terça-feira, 1 de abril de 2014

TORTURANDO OS DADOS ATÉ QUE ELES FALEM – PARTE I

O caro ouvinte, que acompanha o POLITICANDO diariamente, já acostumou me ouvir falar de que os dados de uma pesquisa eleitoral devem ser torturados até que digam as verdades que queremos saber e as que não queremos. Na verdade, os dados eleitorais não falam por si só. As pesquisas só nos dizem o que queremos saber se fizermos a elas as perguntas certas. Os dados passam por um tratamento estatístico depois que são colhidos nas ruas pelos pesquisadores. A partir disso é preciso observá-los de perto. A análise dos dados nada mais é do que o estudo que se faz deles a partir de uma determinada realidade, de uma conjuntura específica. Sempre se diz que os dados são o retrato de um momento.

E isso é bem verdade se considerarmos que o eleitorado brasileiro é um tanto quanto volúvel quando o assunto é sua opinião sobre as coisas da política partidária eleitoral. Um exemplo disso é a forma como o eleitor analisar o desempenho de um governo. O que motiva o eleitor a atestar se um governo é bom ou ruim é a realidade em seu entorno. Vejam que, com as manifestações do meio do ano passado, a popularidade da presidente Dilma, e a aprovação de seu governo, caíram. Assim, durante este ano eleitoral, todas as vezes que o caro ouvinte me ouvir falar em torturar os dados já saberá que eu estou lapidando as informações de uma pesquisa com as ferramentas da conjuntura político-partidária-eleitoral que estivermos vivendo.

É por isso mesmo que a pesquisa que nos chega às mãos deve ser olhada com parcimônia. Por favor, não vamos exigir dela a revelação de uma verdade que só mesmo às urnas de outubro possuem. Aliás, não peçamos isso à pesquisa nenhuma. As pesquisas não tem o dom da premonição, como querem os políticos, e não são peças de ficção como alguns pensam. As pesquisas, umas mais outras menos, trazem alguma verdade. Toda pesquisa pode nos revelar algo, basta saber fazer a pergunta correta. Essa pesquisa que a CAMPINA FM e a TV ITARARÉ contrataram junto ao Instituto 6SIGMA traz muitas informações. Mas, vamos por partes. Sem afobações, poderemos encontrar um detalhamento bastante útil para irmos dirimindo os dilemas desta eleição.

 

Na primeira parte dessa pesquisa veremos como o eleitorado paraibano avalia as administrações federal e estadual. Ou seja, vamos ver como os governos de Dilma Rousseff e Ricardo Coutinho estam sendo avaliados pelo povo da Paraíba. Mas, pesquisa eleitoral só tem graça se verificarmos as intenções de voto, espontâneas e estimuladas, para uma eleição majoritária. Neste caso vamos ver as intenções de voto para a eleição ao governo do Estado da Paraíba. Vemos que, nesta pesquisa, 43.2% dos paraibanos afirmaram que a administração de Dilma Rousseff é ótima ou boa. Vimos, também, que 20.8% afirmaram que ela é ruim ou péssima. Os que a tem como regular são 36% dos entrevistados.

Em pesquisas eleitorais, regular pode significar dúvida. O entrevistado diz que um governo é regular quando não tem certeza se ele bom ou ruim. Pode ser, ainda, quando se avalia que o governo tem aspectos bons e ruins em situação de equilíbrio. Assim, sugiro que o caro ouvinte considere o regular como um aspecto de alta variação nas pesquisas. Quanto alguém diz que está ótimo ou que está péssimo demonstra certeza. Dizer que é regular não permite que saibamos o que, afinal, se pensa. A avaliação dos paraibanos sobre o governo Dilma não difere muito de pesquisas nacionais. Dilma vê, sem ter muito que fazer, os problemas da economia, a crise da Petrobrás, as lambanças dessa Copa dos horrores e as renitentes manifestações influírem nos índices de aprovação do governo.

Já a avaliação do governo de Ricardo Coutinho não lhe soa bem se considerarmos que a disputa eleitoral promete ser uma das mais acirradas e complexas de todos os tempos. Considerando os adversários que Ricardo deve ter, os números não lhes são simpáticos. Dos paraibanos entrevistados, 39.3% disseram que a administração de Ricardo é ótima ou boa e 28.7% afirmaram que ela é ruim ou péssima. Os que a consideram como regular, ou seja, sem uma opinião precisa foram 32.1%. Considerando a dificílima conjuntura, pontuada pelo fim da aliança entre o PSB e o PSDB, e a exposição que os adversários de Ricardo tiveram nestes meses de fevereiro e março até poderia dizer que o governador foi razoavelmente avaliado.

Mas, se considerarmos o governo em si, os feitos que a propaganda oficial apregoa e as obras que se vem realizando constataremos que esses números não são suficientes para o que pleiteia o governador do Estado. Ou seja, para que Ricardo consiga chegar ao 2º turno, e se reeleger, o governo precisa melhorar esses números. Principalmente no tocante aos que tem opiniões imprecisas, os regulares, e naqueles que atestam que o governo é ótimo. Hoje, eu comecei a analisar a pesquisa Campina FM/TV Itararé/Grupo 6Sigma. Amanhã, eu vou continuar analisando estes dados, focando meu olhar nas intenções de voto ao governo do Estado. Não percam amanhã, no POLITICANDO.

Você tem algo a dizer sobre essa COLUNA ou quer sugerir uma pauta? gilbergues@gmail.com

AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.

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