sábado, 31 de março de 2012

ANALISANDO OS PRÉ-CANDIDATOS – DAVID LOBÃO


David Lobão é filiado ao PSOL. Têm 53 anos, é divorciado, professor e nascido em Sergipe. Ele foi candidato a governador da Paraíba em 2006, quando obteve 22.949 votos. Mesmo assim o TRE não disponibiliza o valor total de seus bens declarados. Aliás, no registro de sua candidatura, da eleição de 2006, vimos que ele não tinha bens a declarar.
Lobão teve importante papel nesta eleição. Os mais de 22 mil votos que teve no 1º turno forçaram a realização do 2º turno entre Cássio Cunha Lima e José Maranhão. Eu explico. Cássio terminou o 1º turno com 49.6% dos votos válidos, contra 48.74% de Maranhão e 1.21% de Lobão. Se somarmos os percentuais de Cássio e Lobão, teremos exatamente o necessário para que não houvesse o 2° turno. Para Lobão este resultado foi uma vitória. Nas entrevistas, falava em tom de comemoração por ter imposto aos seus adversários uma nova disputa. Agia como se estivesse saboreando o gelado prato da vingança.


Racionalizava a questão pela ótica do pequeno David que derrubou o gigante Golias.
E, sendo assim, Lobão não aceitou apoiar ninguém. Aliás, esta é uma característica sua e de seu partido - não são lá muito afeitos em fazer alianças. Para esta eleição, Lobão já disse que seu partido só comporá com o PCB e o PSTU e que se o entendimento não for possível o PSOL irá solitário mesmo para a eleição. Assim, Lobão terá no guia eleitoral aquele tempo reduzido que apenas o folclórico Enéas sabia tão bem utilizar. Lobão não poderá participar de alguns debates com os outros candidatos, pois seu partido não tem representantes na Câmara de Vereadores de Campina Grande. Ele tem ainda uma contumaz dificuldade financeira para realizar sua campanha. Em 2006, declarou ao TRE que gastaria a quantia de 300 mil reais em sua campanha.


Mas, nós sabemos bem, que essa quantia mal dá para pagar, por exemplo, a produção dos programas que vão ao ar no guia eleitoral. Mas, nada disso parece abalar a confiança de Lobão, que apresentou recentemente uma fórmula básica para ganhar a eleição, considerando as dificuldades. Disse Lobão que para combater os candidatos tradicionais que administram Campina há décadas, só basta falar a verdade. Simples assim! Pela fórmula de Lobão, não precisa fazer muito, basta falar a verdade que todo o resto se resolve. 


Chego a pensar que Lobão não quer ganhar eleição alguma. Seu discurso é raivoso. Tudo gira em torno da luta do bem contra o mal, sendo que sua candidatura representa, claro, o bem. Lobão se apresenta como o anti-candidato. O franco atirador pronto a abater quem na sua frente se postar. Ele é a pedra que não se preocupa com as dores da vidraça.


Lobão confunde sua atuação política com a vida profissional. Algum tempo atrás era ao mesmo tempo proprietário de uma escola e presidente do sindicato dos professores da rede privada. É possível acender a mesma vela para dois senhores? Lobão precisa responder a isso, além, claro, de que papel ele pretende desempenhar nesta eleição. Se o do franco atirador ou o do candidato que pleiteia um cargo público pelo voto.

sexta-feira, 30 de março de 2012

ANALISANDO OS PRÉ-CANDIDATOS – GUILHERME ALMEIDA.

Guilherme Almeida é filiado ao PSC. Têm 47 anos, é casado, e natural de campina grande. O valor total de seus bens declarados é de R$ 557.072,61. Guilherme entrou para político pelas mãos de sua família. Ele é neto de Elpídio de Almeida e Argemiro de Figueirêdo. E é filho de Orlando Almeida, que foi deputado estadual e prefeito de Campina Grande. Inclusive, ele estreou na política eleitoral se elegendo vereador em 1992, utilizando, em seu favor, a história política do seu pai.

Guilherme foi vereador por 4 legislaturas seguidas. Foi também secretario de obras e serviços urbanos no primeiro governo de Veneziano. Em 2010 foi eleito deputado estadual com 29.858 votos. Desse total, mais de 14 mil sufrágios foram obtidos em Campina Grande. Assim ele passou a pleitear a candidatura à prefeitura de campina grande. Desde o início sua articulação foi orientada para que o prefeito Veneziano o escolhesse como seu candidato e de seu grupo.


Guilherme é tido como bom deputado. Já foi escolhido como o segundo parlamentar mais atuante da Assembléia Legislativa Da Paraíba. Mas, ele carece de experiência administrativa já que nunca foi gestor. Assim como outros candidatos deve ir para a disputa majoritária pela primeira vez. Por isso não temos parâmetros para analisar como se portará na campanha eleitoral. Nada posso adiantar sobre sua participação em um debate, por exemplo.


Sabemos que ele tem um comportamento político moderado, que não é dado a explosões e agressividades.  Deve, por certo, obter vantagens com isso.  Mas, como se sabe, Veneziano lançou Tatiana Medeiros como candidata. Guilherme foi preterido, mas soube assimilar o golpe e segue aliado de veneziano.


Ele chega mesmo a agir, em alguns momentos, como se contasse com apoio incondicional do prefeito. Por vezes ele elogia e defende a gestão de Veneziano. Guilherme faz um jogo de aposta alta. Ele não considera a possibilidade de não ser candidato. Afirma que sua postulação é real e que irá até o fim do processo. Na verdade, ele aposta que Tatiana não decolará ou não chegará ao 2° turno. Assim, ele se tornaria a opção única de Veneziano para enfrentar a candidatura do grupo do senador Cássio Cunha Lima.
A única certeza de Guilherme, neste momento, é a de poder contar com o apoio de seu partido. Ele sabe que na convenção partidária terá sua candidatura chancelada. Inclusive, esta semana ele deu uma entrevista em que reconhecia que sua candidatura não é forte, por não contar com os apoios do prefeito e do governador.


