suntos
para quem tem que analisar nossa realidade política diariamente. O PT é meu
manancial infindável de inspiração para escrever o POLITICANDO. Seja do ponto
de vista histórico, seja tratando da atualidade, o PT é um case para os
analistas. Agora mesmo temos que explicar como e porque o partido, que está
iniciando seu quarto mandato consecutivo no governo federal, enfrenta tantas
crises internas. Se o PT fosse uma dessas siglas nanicas de vida fácil, que
vendem seus corpos partidários e seus tempos no guia eleitoral em troca de
cargos no 2º e 3º escalões, eu não dedicaria uma linha sequer a ele. Mas, o PT
é o partido ao qual a pertence a presidente da República.
O PT tem a maior bancada na Câmara Federal, são 70 deputados. Possui 13
senadores, 5 governadores de Estado e ainda administra 635 cidades pelo Brasil afora,
São Paulo e João Pessoa dentre elas. Porque, afinal, esse partido enfrenta
tantas crises? Um eleitor paulistano que acha que todo nordestino é filiado ao
PT , que lê a Revista Veja semanalmente e que acredita que o Brasil seria
melhor sem o Nordeste, diria que o PT vive em crise devido as questões éticas e
morais, ou melhor, pela falta delas. Mas, isso explica apenas uma parte da
questão. Quando o PT era um empedernido defensor da moral e dos bons costumes,
quando só sabia ser pedra e não tinha, ainda, se tornado vidraça, já vivia suas
intermináveis crises políticas e ideológicas.
Quem não lembra o tempo em que as tendências petistas se engalfinhavam
para ver quem teria mais cargos na Executiva Nacional? Apesar de que, hoje em
dia, só existem dois Partidos dos Trabalhadores – o de Lula e o de Dilma. Sim,
o PT é uma das siglas mais enlameados que temos no Brasil, pois foi ele quem
aprimorou a histórica estratégia nacional, chamada mensalão, de gratificar
parlamentares em troca de votos pró-governo no Congresso Nacional. Eu disse
aprimorou, pois não foi o PT quem inventou a roda mensaleira. Mas, o PT não se
emenda mais. Ontem, seu tesoureiro, João Vaccari Neto, foi levado a uma
delegacia da Polícia Federal, em São Paulo, para depor no caso da Operação Lava
Jato. Ele não foi intimado, muito menos convidado. Agentes da PF tiveram que
pular o muro, da casa de Vaccari, para lhe entregar o mandato de condução
coercitiva, uma espécie de eufemismo para a velha e não tão boa prisão para
averiguação. Mais uma vez, dirigentes nacionais do PT vão aparecer nas páginas
policiais dos grandes jornais. Mas, quisera José Dirceu que os problemas do PT
fossem apenas pela escassez de atitudes éticas por parte de seus dirigentes.
Dilma se reelegeu, o PT cresceu como nunca, Lula já é candidato para 2018,
mas os petistas não se entendem. A quase derrota de Dilma expôs as fragilidades
do PT. A presidente chegou a admitir que seu partido quase botou tudo a perder.
Lula, claro, não está nem aí para isso por se colocar acima e além de seu
partido e do governo. Hoje, Lula só se preocupa com as experiências em seu
laboratório particular, a prefeitura de São Paulo, e com sua querida cobaia, o
prefeito Fernando Haddad.

Dilma foi reeleita, mas o PT se comporta como derrotado, sem moral para
impor a si mesmo a tal mudança. A crise é tão séria que o deputado Arlindo
Chinaglia foi pedir apoio, pasmem, ao PSDB na eleição para presidente da Câmara
dos Deputados. Os tucanos devem ter dado altas gargalhadas. Aliás, o PT
desaprendeu a atuar no Congresso. Vejam que a nova Mesa Diretora da Câmara dos
Deputados não traz um único petista em sua composição. O PT governa, mas quem
dá as cartas é o PMDB. O PT está em crise porque o sistema político-partidário
brasileiro está esgotado, em que pese ele ter sua própria crise endêmica. Mas,
não se iluda Marta Suplicy, o PT não vai se acabar, muito menos mudar. O PT é o
que é.
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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