quinta-feira, 22 de março de 2012

VIVEMOS UMA ÉPOCA DE ESTULTA NORMALIDADE!


Vimos que a CPTRAN e o Ministério Público declararam guerra as chamadas “boates de otário” na cidade de campina grande.
As “boates de otário” são aqueles carros equipados com os tais paredões de som e estão por toda parte e em todo tipo de evento público ou privado.
Abusam do direito de transitar e poluem o meio ambiente. Após tantas reclamações as instituições resolveram agir. Já não era sem tempo!
Inclusive, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que proíbe o funcionamento em espaços públicos desses verdadeiros atentados a nossa saúde mental.
Eu torço que a proibição alcance os locais públicos e os espaços privados de livre acesso ao público. Desejo mesmo que os paredões e as boates sejam banidos de nossa sociedade.
Sugiro pensarmos sobre a questão política de tão sério problema, já que o espaço público é definido como aquele que é de uso comum e posse coletiva.
Persiste entre nós a confusão entre o que é público e o que é privado. Alguns lidam com o bem comum como se fosse sua propriedade, ao bel prazer de seus interesses.
Indaguei comerciantes e transeuntes de ruas centrais de campina grande sobre a poluição sonora, muitos disseram que sempre foi assim e que nunca vai mudar.
Já eu não aceito como normal o absurdo de ver o espaço público invadido por uma gente que faz na rua aquilo que só se faz em casa e assim mesmo em baixo volume para não incomodar a vizinhança.
Energúmenos e insensatos de todas as classes sociais danificam nossos ouvidos com o excremento que a indústria musical produz e as malas de carros depositam nas ruas.
Qual o direito de um néscio qualquer estacionar na “praça da bandeira” ao meio-dia, abrir a mala de seu carro e colocar em alto volume um desses “forrós de plástico” escatológico?
O tosco dirá que o carro é dele e o espaço é público. Na verdade, ele age assim por contar com a impunidade. Tivesse certeza da punição não o faria.
Sob o argumento, por certo justo, da “luta pela sobrevivência”, jovens deseducados transitam por onde bem querem com seus execráveis “carrinhos de cd”.
E, por favor, não me falem de zona de exclusão ou de silêncio. Pois, as ondas sonoras se propagam e desconhecem as limitações espaciais impostas pelo poder público.
A poluição sonora é uma praga. Na rua ou em casa não há sossego. E se o cidadão reclama, logo é destratado por aqueles que foram deseducados compulsivamente.
A toda hora tem um desses “divulgadores” do material fecal da usina musical mirando suas “cornetas” tonitruantes em direção a quem não quer escutá-las.
Mas, qual a responsabilidade do poder público nessa questão? Ele não é eficaz na fiscalização da forma como os espaços públicos são utilizados. O mesmo Estado que regulamenta é o que tem que fiscalizar.
Pior, gestores temem tomar medidas por recearem perder votos dos que se sintam prejudicados. Sem contar que, quando candidatos, são também poluidores do meio ambiente com suas propagandas eleitorais.
Quem esqueceu o barulho intenso das últimas duas eleições em Campina Grande? Candidatos falavam, em seus guias eleitorais, em defender o meio ambiente, mas poluíam as ruas com seus carros de som e suas pavorosas carreatas.
A iniciativa da CPTRAN e do Ministério Público é louvável e torço mesmo para que essas instituições saiam-se vitoriosas nessa guerra contra a estultice que equipa carros de nossa cidade.