Mas, esse não é único problema de Guilherme. Ele não tem uma política de alianças consistente. Ao que se sabe, apenas o PR deve vir a compor com o PSC. Assim, Guilherme corre o risco de chegar na eleição com o tempo para o guia eleitoral (no rádio e na TV) bastante reduzido. Como eu disse, este é mesmo um jogo de aposta muito alta. Guilherme segura suas cartas para uma única jogada, corre o risco de ter de sair do jogo mais cedo.

quinta-feira, 29 de março de 2012

ANALISANDO OS PRÉ-CANDIDATOS - MARLENE ALVES


Marlene Alves é filiada ao PC do B. É casada, fisioterapeuta e Reitora da UEPB desde 2005, estando em seu segundo mandato. Como ela nunca se candidatou a um cargo público fora da Universidade, esta é sua primeira postulação, o TRE não disponibiliza o valor total de seus bens declarados.

Marlene é militante do PC do B desde o começo da década de 80. E traz, como capital político, a marca dessa fidelidade partidária. Aliás, ela é parte de uma estratégia do PC do B para angariar mais espaços no estado da Paraíba. O partido elencou seus melhores quadros para buscar ocupar algo em torno de 50 prefeituras paraibanas.
Marlene vem da tradição sindical. Foi diretora e presidente da Associação dos Docentes da UEPB e é absolutamente identificada com as lutas e conquistas neste campo. Aliás, foi a partir do destaque que ela foi tendo como sindicalista que se abriu espaço para que ela chegasse a ser reitora da UEPB. Inevitavelmente, em sua campanha, Marlene vai lembrar aos eleitores de Campina Grande todos os avanços e conquistas de sua gestão frente a administração central da UEPB.
Como é de conhecimento de todos, os maiores avanços da UEPB aconteceram em sua gestão a exemplo da autonomia financeira e administrativa. Sem contar que os anos de reitorado permitiram a Marlene angariar uma vasta experiência técnico-administrativa e política. Mas, Marlene nunca foi testada nas urnas. Nunca experimentou os embates eleitorais numa cidade complexa como Campina Grande. Como ele se comportará nas atividades de campanha, a exemplo dos debates televisivos, é difícil precisar. Como se sairá quando as criticas e acusações vierem não temos como saber, vamos mesmo ter que esperar. Sabe-se que ela discursa e argumenta bem, mas sobre determinadas condições de temperatura e pressão que só uma campanha eleitoral possui tudo pode acontecer.
Nesse embate entre a administração central da UEPB e o governo do estado acerca da questão da lei da autonomia, vimos uma Marlene bastante segurança e confiante em seus argumentos. Vimos uma pessoa sensata e dona de suas emoções. Em momentos adversos soube portar-se bem, manteve a calma, mesmo quando elevou o tom de sua fala.
E esse é precisamente um problema que Mrlene deve começar a lidar. Em breve ela terá que se desincompatibilizar do cargo de reitora da UEPB para lidar com a campanha eleitoral. Ou seja, terá que se afastar, também, da questão da autonomia e das coisas da UEPB. Pois, ela é, claro, candidata a prefeita de Campina Grande, não a reitora da UEPB. Marlene terá que agir no sentido de fazer-se entender que tem uma agenda de candidata a cumprir e que não poderá ficar saindo de sua pauta para tratar da UEPB.
No entanto, isso não será fácil. Ela terá que manobrar com habilidade. Não poderá se distanciar de vez da UEPB, inclusive para não perder os apoios e votos que lá têm. Mas, terá que demonstrar para ao grande eleitorado de Campina Grande que tem propostas para a cidade. Terá que mostrar que sabe o que fazer, por exemplo, para acabar com a buraqueira das ruas. O eleitor de Campina Grande, aquele que não se envolve com as coisas da UEPB, vai querer saber qual a agenda de Marlene caso ela seja eleita prefeita.
Marlene terá que se esforçar para fazer com que seu fiel público acadêmico entenda que ela é candidata a se afastar da UEPB. Essa é a regra do jogo. Por fim, Marlene se apresenta como uma espécie de terceira via. Quer que vejam sua candidatura como não aliada a nenhum dos grupos políticos hegemônicos da Paraíba.
Mas, Marlene pode vir a ser o fiel da balança. Pode ser que, num acirrado 2º turno, ela venha a ter o papel de influenciar na decisão final do eleitorado e isso, convenhamos, é muita coisa.

quarta-feira, 28 de março de 2012

ANALISANDO AS PRÉ-CANDIDATURAS - TATIANA MEDEIROS


Tatiana Medeiros esta filiada ao PMDB. Têm 44 anos, é divorciada, médica e natural de Campina Grande. O valor total de seus bens declarados é de R$ 711. 937,21. Ela é atual secretaria de saúde da Prefeitura Municipal de Campina Grande e já foi coordenadora geral do Serviço De Atendimento Móvel De Urgência – SAMU. Em 2010 foi candidata a uma vaga na Assembléia Legislativa da Paraíba pelo PSL, obtendo 10.408 votos. Mas, isso não foi suficiente para sua eleição. Em 2008 viu seu filho mais velho, Cassiano Pereira, ser eleito vereador de campina grande, também pelo PSL, com 2.069 votos.

