sábado, 31 de março de 2012

ANALISANDO OS PRÉ-CANDIDATOS – DAVID LOBÃO


David Lobão é filiado ao PSOL. Têm 53 anos, é divorciado, professor e nascido em Sergipe. Ele foi candidato a governador da Paraíba em 2006, quando obteve 22.949 votos. Mesmo assim o TRE não disponibiliza o valor total de seus bens declarados. Aliás, no registro de sua candidatura, da eleição de 2006, vimos que ele não tinha bens a declarar.
Lobão teve importante papel nesta eleição. Os mais de 22 mil votos que teve no 1º turno forçaram a realização do 2º turno entre Cássio Cunha Lima e José Maranhão. Eu explico. Cássio terminou o 1º turno com 49.6% dos votos válidos, contra 48.74% de Maranhão e 1.21% de Lobão. Se somarmos os percentuais de Cássio e Lobão, teremos exatamente o necessário para que não houvesse o 2° turno. Para Lobão este resultado foi uma vitória. Nas entrevistas, falava em tom de comemoração por ter imposto aos seus adversários uma nova disputa. Agia como se estivesse saboreando o gelado prato da vingança.


Racionalizava a questão pela ótica do pequeno David que derrubou o gigante Golias.
E, sendo assim, Lobão não aceitou apoiar ninguém. Aliás, esta é uma característica sua e de seu partido - não são lá muito afeitos em fazer alianças. Para esta eleição, Lobão já disse que seu partido só comporá com o PCB e o PSTU e que se o entendimento não for possível o PSOL irá solitário mesmo para a eleição. Assim, Lobão terá no guia eleitoral aquele tempo reduzido que apenas o folclórico Enéas sabia tão bem utilizar. Lobão não poderá participar de alguns debates com os outros candidatos, pois seu partido não tem representantes na Câmara de Vereadores de Campina Grande. Ele tem ainda uma contumaz dificuldade financeira para realizar sua campanha. Em 2006, declarou ao TRE que gastaria a quantia de 300 mil reais em sua campanha.


Mas, nós sabemos bem, que essa quantia mal dá para pagar, por exemplo, a produção dos programas que vão ao ar no guia eleitoral. Mas, nada disso parece abalar a confiança de Lobão, que apresentou recentemente uma fórmula básica para ganhar a eleição, considerando as dificuldades. Disse Lobão que para combater os candidatos tradicionais que administram Campina há décadas, só basta falar a verdade. Simples assim! Pela fórmula de Lobão, não precisa fazer muito, basta falar a verdade que todo o resto se resolve. 


Chego a pensar que Lobão não quer ganhar eleição alguma. Seu discurso é raivoso. Tudo gira em torno da luta do bem contra o mal, sendo que sua candidatura representa, claro, o bem. Lobão se apresenta como o anti-candidato. O franco atirador pronto a abater quem na sua frente se postar. Ele é a pedra que não se preocupa com as dores da vidraça.


Lobão confunde sua atuação política com a vida profissional. Algum tempo atrás era ao mesmo tempo proprietário de uma escola e presidente do sindicato dos professores da rede privada. É possível acender a mesma vela para dois senhores? Lobão precisa responder a isso, além, claro, de que papel ele pretende desempenhar nesta eleição. Se o do franco atirador ou o do candidato que pleiteia um cargo público pelo voto.