O caro ouvinte,
que acompanha o POLITICANDO diariamente, já acostumou me ouvir falar de que os
dados de uma pesquisa eleitoral devem ser torturados até que digam as verdades
que queremos saber e as que não queremos. Na verdade, os dados eleitorais não
falam por si só. As pesquisas só nos dizem o que queremos saber se fizermos a
elas as perguntas certas. Os dados passam por um tratamento estatístico depois
que são colhidos nas ruas pelos pesquisadores. A partir disso é preciso
observá-los de perto. A análise dos dados nada mais é do que o estudo que se
faz deles a partir de uma determinada realidade, de uma conjuntura específica.
Sempre se diz que os dados são o retrato de um momento.
E isso é bem verdade se considerarmos que o eleitorado brasileiro é um
tanto quanto volúvel quando o assunto é sua opinião sobre as coisas da política
partidária eleitoral. Um exemplo disso é a forma como o eleitor analisar o
desempenho de um governo. O que motiva o eleitor a atestar se um governo é bom
ou ruim é a realidade em seu entorno. Vejam que, com as manifestações do meio
do ano passado, a popularidade da presidente Dilma, e a aprovação de seu
governo, caíram. Assim, durante este ano eleitoral, todas as vezes que o caro
ouvinte me ouvir falar em torturar os dados já saberá que eu estou lapidando as
informações de uma pesquisa com as ferramentas da conjuntura
político-partidária-eleitoral que estivermos vivendo.
É por isso mesmo que a pesquisa que nos chega às mãos deve ser olhada com
parcimônia. Por favor, não vamos exigir dela a revelação de uma verdade que só
mesmo às urnas de outubro possuem. Aliás, não peçamos isso à pesquisa nenhuma.
As pesquisas não tem o dom da premonição, como querem os políticos, e não são
peças de ficção como alguns pensam. As pesquisas, umas mais outras menos,
trazem alguma verdade. Toda pesquisa pode nos revelar algo, basta saber fazer a
pergunta correta. Essa pesquisa que a CAMPINA FM e a TV ITARARÉ contrataram
junto ao Instituto 6SIGMA traz muitas informações. Mas, vamos por partes. Sem
afobações, poderemos encontrar um detalhamento bastante útil para irmos
dirimindo os dilemas desta eleição.
Na primeira parte dessa pesquisa veremos como o eleitorado paraibano
avalia as administrações federal e estadual. Ou seja, vamos ver como os
governos de Dilma Rousseff e Ricardo Coutinho estam sendo avaliados pelo povo
da Paraíba. Mas, pesquisa eleitoral só tem graça se verificarmos as intenções
de voto, espontâneas e estimuladas, para uma eleição majoritária. Neste caso
vamos ver as intenções de voto para a eleição ao governo do Estado da Paraíba.
Vemos que, nesta pesquisa, 43.2% dos paraibanos afirmaram que a administração
de Dilma Rousseff é ótima ou boa. Vimos, também, que 20.8% afirmaram que ela é
ruim ou péssima. Os que a tem como regular são 36% dos entrevistados.
Em pesquisas eleitorais, regular pode significar dúvida. O entrevistado
diz que um governo é regular quando não tem certeza se ele bom ou ruim. Pode
ser, ainda, quando se avalia que o governo tem aspectos bons e ruins em
situação de equilíbrio. Assim, sugiro que o caro ouvinte considere o regular
como um aspecto de alta variação nas pesquisas. Quanto alguém diz que está
ótimo ou que está péssimo demonstra certeza. Dizer que é regular não permite
que saibamos o que, afinal, se pensa. A avaliação dos paraibanos sobre o
governo Dilma não difere muito de pesquisas nacionais. Dilma vê, sem ter muito
que fazer, os problemas da economia, a crise da Petrobrás, as lambanças dessa
Copa dos horrores e as renitentes manifestações influírem nos índices de aprovação
do governo.
Já a avaliação do governo de Ricardo Coutinho não lhe soa bem se
considerarmos que a disputa eleitoral promete ser uma das mais acirradas e
complexas de todos os tempos. Considerando os adversários que Ricardo deve ter,
os números não lhes são simpáticos. Dos paraibanos entrevistados, 39.3%
disseram que a administração de Ricardo é ótima ou boa e 28.7% afirmaram que
ela é ruim ou péssima. Os que a consideram como regular, ou seja, sem uma
opinião precisa foram 32.1%. Considerando a dificílima conjuntura, pontuada
pelo fim da aliança entre o PSB e o PSDB, e a exposição que os adversários de
Ricardo tiveram nestes meses de fevereiro e março até poderia dizer que o
governador foi razoavelmente avaliado.
Mas, se considerarmos o governo em si, os feitos que a propaganda oficial
apregoa e as obras que se vem realizando constataremos que esses números não
são suficientes para o que pleiteia o governador do Estado. Ou seja, para que
Ricardo consiga chegar ao 2º turno, e se reeleger, o governo precisa melhorar
esses números. Principalmente no tocante aos que tem opiniões imprecisas, os
regulares, e naqueles que atestam que o governo é ótimo. Hoje, eu comecei a
analisar a pesquisa Campina FM/TV Itararé/Grupo 6Sigma. Amanhã, eu vou
continuar analisando estes dados, focando meu olhar nas intenções de voto ao
governo do Estado. Não percam amanhã, no POLITICANDO.
AQUI É O POLITICANDO,
COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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