Tatiana foi protagonista do primeiro fato político relevante de 2012 - o anuncio do prefeito Veneziano Vital de que ele, o PMDB e sua família a apoiariam na disputa pela prefeitura de Campina Grande. O processo foi complicado! Cerca de seis aliados de Veneziano se enfrentaram publicamente para ver quem seria o escolhido para disputar sua sucessão.
Baseados numa pesquisa, que não foi publicada, a família Vital do Rêgo decidiu que Tatiana a representaria na eleição.  E, claro, ficamos com uma aliada satisfeita e vários insatisfeitos. As arestas ficaram. Saberá ou poderá Tatiana apará-las? Poderá contar com o decisivo apoio dos que foram preteridos? Existe, de fato, um clima favorável a sua candidatura dentro da base aliada de Veneziano?
No entanto, convenhamos, a escolha de Veneziano é coerente, na medida em que foi Tatiana quem, dentre os postulantes, postou-se em defesa do governo municipal. Tatiana está na linha de combate a defender o prefeito Veneziano contra tudo e contra todos. Ela demonstrou fidelidade e foi recompensada com a escolha. Simples Assim.
Aliás, esta eleição é de vida e morte para Veneziano, pois ele só viabiliza sua candidatura a governador da Paraíba em 2014 se resolver seu próprio dilema do poste. Ou seja, como ele pinçou alguém de sua equipe para emprestar seu capital político eleitoral, precisa emplacar esse nome para legitimar-se como liderança estadual, do contrário perde espaço.
A questão é que Tatiana é pouco experiente na política eleitoral. Nunca foi testada em uma eleição majoritária e na única vez que foi às urnas, perdeu. Mas, ela sabe racionalizar derrotas. Numa entrevista recente disse que a “candidatura de 2010 foi sem pretensões”, já que ela não é uma “política carreirista”. Tatiana tem que deixar suas pretensões claras. Deve assumir que quer fazer carreira na política, do contrário seguiria sua competente carreira de médica.
Sua experiência como gestora na área de saúde é feita de altos e baixos. Sendo sua secretaria estratégica, ela tem um enorme potencial de trabalho eleitoral nas mãos. Mas, alterna momentos em que apresenta coisas relevantes, como o projeto “Saúde Itinerante”, com momentos em que ocupa a imprensa para responder e/ou atacar os críticos da gestão do prefeito Veneziano. Sua marca registrada é a voracidade pela qual se dirige a todos aqueles que criticam as ações de sua secretaria. Por vezes, Tatiana extrapola o nível do diálogo.
Se é preciso, numa eleição, ter altivez para lidar com o endurecimento do embate, também se deve ter moderação para que a agressividade não sobresaia. Saberá Tatiana equilibrar-se entre estas duas características?

terça-feira, 27 de março de 2012

ANALISANDO OS PRÉ-CANDIDATOS - ROMERO RODRIGUES


Hoje eu iniciarei uma série de comentários sobre os pré-candidatos a prefeito de Campina Grande. Ao longo dos dias, tratarei de cada um deles em separado. E, ao final, farei uma análise geral. Longe de querer fixar conclusões, a ideia é contribuir para as decisões que teremos que tomar como eleitores.

Romero Rodrigues é filiado ao PSDB. Têm 45 anos, é casado, engenheiro agrônomo e natural de Galante. O valor total declarado de seus bens é de R$ 794.694,00. Nas eleições de 2010 foi eleito deputado federal com 95.293 votos, o equivalente a 4,88% dos votos válidos.

Ele já foi vereador em Campina Grande e deputado estadual. Nas eleições que já disputou foi sempre bem votado, por isso possui um bom capital eleitoral. É experiente na política institucional, principalmente na atuação parlamentar e costuma ser bem avaliado pelos que acompanham o dia-a-dia da Câmara dos Deputados.

Se por um lado isto é uma vantagem, por outro não deixa de ser uma desvantagem já que Romero nunca ocupou cargos majoritários. Ele nunca foi prefeito, por exemplo. Assim, não se sabe como ele se comportará no embate político-eleitoral na qualidade de candidato a prefeito. Ele nunca foi testado em um debate na TV, por exemplo.

Romero é conhecido pelo seu temperamento moderado. Raramente altera o tom da voz. Nos embates políticos, em geral, ele busca a conciliação. Com isso, deverá ter baixos índices de rejeição nas pesquisas eleitorais, em que pese não se saber se isso garante boas colocações nas mesmas pesquisas.

A questão é se ele adotará o tom altivo que a eleição campinense às vezes exige. Saberá lidar com as criticas e até mesmo acusações que inevitavelmente virão? Romero se mostra a vontade no desempenho das atividades parlamentares, parece ter sido talhado para isso. A dúvida é se ele se sentirá a vontade como prefeito, caso seja eleito, claro.

Mas, Romero tem um trunfo. Conta com o apoio de Cássio Cunha Lima. Que, além de seu parente próximo, é uma espécie de “irmão mais velho” no mundo da política. No PSDB não houve discussões sobre quem seria o candidato. Cássio foi tão direto quando anunciou seu apoio a Romero que impediu as disputas intra-partidárias. Assim, ele vai para a disputa sem ter que administrar insatisfações no seu partido e, fora dele, com os aliados. Nos dias de hoje, isso já é alguma coisa.

ROMERO PODE SER A PRIMEIRA MELHOR OPÇÃO, DA OPOSIÇÃO, PARA IMPEDIR A 3ª VITÓRIA CONSECUTIVA DO GRUPO LIDERADO PELOS IRMÃOS VENEZIANO E VITAL DO RÊGO. O GRUPO DE CÁSSIO CUNHA LIMA PRECISA DE UM NOME QUE POSSA ENFRENTAR A ESCOLHA DE VENEZIANO SEM OS RANÇOS DAS ELEIÇÕES PASSADAS.

