O fim da aliança
entre PSB e PSDB favoreceu bem mais ao Senador Cássio Cunha Lima do que ao
governador Ricardo Coutinho, como bem percebemos na pesquisa que por hora
analisamos. Em todo caso, eu vou esperar a apuração de dados sobre essa
questão. É que ao analista político não é dado o direito de praticar o
“achismo”. Por mais lógica que possa
parecer uma determinada questão eleitoral não cabe a mim tê-la como óbvia. É
preciso ter hipóteses e buscar comprová-las pelos dados que as pesquisas
trazem. O senso comum costuma decretar a vitória do candidato que aparece em 1º
lugar numa pesquisa como esta que temos em mãos. Mas, na análise políticas as
coisas não funcionam assim. É que o jogo eleitoral se dá pelas incertezas do
resultado.
A certeza de uma
vitória, ou de uma derrota, só se apresenta ao analista depois que ele consegue
montar uma série histórica de pesquisas. Também é preciso que um candidato
mantenha-se invariável ou em crescimento para que se possa ter alguma certeza. Se
o senador Cássio não fosse candidato, provavelmente o governador Ricardo
estaria na frente da pesquisa CAMPINA FM/TV ITARARÉ/GRUPO 6SIGMA. Não é
novidade que Ricardo Coutinho só se elegeu por causa do apoio que obteve de Cassio.
É fato que o fim da aliança desobrigou o eleitor cassista a apontar Ricardo
Coutinho numa pesquisa. Assim, o senador foi apontado em nossa pesquisa livre
das amarras políticas que ele mesmo se impôs em 2010.
Sem o apoio de Cássio, Ricardo ficaria um passo atrás. Mas, alto lá, pois
é bom nunca esquecer que a campanha eleitoral propriamente dita ainda não
começou. Se não sabemos ao certo quem são os candidatos, como poderemos
proclamar um resultado? A sorte está, ainda, para ser lançada. Vai ser cada um
por si sem o peso de uma aliança que não sobreviveu pela ausência de altruísmo
das lideranças políticas e pelo excesso de particularização dos interesses
políticos mais comezinhos. Interessa ver
que Cássio Cunha Lima, Ricardo Coutinho e Veneziano Vital não fugiram ao script
ao avaliarem esta pesquisa. Foi o de sempre. Cássio disse que recebeu o
resultado com humildade e que isso é o reconhecimento do povo da Paraíba e vai
por ai.
Ricardo, claro, tentou desqualificar a pesquisa. No seu costumeiro mau
humor, disse que nunca perdeu uma noite de sono por causa de uma pesquisa e
lembrou o caso de 2010, quando foi eleito vendo as pesquisas sempre o colocando
em 2º lugar. Veneziano Vital fez o discurso de quem está em 3º lugar, mas que
não pretende desistir do jogo. Disse que a campanha eleitoral ainda não começou
e que ele vai crescer nas pesquisas enquanto os outros vão cair. Ele apenas não
disse como isso vai acontecer. E já é tempo de analisarmos a pesquisa para a
eleição de senador da República. Este é um processo complexo, pois para se
escolher um parlamentar se aplica quase que na íntegra a fórmula do processo
eleitoral majoritário.
A eleição para senador tem altíssimo poder para influenciar a eleição para
governador. É que os partidos e atores políticos fecham o pacote. Nas
articulações costuma-se reunir certo número de partidos e se distribui os
cargos entre eles. Um partido indica o candidato a governador e outro o
postulante a vice-governador. Já um terceiro indica o candidato a senador e
ainda tem a atrativa vaga de suplente de senador. Claro, as coligações
proporcionais também entram no pacote. Enquanto eu só penso no golpe
civil-militar de 1964 e em pesquisas, claro, eles só pensam e tratam de
articulações políticas. A rigor a verdadeira eleição está acontecendo agora
quando o menu eleitoral está sendo montado.
Em julho teremos um cardápio com nomes que as articulações definiram e
pouco importará se gostamos ou não das ofertas, pois definiremos dentre aqueles
que não escolhemos. Nosso sistema político é assim mesmo, recheado de
distorções. A pesquisa espontânea para senador traz impurezas, ou seja, os
entrevistados lembraram nomes que não são candidatos por um sem número de
razões. Interessa, então, a pesquisa estimulada onde aparecem os nomes que se
colocam para esta seara. O senador Cícero Lucena, candidato a reeleição, aparece em 1º lugar com
16.5%. Rômulo Gouveia vem em 2º com 16.2%, Wilson Santiago em 3º com 9.1% e
Luiz Couto em 4º com 4.6%. Isso já é o suficiente para vermos que eleição
disputada teremos. Algumas pessoas se surpreenderam com Cícero Lucena
aparecendo em 1º lugar. É que muitas gente parece ter esquecido que o senador
trabalha incansavelmente, em Brasília, para viabilizar sua recondução ao
Senado.
Enquanto Rômulo Gouveia viaja a Paraíba inteira atrás de votos tendo,
claro, o bônus de ser vice-governador, Cícero atua na liberação de emendas
orçamentárias e na distribuição de verbas públicas para um sem número de
prefeitos paraibanos. Wilson Santiago se mobiliza no sentido de encontrar a
melhor guarita. Ele tem se colocado para todos os postulantes ao governo. Quem
oferecer mais e pedir menos será a opção de Santiago. Esse é jogo! Amanhã, tem
mais dados para torturar.
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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