Elizabeth
Christina é professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e
História da Universidade Federal de Campina Grande. Bebeth, como é mais
conhecida em nosso meio acadêmico, desenvolve pesquisas nas áreas de Cultura, Mídia
e Política, focando suas atenções na questão da espetacularização da política
em campanhas eleitorais e na construção da imagem pública dos políticos.
Agora,
ela lança “ENSAIOS DE ANTROPOLOGIA DA
POLÍTICA” pela Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB), algo
oportuna já que nos preparamos para “enfrentar” mais um processo eleitoral.
O
livro demonstra em sua plenitude o metiê do pesquisador das Ciências Sociais,
i.e., aquilo que está em nosso meio, que é tido como normal e que, mesmo
absurdo, perdeu a capacidade de chocar a sociedade ganha outro tratamento pelas
mãos de Bebeth. Aqui o absurdo não é normalizado, pelo contrário, é desnudo. Se
numa campanha eleitoral é normalmente aceito que pessoas sejam achincalhadas publicamente,
no livro se demonstra, por exemplo, os “excessos” por trás de “inocentes” músicas
de campanha.
Assim
como na dramaturgia, em “O uso de músicas
em campanhas eleitorais e o lugar da ética na política” o que seria cômico,
vira trágico; o que deveria ser levado a sério, se torna risível; o que seria
unicamente características da personalidade de um ator político, é transformado
em defeitos ou mesmo desvios de comportamento. Enfim, pelas músicas (que Bebeth
deu-se ao trabalho de recolher, em que pese o desgaste em ter que ouvi-las) se
percebe o que já algum tempo venho chamando, ironicamente, claro, de a “festa
da democracia”.
Ainda,
temos uma lúcida abordagem sobre a “Emergência
do feminino em campanhas eleitorais”. Nada mais proposital, já que a
campanha eleitoral deste ano, em Campina Grande , deverá ser por elas monopolizada.
Os
artigos que compõem este livro tentam trazer a política para o campo da cultura
e construir uma ideia de política marcada e atravessada pelo cotidiano de práticas,
nas quais se sobressaem os laços de fidelidade, de amizade, as adesões, o lugar
social da mulher, a reatualização das rivalidades através das músicas de
campanha e o uso de charges com mensagens subliminares a respeito da política,
dos políticos e de suas práticas, esperando que tais fazeres, ao serem
permeados e iluminados pela cultura, ofereçam novas e múltiplas formas de
pensar as instituições e as práticas políticas.
Boa
Leitura!!!