Alguém que, mesmo associado aos enfrentamentos passados, possa emprestar leveza ao embate naturalmente acirrado. Algo que pesou sobremaneira para que ele fosse o escolhido foi o critério da fidelidade acima de tudo que devota a Cássio. Mas, isso pode ou não ser uma vantagem, pois uns vão nele votar porque Cássio o apóia, e outros não votaram exatamente por causa desse apoio.

Romero está de olho na grande votação que Cássio teve na última eleição e no fato que Ricardo Coutinho deve em muito sua vitória, para governador, ao empenho de CCL. 
Mas, é bom não esquecer, a transferência de votos é irregular no Brasil. Nem sempre o mesmo político consegue a mesma taxa de transferência de uma eleição para a outra.


SOBRE SE A CANDIDATURA DE ROMERO VAI DECOLAR A PONTO DE CHEGAR A UM 2º TURNO, VEJO CHANCES CONCRETAS. MAS, COMOS SE DIZ NA F1, UMA COISA É SE APROXIMAR, OUTRA É ULTRAPASSAR E GANHAR.

segunda-feira, 26 de março de 2012

É MESMO NECESSÁRIO O PODER PÚBLICO FINANCIAR TIMES DE FUTEBOL?


Esta semana o prefeito Veneziano Vital do Rêgo assinou contratos de patrocínio da PMCG com o Campinense Clube e o Treze Futebol clube. Para se colocar mais próximo dos times, e de suas torcidas, o prefeito foi aos locais de treinamento dos clubes para assinar os contratos.

A PMCG repassará 30 mil reais mensais para cada um dos times, por um prazo de dez meses. No final do contrato Campinense e Treze, juntos, terão recebido um total de 600 mil reais. Em contrapartida os dois times terão a logomarca da PMCG em suas camisas. A lógica é associar as marcas. Mas, é bom não esquecer, estamos tratando, também, de instituições políticas e/ou culturais.

Esta semana, no jogo contra o Botafogo carioca e antes mesmo da assinatura dos contratos, os jogadores do Treze traziam a logomarca da PMCG em suas camisas. Algo totalmente compreensível já que o jogo foi transmitido para todo o Brasil e não se poderia perder tão boa oportunidade de divulgação.

Vejam que quando as câmeras fechavam em cima dos jogadores do Treze se via bem a logomarca da PMCG. Aliás, via-se tudo menos o escudo do 13 F. Clube. O patrocínio é algo eficiente mesmo. Quando Léo Rocha perdeu o pênalti, com a fatídica cavadinha, as câmeras focaram toda a sua tristeza e, claro, a logomarca da PMCG.
Se o TSE proibiu o uso do Twitter, como forma de propaganda eleitoral, daqui a pouco vai ter que proibir o uso das camisas de times de futebol com fins eleitorais?

Mas, deixemos o futebol de lado e vamos falar de política. A questão que proponho discutir é se realmente é necessário o poder público financiar times de futebol.
Como se justificativa que dois times, com duas grandes torcidas, das maiores do norte-nordeste do Brasil por sinal, precisem receber dinheiro público? Como se explica que eles não sejam auto-suficientes?

Porque uma prefeitura deve financiar um time de futebol se ele tem uma inestimável fonte de renda que é sua torcida que compra ingressos para vê-lo jogar? Porque a PMCG deve entregar 600,00 mil reais para Campinense e Treze, quando se poderia investir mais e melhor em atividades esportivas nas escolas municipais?

Sempre se dirá que a PMCG está incentivando o desenvolvimento econômico de Campina Grande ao patrocinar os dois times locais. Se afirmará que nos contratos assinados existem termos que prevêem a adoção de uma política de incentivo à prática de esportes para jovens carentes. Também se dirá, que a PMCG investe nos times de futebol porque seus torcedores, quase todos eleitores nunca esqueçamos, assim o querem.

Aliás, todas as vezes que a PMCG assina esses contratos muitos torcedores comparecem as solenidades e tecem elogios ao prefeito por ele estar incentivando o futebol local.

Mas, vamos pensar, se o poder público desistisse em definitivo de patrocinar Campinense e Treze eles deixariam de existir, fechariam as portas? Será que a prioridade do poder público é financiar times de futebol que nunca prestam contas de suas movimentações financeiras, que sempre recebem estas “ajudas”, mas que estão sempre em situação falimentar?

Se a PMCG quer mesmo ajudar os times de futebol, porque não faz obras para dotar a cidade de uma infraestrutura eficiente que a torne atrativa para times de todo o Brasil que queiram vir aqui disputar jogos?

A PMCG quer mesmo incentivar o futebol? Porque não melhora as vias de acesso para o ESTÁDIO AMIGÃO? Porque não tenta dotar a cidade de um sistema de transporte público que funcione de forma eficiente nos dias de jogos?
 
Eu sou um raposeiro de quatro costados, mas não quero ver meu time recebendo dinheiro que é fruto dos impostos que pago. Até porque eu sei bem que raramente, ou nunca, ele presta contas de como se utiliza desse dinheiro.

sexta-feira, 23 de março de 2012

VOCÊ SABE O QUE É ACCOUNTABILITY?


