler” dado a Pio XII. O autor lançou-se em uma pesquisa, pois não acreditava que alguém, em nome de Deus, pudesse fazer coisas tão terríveis. O resultado da salutar provocação é um livro embasado em documentos que faz o leitor acreditar que Pacelli era, sim, o “Papa de Hitler”.


Pio XII fez acordos com Hitler que ajudou a alastrar o poderio da Alemanha nazista pela Europa e ofereceu facilidades para que judeus fossem levados ao extermínio. Ele tinha especial predileção pelas ditaduras fascistas e via Hitler como um enviado de Deus para acabar com o comunismo. Ele mesmo sabia que alimentava um monstro, mesmo assim foi em frente em sua cruzada moralista, tal qual fizeram os cristãos fundamentalistas brasileiros ao elegerem o anticristo que coloca o “Brasil e Deus acima de todos de tudo”.


Este livro mostra o triste papel da Santa Sé nos terríveis anos da 2ª guerra mundial. Relata, por exemplo, a criação das “linhas de ratos” que facilitavam a fuga de criminosos de guerra nazistas da Europa para a América do Sul. Enquanto lia o “Papa de Hitler”, descobria os crimes de Pacelli e dava graças a Deus ter deixado o catolicismo quando ainda era adolescente.

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