No POLITICANDO de
ontem, eu demonstrei que as pretensões eleitorais do governador Ricardo Coutinho
podem esbarrar no fato de que ele não apresentou, na pesquisa que estamos
analisando, bons índices no quesito aprovação do governo. É que governante que
busca reeleição tem uma dupla preocupação. Além de lidar com a concorrência dos
adversários, ele precisa atentar para a forma como o eleitorado avalia seu
governo. Pois é, quem disse que ser situação é fácil. Se por um lado ele tem a
máquina administrativa nas mãos, para potencializar seu projeto de reeleição,
por outro ele não tem como escapar do fato de que, nas urnas, seus primeiros 4
anos de governo serão avaliados de cima a baixo.
Por isso, há quem prefira ser oposição, pois ser a pedra que não se
preocupa com as dores da vidraça é cômodo. Analisando a avaliação que os
paraibanos fazem do governo Ricardo Coutinho vejo fragilidades que podem inviabilizar
o projeto de reeleição. É que a má avaliação de um governo pode vir a se
refletir no índice de rejeição de futuras pesquisas. Se o eleitor não está
satisfeito com a administração de um determinado governante, por que, então,
aceitará nele votar? Se o governante é mal avaliado, possivelmente o candidato
vai ser rejeitado. Mas, sobre rejeição falaremos depois. Vejamos que 39.3% dos
entrevistados disseram que a administração de Ricardo é ótima ou boa e 28.7%
afirmaram que ela é ruim ou péssima.
Os que a consideram como regular, ou seja, os que não possuem uma opinião
firmada, são 32.1%. Esse é o problema. Pois, os que vêm alguma regularidade no
governo podem passar a vê-lo tanto como um bom governo como um mau governo. É
bom atentarmos para o fato de que a diferença entre os que avaliam o governo bem
dos que avaliam mal é de apenas 10 pontos percentuais. Essa diferença pode ser
tirada com apenas uma pequena parte dos que avaliam o governo como regular. A
questão do regular é que ele é um índice que varia para o bem e para o mal. Ele
pode ser somado para cima e para baixo. A que se ter cuidado com a manipulação
desse índice. O regular não tem que ser apagado das pesquisas, ele tem que ser entendido.
Sobre a avaliação do governo é preciso buscar os condicionantes dela. Não
podemos, ainda, precisar como o fim da aliança entre PSB e PSDB pesou, se é que
pesou, nesta avaliação. Algo para pensarmos é como o eleitorado vê as duas
faces do governador.
Ricardo Coutinho tem facetas distintas e perceptivas a olho nu. Existe o
administrador, sempre elogiado, Ricardo Coutinho e existe o político Ricardo
Coutinho que é sempre alvo de criticas. Na avaliação, o administrador puxa a
média para cima. Mas, o político termina empurrando a média para baixo. Ricardo
Coutinho ainda terá que aproximar o político do administrador se quiser se
reeleger. Essa questão refletiu-se na pesquisa espontânea para o governo do
Estado da Paraíba. Sem que fosse sugestionado, o eleitor lembrou bem que o
governador é candidato à reeleição. Apesar de que, ele ficou sempre em segundo
lugar, tanto no total geral, como nos índices das mesorregiões da Paraíba.
No total geral o senador Cássio C. Lima teve 25.9%, o governador teve
20.7% e o ex-prefeito Veneziano Vital teve 5.1%. A diferença entre Cássio o
Ricardo é pequena. O entrevistado não sugestionado ainda não fixou que eles não
são mais aliados. É que a média do eleitorado precisa fixar que Cássio e
Ricardo não são mais aliados, não são mais parecidos politicamente. Quando a
campanha de fato, e de direito, começar essas diferenças serão estabelecidas.
Já o percentual de Veneziano Vital não lhe é animador. Com apenas 5 pontos
percentuais, na pesquisa espontânea, fica difícil para um candidato lidar com a
possibilidade da vitória. Veneziano começa a ver que Cássio e Ricardo estam bi
polarizando a disputa. Mas, isso não lhe tira a relevância eleitoral.
Primeiro porque ele pertence ao PMDB, que sempre entra em qualquer eleição
como favorito. E, segundo, que Veneziano pode não ter densidade para ser
eleger, mas tem, certamente, para influir no jogo eleitoral. Algo que vamos
analisar é de quem Veneziano pode mais tirar votos – se de Cássio Cunha Lima ou
de Ricardo Coutinho. Na pesquisa estimulada, a sequência permanece. Cássio em
1º, com 43.5%; Ricardo em 2º, com 22.5%; e Veneziano em 3º, com 14.3%. A
diferença pró-Cássio é de exatos 21 pontos percentuais. É uma diferença
considerável. Mas, é bom lembrar que essa pesquisa foi realizada num momento de
alta exposição do senador Cássio devido ao fim da aliança com Ricardo Coutinho.
Em todas ás
vezes que o senador foi candidato, ele sempre partiu bem posicionado nas
pesquisas. Cássio não é o tipo de candidato que começa uma disputa eleitoral
com apenas um digito nas pesquisas. De posse de seu capital eleitoral, o
senador Cassio tende a liderar as pesquisas. Ao deixar de apoiar o governador,
Cássio lhe tirou preciosos pontos percentuais. Se é assim, a estratégia do fim
da aliança está correto pelo menos pela ótica dos tucanos paraibanos.
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AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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