Muito já se disse que uma eleição não deixa de ser o momento pelo qual eleitores julgam o desempenho de governantes e parlamentares.
Num sistema político representativo, eleições funcionam como o instrumento mais fácil para se avaliar a atuação dos políticos e de seus partidos.
Assim, os políticos devem ter em mente que, nas campanhas eleitorais, estão se submetendo a avaliação de seus atos e desempenhos por parte dos eleitores.
Por essa ótica, os políticos que correspondem às expectativas seriam reeleitos e os que decepcionam mandados para casa. Simples assim.
Políticos e eleitores devem atentar para o accountability. Eu já explico o que é isso, antes deixem-me dizer algo sobre o voto como critério de julgamento.
Votar dessa forma significa que o eleitor pondera sobre o comportamento dos governantes e o cumprimento das promessas de campanha para decidir em quem votar.
 Ele considera, ainda, a coerência entre as atitudes de alguém como candidato e como governante e, claro, o envolvimento em escândalos de qualquer natureza.
Convenhamos que utilizar esses critérios para decidir em quem votar é bem mais interessante do que vender ou trocar o voto. Mas, afinal, o que é accountability?
Accountability não possui tradução literal para o português. Mas, seu sentido vincula-se à ideia de “responsabilidade” e “prestação de contas”.
Os americanos usam accountability para, dentre outras coisas, responsabilizar uma pessoa pelos seus próprios atos. Políticos, inclusive, e principalmente.
Que um exemplo para accountability? Quando os comerciais de bebidas alcoólicas dizem “beba com moderação”, estão afirmando que se você for imoderado a responsabilidade é só sua.
No mundo da política, accountability refere-se, de modo geral, ao relacionamento entre governantes e cidadãos. Principalmente, no que toca aos mecanismos de controle.
Mecanismo de controle, são os instrumentos que os cidadãos possuem para acompanhar os atos dos governantes e parlamentares.
Um sistema político é tanto mais democrático quanto mais seus cidadãos tiverem acesso a mecanismos de controle que garantem bons índices de accountability.
O instituto de pesquisas Freedom House acompanha e avalia o desempenho de regimes políticos em 200 países pelo mundo afora e nos cinco continentes.
Ele afere os níveis, ou mesmo a inexistência de accountability através de indicadores como: grau de corrupção, liberdade de imprensa, participação da sociedade civil e lisura do pleito eleitoral.
Antes que o caro ouvinte diga que estou vendo coisas, que no mundo real da política brasileira isso tudo não passa de conversa para embalar bovinos, preciso esclarecer algo.
A combinação desses indicadores é de suma importância. Mas, se as eleições não aconteceram em um clima de plena lisura e com regras bem definidas, é bom esquecer todo o resto.
Se não tivermos eleições limpas e competitivas, o cidadão terá seu instrumento (o voto) para punir ou recompensar mandatários apenas como mera figuração do sistema representativo.

quinta-feira, 22 de março de 2012

VIVEMOS UMA ÉPOCA DE ESTULTA NORMALIDADE!


Vimos que a CPTRAN e o Ministério Público declararam guerra as chamadas “boates de otário” na cidade de campina grande.
As “boates de otário” são aqueles carros equipados com os tais paredões de som e estão por toda parte e em todo tipo de evento público ou privado.
Abusam do direito de transitar e poluem o meio ambiente. Após tantas reclamações as instituições resolveram agir. Já não era sem tempo!
Inclusive, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que proíbe o funcionamento em espaços públicos desses verdadeiros atentados a nossa saúde mental.
Eu torço que a proibição alcance os locais públicos e os espaços privados de livre acesso ao público. Desejo mesmo que os paredões e as boates sejam banidos de nossa sociedade.
Sugiro pensarmos sobre a questão política de tão sério problema, já que o espaço público é definido como aquele que é de uso comum e posse coletiva.
Persiste entre nós a confusão entre o que é público e o que é privado. Alguns lidam com o bem comum como se fosse sua propriedade, ao bel prazer de seus interesses.
Indaguei comerciantes e transeuntes de ruas centrais de campina grande sobre a poluição sonora, muitos disseram que sempre foi assim e que nunca vai mudar.
Já eu não aceito como normal o absurdo de ver o espaço público invadido por uma gente que faz na rua aquilo que só se faz em casa e assim mesmo em baixo volume para não incomodar a vizinhança.
Energúmenos e insensatos de todas as classes sociais danificam nossos ouvidos com o excremento que a indústria musical produz e as malas de carros depositam nas ruas.
Qual o direito de um néscio qualquer estacionar na “praça da bandeira” ao meio-dia, abrir a mala de seu carro e colocar em alto volume um desses “forrós de plástico” escatológico?
O tosco dirá que o carro é dele e o espaço é público. Na verdade, ele age assim por contar com a impunidade. Tivesse certeza da punição não o faria.
Sob o argumento, por certo justo, da “luta pela sobrevivência”, jovens deseducados transitam por onde bem querem com seus execráveis “carrinhos de cd”.
E, por favor, não me falem de zona de exclusão ou de silêncio. Pois, as ondas sonoras se propagam e desconhecem as limitações espaciais impostas pelo poder público.
A poluição sonora é uma praga. Na rua ou em casa não há sossego. E se o cidadão reclama, logo é destratado por aqueles que foram deseducados compulsivamente.
A toda hora tem um desses “divulgadores” do material fecal da usina musical mirando suas “cornetas” tonitruantes em direção a quem não quer escutá-las.
Mas, qual a responsabilidade do poder público nessa questão? Ele não é eficaz na fiscalização da forma como os espaços públicos são utilizados. O mesmo Estado que regulamenta é o que tem que fiscalizar.
Pior, gestores temem tomar medidas por recearem perder votos dos que se sintam prejudicados. Sem contar que, quando candidatos, são também poluidores do meio ambiente com suas propagandas eleitorais.
Quem esqueceu o barulho intenso das últimas duas eleições em Campina Grande? Candidatos falavam, em seus guias eleitorais, em defender o meio ambiente, mas poluíam as ruas com seus carros de som e suas pavorosas carreatas.
A iniciativa da CPTRAN e do Ministério Público é louvável e torço mesmo para que essas instituições saiam-se vitoriosas nessa guerra contra a estultice que equipa carros de nossa cidade.

quarta-feira, 21 de março de 2012

A LEI DA FICHA LIMPA VAI PEGAR?


