Nesta semana
analisamos os números da pesquisa eleitoral CAMPINA FM/TV ITARARÉ/GRUPO 6SIGMA. Depois de observarmos as intenções de votos estimulados e
espontâneos tanto para o governo do Estado quanto para o Senado Federal. Depois
de vermos o desempenho dos candidatos pelas mesorregiões da Paraíba e depois de
desmistificarmos questões que se costuma ter como verdades inquebrantáveis,
chegou a hora de analisarmos os números da rejeição condicional. Eu já disse,
aqui mesmo no POLITICANDO, que a rejeição, que os eleitores dispensam aos políticos,
é um importante aspecto nas análises das possibilidades eleitorais dos
candidatos aos cargos majoritários. Eu diria mesmo que é um aspecto central.
Eu já disse, também, que é mais fácil convencer o eleitor a mudar
de candidato, ou deixar de votar branco ou nulo, do que convencê-lo a votar em
um candidato que ele dispensa algum tipo de rejeição. Em política eleitoral
rejeição tem haver com confiança, com crenças, com capacidade intelectual e
experiência política. Enfim, rejeição é algo associado a valores. Vejam que a
rejeição condicional tem fortes aspectos subjetivos. Os candidatos gostam de
generalidades. Sobre a rejeição, eles têm a justificativa na ponta da língua.
Quando aparecem com rejeição alta dizem que isso acontece por que os eleitores
não os conhecem bem.
Dizem que a rejeição está alta porque a campanha ainda não começou.
E tem candidato, adepto das teorias conspiratórias, que diz que sua alta
rejeição é orquestrada. O governador Ricardo Coutinho já faz este tipo de
discurso. Mas, nada disso se sustenta quando analisamos os dados da rejeição
condicional dessa pesquisa que temos em mãos. O que se percebe é que não basta
conhecer o candidato para não mais rejeitá-lo. Se assim fosse Cássio Cunha
Lima, Ricardo Coutinho e Veneziano Vital teriam baixíssimos índices de rejeição
na medida em que são três políticos dos mais conhecidos em todo o Estado da
Paraíba.
Vejam que Cássio e Ricardo tiveram índices de rejeição condicional,
por não serem conhecidos, na casa dos 3 pontos percentuais. Veneziano Vital é
que teve uma rejeição, de cerca de 18%. É que falta ao ex-prefeito penetrar em
algumas regiões do Estado. Existe a crença de que com o guia eleitoral esse
tipo de rejeição tende a desaparecer. Mas, não é bem assim. Nas eleições
municipais de 2012, aqui em Campina Grande, teve candidato rejeitado quando era
desconhecido e depois da exposição no guia eleitoral. Cai, assim, o mito
alegado pelos candidatos da rejeição pelo desconhecimento. O eleitor que opta
por esse motivo pode ter outras justificativas, mas por questões internas prefere
não revela-las. Assim, ele joga tudo na conta do não conhecimento.
Quando a motivação para a rejeição é o fato de o eleitor não gostar
ou considerar o candidato antipático vemos que o Senador Cássio, tido como
carismático, teve 30.5% no índice da rejeição. Já Venezinao Vital foi o mais
rejeitado com 32.9%. Ricardo Coutinho apareceu com a rejeição mais baixa dos
três cândidos. 24.9% disseram que não votariam nele por não conhece-lo ou por
não gostar dele. Este índice surpreendeu. É que Ricardo não é de se preocupar com
este tipo de coisa. O governador pode mesmo não querer saber de índices de
rejeição, já o candidato quer não só saber deles, como vai brigar para que não
sejam aferidos, publicados e analisados. Ricardo tende a rejeitar as pesquisas
pelo que aconteceu em 2010.
Na rejeição condicional, que tem o candidato como desonesto, mais
uma vez o senador Cássio teve a maior aferição. 28.8% disseram que não votariam
nele por vê-lo como desonesto. Ricardo ficou em segundo com 11.8% e Veneziano
em 3º com 11.0%. Esse índice em relação a Cássio pode ser, ainda, um reflexo da
cassação de mandato que o senador enfrentou quando foi governador do Estado. O
fato é que se Cássio aparece em primeiro lugar nas intensões de votos ao
governo. Mas, ele aparece, também, em primeiro lugar em aspectos da rejeição
condicionada. Ou seja, o senador pode contar com boa margem para largar na
frente da disputa, mas em compensação terá que lidar com esses índices de
rejeição.
Onde Ricardo ficou com a rejeição maior foi no tocante ao que o
entrevistado considera como um político despreparado. 13.6% rejeitaram o
governador por isso, enquanto 6.3% apontaram o senador Cássio e 6.8% apontaram
Veneziano. Isso se explica pelo fato de Ricardo ser o único que ocupa cargo no
poder executivo. Mas, onde Ricardo ficou mais cravado foi na rejeição geral.
São os casos quantificados como “outros”. Ai o governador tem rejeição de 41%,
Cássio de 26% e Veneziano de 22%. Eu já vi candidatos dizerem que não entendem
porque caem nas pesquisas estimuladas. Eu sugiro que eles olhem com bem mais
atenção para os números da rejeição condicional, pois eles querem dizer alguma
coisa.
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