terça-feira, 13 de março de 2012

Ensaios sobre Antropologia Política


Elizabeth Christina é professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e História da Universidade Federal de Campina Grande. Bebeth, como é mais conhecida em nosso meio acadêmico, desenvolve pesquisas nas áreas de Cultura, Mídia e Política, focando suas atenções na questão da espetacularização da política em campanhas eleitorais e na construção da imagem pública dos políticos.

Agora, ela lança “ENSAIOS DE ANTROPOLOGIA DA POLÍTICA” pela Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB), algo oportuna já que nos preparamos para “enfrentar” mais um processo eleitoral.

O livro demonstra em sua plenitude o metiê do pesquisador das Ciências Sociais, i.e., aquilo que está em nosso meio, que é tido como normal e que, mesmo absurdo, perdeu a capacidade de chocar a sociedade ganha outro tratamento pelas mãos de Bebeth. Aqui o absurdo não é normalizado, pelo contrário, é desnudo. Se numa campanha eleitoral é normalmente aceito que pessoas sejam achincalhadas publicamente, no livro se demonstra, por exemplo, os “excessos” por trás de “inocentes” músicas de campanha.
Assim como na dramaturgia, em “O uso de músicas em campanhas eleitorais e o lugar da ética na política” o que seria cômico, vira trágico; o que deveria ser levado a sério, se torna risível; o que seria unicamente características da personalidade de um ator político, é transformado em defeitos ou mesmo desvios de comportamento. Enfim, pelas músicas (que Bebeth deu-se ao trabalho de recolher, em que pese o desgaste em ter que ouvi-las) se percebe o que já algum tempo venho chamando, ironicamente, claro, de a “festa da democracia”.

Ainda, temos uma lúcida abordagem sobre a “Emergência do feminino em campanhas eleitorais”. Nada mais proposital, já que a campanha eleitoral deste ano, em Campina Grande, deverá ser por elas monopolizada.

Os artigos que compõem este livro tentam trazer a política para o campo da cultura e construir uma ideia de política marcada e atravessada pelo cotidiano de práticas, nas quais se sobressaem os laços de fidelidade, de amizade, as adesões, o lugar social da mulher, a reatualização das rivalidades através das músicas de campanha e o uso de charges com mensagens subliminares a respeito da política, dos políticos e de suas práticas, esperando que tais fazeres, ao serem permeados e iluminados pela cultura, ofereçam novas e múltiplas for­mas de pensar as instituições e as práticas políticas.

Boa Leitura!!!