O STF acabou de fazer uma espécie de reedição da lei da ficha limpa ao decidir que ela pode ser aplicada nas eleições deste ano.

Ou seja, aqueles candidatos que tem contas rejeitadas podem ser impedidos de disputarem a eleição ou de tomarem posse, caso eleitos.

A decisão foi apertada, como em muitas votações no STF. Por 4 votos a 3 definiu-se que não se concederá registro aos postulantes a cargos públicos.

Como se sabe, a lei da ficha limpa considera inelegível aquele que foi condenado, em decisão transitada e julgada, ou proferida por órgão colegiado.

O STF chove no molhado. Essas decisões já tinham sido tomadas. Mas, devido as nossas fragilidades institucionais, teve-se que reafirmar a existência da lei.

O fato é que ela ainda não foi dotada de efetividade para que se torne mais forte do que as vontades individuais.

Será que vamos seguir pondo em xeque uma lei que tem aspectos relevantes como o de ser fruto de iniciativa popular e o de impedir ou dificultar que os tais “fichas sujas” acessem cargos públicos?

Infelizmente, não somos lá muito afeitos em aceitar que normas e leis tenham vida longa. Preferimos mudar as regras do jogo, sempre quando ele está sendo jogado.

Numa democracia consolidada a lei entra em vigência e ponto final. Numa democracia frágil, se busca artifícios jurídicos e sortilégios políticos para se passar ao largo da lei.

É certo que muitos atores e partidos políticos não queriam, por motivos óbvios, que a lei da ficha limpa fosse aprovada e lutaram bastante contra ela.

Mas, constatando que a lei veio para ficar, foram elaborando meios para conviver com ela, sem que sejam alcançados pelo seu longo braço.

Veja-se que desde a criação da lei, e a cada nova eleição, tem sempre alguém recorrendo ao STF para questionar sua validade ou este ou aquele artigo dela.

Se toda lei tem validade a partir da data de sua publicação, então não tem o que se questionar. Claro, pode-se ter dúvidas pontuais.

A exemplo de que foi preciso esclarecer judicialmente, que os efeitos punitivos de uma lei não são retroativos a ela própria.

Por sinal, foi isso que permitiu que Cássio Cunha Lima tomasse posse no senado, mesmo tendo sido cassado do cargo de governador.

Aliás, temos um caso sui generis aqui na Paraíba. A partir desse novo cenário, Cássio fica inelegível até 2014. A mãe de todas as contradições é que ele é Senador da República.

Das duas uma – ou ele é inelegível e não assume cargos, ou assume cargos e pode se candidatar! Podemos conviver com essa situação? Um ator político ser ficha suja e ficha limpa ao mesmo tempo?

Precisamos nos habituar a respeitar as leis que são ou não fruto da vontade popular. Devemos nos submeter a elas. Chega de tentar subvertê-las ao nosso bel prazer.

terça-feira, 20 de março de 2012

AFINAL, O QUE ESTÁ ACONTECENDO NA CAPITAL?


Desde 1998, acompanho, como analista, eleições em nosso país. Já vi de tudo um pouco. Não deveria, mas vez por outra termino me surpreendo.
Temos casos que chamam atenção pela rapidez com que os fatos se dão e pela capacidade de mudar bruscamente a paisagem eleitoral. Vejamos um deles.
Acreditava-se que a eleição em João Pessoa seria das mais tranquilas. A candidatura do prefeito Luciano Agra era indiscutível e sua reeleição tida como certa.
Mas, eis que “Imponderável da Silva” (personagem de Nelson Rodrigues) surgiu. Agra se retirou da disputa e mudou drasticamente o cenário político da capital.
Convenhamos, não é toda dia que um prefeito líder nas pesquisas, com cerca de 60% de aprovação de sua gestão, desiste de buscar sua reeleição.
A pergunta que não quer calar é: porque um governante tão bem avaliado desiste abruptamente do embate, considerando suas boas chances de vencer?
Racionalizando seu ato, Agra disse “não ser afeito ao jogo bruto da política, aos sofismas e frases de efeito”. Melhor para ele, pois ficou fora de um jogo onde, como diria o inefável ACM, “abaixo do pescoço tudo é canela”
Tinha razão Agra, sua candidatura foi implodida pelos seus aliados, num jogo de bastidores que o desgastou ao ponto do desespero e da desistência.
A decisão final foi tomada em comum acordo com o governador Ricardo Coutinho? Ou será que se seguiu o modus operandis ricardista de tomar decisões unilaterais?
A escolha de Estelizabel Bezerra para seguir na disputa parece ter sido, também, uma decisão solitária do governador. Mas, Imponderável da Silva já tinha fincado pé na capital.
Enquanto o “Coletivo Girassol”, uma espécie de eufemismo para os ricardistas, agitava as bandeiras, os aliados descontentes zeravam o jogo, sinalizando que não aceitariam mais uma imposição de Coutinho.
Lançaram o Secretario Estadual de Comunicação Nonato Bandeira e deu-se o imbróglio, pois manda a boa norma da política que aliados fiquem juntos, não separados!
Ricardo, ao que parece, disse a Nonato e a Estelizabel que fossem a luta e conquistassem a maior quantidade de corações e mentes até as convenções partidárias.
Nonato aparece bem na disputa. O PPS fez um congresso e contou com presenças expressivas do arco de aliança do governador, a exemplo de Cássio Cunha Lima e, claro, Luciano Agra.
Estelizabel tem dificuldades para ir além do arco dos movimentos sociais. Ela até tentou estabelecer um canal de diálogo com Cássio Cunha Lima, mas ele não se mostrou receptivo.
Vejamos como se expressam as preferências. Cássio ignorou classicamente Estelizabel quando disse que o partido dela (PSB) não tinha definido, ainda, sua candidatura.
Disse que o PSDB tem a candidatura própria do senador Cícero Lucena. Mas, até os pombos da Praça da Bandeira sabem que Cássio e Cícero não mais se afinam. Por fim, Cássio foi abraçar Nonato Bandeira.
Estelizabel acusou o golpe e recorreu ao Imponderável a Silva. Vemos agora a movimentação de Ricardo Coutinho buscando, pasmem, a rota de José Maranhão.
Ricardo e Maranhão conversam, sabemos. Se Nonato é mesmo candidato, com apoio de Cássio, Estelizabel pode ser a vice de Maranhão. E o governador SE faria presente nos dois pólos.
o confuso cenário da eleição pessoense se refletirá em 2014. Teve razão Luciano Agra em rejeitar o jogo bruto da política? Não sei! Sei que quem tem razão é o antropólogo Roberto DaMatta que diz que a política brasileira não é para principiantes.

