Na COLUNA
POLITICANDO de ontem analisei o nauseabundo processo que definiu quem presidirá
a Assembleia Legislativa da Paraíba pelos próximos 4 anos. Sim, fiz porque esse
é meu metiê. Mas, não pretendo bater na mesma tecla. Não foi a primeira vez,
tampouco a última, que nossos representantes desceram às profundezas, onde uma
lama espessa, escura e fétida alimenta práticas condenáveis na luta diária por
alguns interesses vulgares e outros nem tanto. Falemos, então, da política,
deixemos a politicagem para quem dela precisa. O fato é que o governador Ricardo
Coutinho iniciou seu 2º mandato, obtendo consistente vitória, justamente na
seara parlamentar onde teve tantos dissabores em seu 1º mandato.
Se é verdade que a dor é mestra em nos indicar a arte da lamúria, eu diria
que, hoje, Ricardo Coutinho é um perito quando o assunto é lamentação. O
governador aprendeu a gemer a partir das dores causadas pelas chicotadas que a
Assembleia lhe aplicou. Depois de um 1º mandato colecionando derrotas num
parlamento onde não tinha uma base aliada encorpada, que agisse de forma
proativa na defesa dos interesses do governo, Ricardo fez o deputado Adriano
Galdino, seu aliado, presidente da Assembleia. Essa foi a 3ª vitória que
Ricardo teve sobre seu adversário direto, Cássio Cunha Lima, num espaço de
apenas 4 meses. Por trás da disputa entre os deputados Adriano Galdino e
Ricardo Marcelo esteve a lógica que permeou o processo eleitoral de 2014.

O então candidato a presidente da Assembleia, Adriano Galdino, mostrou o
requerimento de inscrição de sua chapa com a subscrição de 21 deputados. A
intenção era comprometer os que diziam que votariam na chapa da situação. Mas,
quando aquela ridícula urna de papelão foi aberta, a chapa da situação contava
com 19 votos contra 17 da oposição. Não precisa ser Sherlock Holmes para intuir
que dois deputados mudaram de lado na ultíssima hora. São os famosos “traíras”
da política. Mas, se não estou interessado na politicagem, imagine se quero
gastar meu espaço com infidelidades de toda sorte justo num ambiente em que
atraiçoar, ludibriar, é um hábito sistemático. Assim, a bancada da situação
teria entre 19 e 21 deputados.
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O que eles não disseram, nunca dirão, é que incentivos receberam para
votar no governo. Estes são os muristas. Eles dizem estar de um ou outro lado
quando na verdade estam sempre confortavelmente sentados bem em cima do muro.
Os deputados Frei Anastácio, Raniery Paulino e Trócolli Jr não dizem em quem
votaram, pois não pertenceriam a esta ou aquela bancada. São os tais
independentes. Neste 2º mandato eles não serão contra, a favor, muito menos
pelo contrário. Temos, então, 06
deputados sem assento fixo. O jogo estaria empatado, pois situação e oposição
têm, ou teriam, 15 deputados cada uma. O X da questão é que os deputados
desbancados desempenham papel tirânico por terem o trunfo de decidirem
votações. Isso não desmereceria os méritos de quem parece estar aprendendo com
os erros do passado recente, em que pese o fato de que a relação entre os
poderes executivo e legislativo é sempre intermediada por longos dias com
infinitas noites ao meio.
AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES
SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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