Vimos que a CPTRAN e o Ministério Público declararam guerra as chamadas
“boates de otário” na cidade de campina grande.
As “boates de otário”
são aqueles carros equipados com os tais paredões de som e estão por toda parte
e em todo tipo de evento público ou privado.
Abusam do direito de
transitar e poluem o meio ambiente. Após tantas reclamações as instituições
resolveram agir. Já não era sem tempo!
Inclusive, tramita na Câmara
dos Deputados um projeto de lei que proíbe o funcionamento em espaços públicos
desses verdadeiros atentados a nossa saúde mental.
Eu torço
que a proibição alcance os locais públicos e os espaços privados de livre
acesso ao público. Desejo mesmo que os paredões e as boates sejam banidos de
nossa sociedade.
Sugiro pensarmos sobre a questão
política de tão sério problema, já que o espaço público é definido como aquele
que é de uso comum e posse coletiva.
Persiste entre nós a confusão entre
o que é público e o que é privado. Alguns lidam com o bem comum como se fosse
sua propriedade, ao bel prazer de seus interesses.
Indaguei comerciantes e transeuntes
de ruas centrais de campina grande sobre a poluição sonora, muitos disseram que
sempre foi assim e que nunca vai mudar.
Já eu não aceito como normal o
absurdo de ver o espaço público invadido por uma gente que faz na rua aquilo
que só se faz em casa e assim mesmo em baixo volume para não incomodar a
vizinhança.
Energúmenos e insensatos de todas as
classes sociais danificam nossos ouvidos com o excremento que a indústria
musical produz e as malas de carros depositam nas ruas.
Qual o direito de um néscio qualquer
estacionar na “praça da bandeira” ao meio-dia, abrir a mala de seu carro e
colocar em alto volume um desses “forrós de plástico” escatológico?
O tosco dirá que o carro é dele e o
espaço é público. Na verdade, ele age assim por contar com a impunidade. Tivesse
certeza da punição não o faria.
Sob o argumento, por certo justo, da
“luta pela sobrevivência”, jovens deseducados transitam por onde bem querem com
seus execráveis “carrinhos de cd”.
E, por favor, não me falem de zona
de exclusão ou de silêncio. Pois, as ondas sonoras se propagam e desconhecem as
limitações espaciais impostas pelo poder público.
A poluição sonora é uma praga. Na
rua ou em casa não há sossego. E se o cidadão reclama, logo é destratado por
aqueles que foram deseducados compulsivamente.
A toda hora tem um desses “divulgadores”
do material fecal da usina musical mirando suas “cornetas” tonitruantes em
direção a quem não quer escutá-las.
Mas, qual a responsabilidade do
poder público nessa questão? Ele não é eficaz na fiscalização da forma como os
espaços públicos são utilizados. O mesmo Estado que regulamenta é o que tem que
fiscalizar.
Pior, gestores temem tomar medidas
por recearem perder votos dos que se sintam prejudicados. Sem contar que,
quando candidatos, são também poluidores do meio ambiente com suas propagandas
eleitorais.
Quem esqueceu o barulho intenso das
últimas duas eleições em
Campina Grande ? Candidatos falavam, em seus guias eleitorais,
em defender o meio ambiente, mas poluíam as ruas com seus carros de som e suas
pavorosas carreatas.
A iniciativa da CPTRAN e do Ministério
Público é louvável e torço mesmo para que essas instituições saiam-se
vitoriosas nessa guerra contra a estultice que equipa carros de nossa cidade.