segunda-feira, 19 de março de 2012

TSE QUER BANIR O TWITTER DAS ELEIÇÕES


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acabou de decidir que os candidatos, às próximas eleições, só podem utilizar o Twitter a partir de 06 de julho, quando começa a campanha eleitoral.
A decisão foi apertada. Quatro ministros votaram contra e três a favor. Prova que eles mesmos não chegaram a um consenso e buscaram o critério da maioria, simples diga-se de passagem.
Ao que tudo indica a decisão será contestada, pois o Partido Popular Socialista (PPS) já anunciou que pretende recorrer da decisão junto ao Supremo Tribunal Federal.
Ou seja, temos mais polêmicas à vista, num momento em que o jogo político eleitoral já começou. Algum problema com as polêmicas? Nenhum, pois o analista político se alimenta delas.
O fato é que tenho duas questões a levantar. As duas, inclusive, servem para demonstrar o quanto nossas instituições políticas são frágeis.
A primeira é que tanto a justiça como os partidos e atores políticos brasileiros ainda não entenderam que não adianta remar contra a maré.
Eles continuam, como diria Renato Russo, insistindo em usar os remos, tendo um potente motor no barco. Ou seja, eles ainda não entenderam que estamos na era da comunicação.
E veja como o caso é serio. O ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STE, demonstrou não ter muita intimidade com essa ferramenta. Mas mesmo assim estava julgando a questão.
A ministra Carmem Lúcia, que votou contra, disse que vedar o uso do Twitter é a mesma coisa que proibir conversa em mesa de bar.
Na eleição passada a Câmara dos Deputados e o Senado tentaram criar limitações para o uso eleitoral da internet. Vê-se, então, que não estamos tratando de uma exceção.
Se os ditadores da Ásia e da África não conseguem proibir que as pessoas acessem a rede mundial de computadores, o que dirá nossa elite política.
Assim, continuamos a não ter uma real reforma política. Insiste-se na perfumaria, quando deveria-se tratar do núcleo duro da questão.
Ao invés de tentar impedir que as pessoas se comuniquem livremente, por que não enfrentar o tal do “caixa dois” das campanhas. E Isso remete a segunda questão.
Não fazemos a reforma política, para fortalecermos nossas instituições, nos momentos não eleitorais. Preferimos legislar quando o jogo político-eleitoral já começou.
Nossa democracia é imatura e aceita mudanças que interferem nas regras do jogo, mesmo quando ele já está em andamento.
Imaginem agora a correria que vai ser por parte daqueles que já vinham usando o Twitter em suas estratégias de campanha. Terão que esperar até o dia 06 de julho?
Criar incertezas, antes mesmo da contenta propriamente dita começar, só fragiliza ainda mais nosso sistema democrático.

sexta-feira, 16 de março de 2012

POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, NA CAMPINA FM.


A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA (19/03/2012) FAREI UM COMENTÁRIO DIÁRIO NO JORNAL INTEGRAÇÃO DA RADIO CAMPINA FM (93,1), QUE COMEÇA SEMPRE, E PONTUALMENTE, AS 6H30M E VAI ATÉ AS 8 HORAS DA MANHÃ


A COLUNA, INTITULADA “POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS”, TERÁ UMA DURAÇÃO DE 3 MINUTOS, E IRÁ AO AR DE SEGUNDA A SÁBADO.


BASICAMENTE FAREI COMENTÁRIOS E ANÁLISES SOBRE A POLÍTICA LOCAL, REGIONAL E NACIONAL. CLARO, O DESTAQUE NESTE ANO SERÁ PARA O ACOMPANHAMENTO DA CAMPANHA ELEITORAL VISANDO O PLEITO MUNICIPAL DE OUTUBRO PRÓXIMO.

MAS, NÃO ME FURTAREI EM COMENTAR SOBRE AS COISAS DA POLÍTICA (INSTITUCIONAL OU NÃO) E ATÉ MESMO SOBRE ALGUNS TEMAS CADENTES RELATIVOS ÀS COISAS DE NOSSA SOCIEDADE.
TAMBÉM, ACEITAREI DE BOM GRADO ALGUMAS POLÊMICAS. BEM DITO, POLÊMICAS, NÃO FALSOS DILEMAS.

PENSO SER NECESSÁRIO PONTUAR O QUANTO ESTOU SATISFEITO COM ESSA NOVA FASE DE MEU, JÁ CONHECIDO, TRABALHO COMO ANALISTA POLÍTICO JUNTO A IMPRENSA.
ESPERO PODER ATENDER A ALGUMAS EXPECTATIVAS EM MIM DEPOSITADAS E, CLARO, CONTAR COM A AUDIÊNCIA DE TODOS.

POR FIM, GOSTARIA DE AGRADECER AO CONVITE FEITO PELA CAMPINA FM, ATRAVÉS DE SUA DIRETORA-PRESIDENTE MARILENA MOTA E DE ARQUIMEDES DE CASTRO, EDITOR-CHEFE DA RADIO, QUE SOUBERAM VALORIOZAR E ENTENDER O PAPEL DO CIENTISTA POLÍTICO NESTA TÃO PRÓXIMA, E ÀS VEZES TÃO DISTANTE, SEARA DE NOSSA VIDA.
 



terça-feira, 13 de março de 2012

Ensaios sobre Antropologia Política


Elizabeth Christina é professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e História da Universidade Federal de Campina Grande. Bebeth, como é mais conhecida em nosso meio acadêmico, desenvolve pesquisas nas áreas de Cultura, Mídia e Política, focando suas atenções na questão da espetacularização da política em campanhas eleitorais e na construção da imagem pública dos políticos.

Agora, ela lança “ENSAIOS DE ANTROPOLOGIA DA POLÍTICA” pela Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB), algo oportuna já que nos preparamos para “enfrentar” mais um processo eleitoral.

O livro demonstra em sua plenitude o metiê do pesquisador das Ciências Sociais, i.e., aquilo que está em nosso meio, que é tido como normal e que, mesmo absurdo, perdeu a capacidade de chocar a sociedade ganha outro tratamento pelas mãos de Bebeth. Aqui o absurdo não é normalizado, pelo contrário, é desnudo. Se numa campanha eleitoral é normalmente aceito que pessoas sejam achincalhadas publicamente, no livro se demonstra, por exemplo, os “excessos” por trás de “inocentes” músicas de campanha.
Assim como na dramaturgia, em “O uso de músicas em campanhas eleitorais e o lugar da ética na política” o que seria cômico, vira trágico; o que deveria ser levado a sério, se torna risível; o que seria unicamente características da personalidade de um ator político, é transformado em defeitos ou mesmo desvios de comportamento. Enfim, pelas músicas (que Bebeth deu-se ao trabalho de recolher, em que pese o desgaste em ter que ouvi-las) se percebe o que já algum tempo venho chamando, ironicamente, claro, de a “festa da democracia”.

Ainda, temos uma lúcida abordagem sobre a “Emergência do feminino em campanhas eleitorais”. Nada mais proposital, já que a campanha eleitoral deste ano, em Campina Grande, deverá ser por elas monopolizada.

Os artigos que compõem este livro tentam trazer a política para o campo da cultura e construir uma ideia de política marcada e atravessada pelo cotidiano de práticas, nas quais se sobressaem os laços de fidelidade, de amizade, as adesões, o lugar social da mulher, a reatualização das rivalidades através das músicas de campanha e o uso de charges com mensagens subliminares a respeito da política, dos políticos e de suas práticas, esperando que tais fazeres, ao serem permeados e iluminados pela cultura, ofereçam novas e múltiplas for­mas de pensar as instituições e as práticas políticas.

Boa Leitura!!!

domingo, 11 de março de 2012

Recuo dos recuos


Como se consolida uma democracia? Deve ter sido nisso que pensava Eliane Cantanhêde quando escreveu esse artigo, publicado hoje (11/03/2012) na Folha de São Paulo. Uma democracia só vai de solidificando quando as decisões que suas Instituições Políticas tomam vão sendo implantadas na sociedade com tempo suficiente para serem testadas. Fundamentalmente, esse é um princípio das democracias modernas - respeitar as decisões tomadas, sem recuar para agradar a alguns interesses pontuais.

Recuo dos recuos
Houve um festival de recuos na semana passada. Seria cômico, se não fosse trágico. Comecemos pelo Supremo. Na quarta, por 8 a 1, considerou inconstitucional o Instituto Chico Mendes, criado por uma medida provisória aprovada sem passar por uma comissão especial de deputados e senadores. Na quinta, por 7 a 2, voltou atrás. A exigência de comissões para MPs passou a ser só a partir de agora.
Mantida a primeira votação, seria criado um limbo jurídico para cerca de 560 MPs sujeitas a questionamento. Exemplos: Bolsa Família, ProUni, lei do salário mínimo, transgênicos, leis da Copa e da Olimpíada e vai por aí afora. Um caos, portanto.
Outro recuo foi na cobrança de multa para empresas que paguem salários diferentes para mulheres e homens em funções iguais. Na quarta, a Câmara aprovou, Dilma comemorou e até anunciou que iria pes-soalmente ao Congresso para a sanção. Na quinta, líderes governistas no Senado acataram o chororô patronal e a Casa Civil subitamente passou a achar o texto "mal redigido". Conclusão: o projeto, tão comemorado, subiu no telhado. Era para ser um, vai ser outro. E sabe-se lá quando. Dilma vai ao Congresso, mas sem sancionar coisa nenhuma.
Um terceiro vexame começou com a Fifa dizendo que o Brasil merece "um chute no traseiro". Depois alegou que a tradução estava errada (certamente, a culpa foi da imprensa...) e, enfim, pediu desculpas. Aldo Rebelo (Esporte) atacou e recuou, aceitando as desculpas. Ficou o dito pelo não dito, todo mundo com a garganta arranhando.
E não parou aí: o Senado derrotou em votação secreta o candidato do peito de Dilma para a ANTT (agência de transportes terrestres). Agora é ver quem assume o voto e quem recua: "Eu?! Eu votei a favor!". Sem anonimato, a conta de 36 a 31 fecha? Um ET que desembarcasse aqui acharia tudo surreal. Como brasileiros, já estamos acostumados...