Esta semana o prefeito Veneziano
Vital do Rêgo assinou contratos de patrocínio da PMCG com o Campinense Clube e
o Treze Futebol clube. Para se colocar mais próximo dos times, e de suas
torcidas, o prefeito foi aos locais de treinamento dos clubes para assinar os
contratos.
A PMCG repassará 30
mil reais mensais para cada um dos times, por um prazo de dez meses. No final
do contrato Campinense e Treze, juntos, terão recebido um total de 600 mil
reais. Em contrapartida os dois times terão a logomarca da PMCG em suas
camisas. A lógica é associar as marcas. Mas, é bom não esquecer, estamos
tratando, também, de instituições políticas e/ou culturais.
Esta semana, no jogo
contra o Botafogo carioca e antes mesmo da assinatura dos contratos, os
jogadores do Treze traziam a logomarca da PMCG em suas camisas. Algo totalmente compreensível já que o jogo foi
transmitido para todo o Brasil e não se poderia perder tão boa oportunidade de
divulgação.
Vejam que quando as
câmeras fechavam em cima dos jogadores do Treze se via bem a logomarca da PMCG.
Aliás, via-se tudo menos o escudo do 13 F . Clube. O patrocínio é algo eficiente
mesmo. Quando Léo Rocha perdeu o pênalti, com a fatídica cavadinha, as câmeras
focaram toda a sua tristeza e, claro, a logomarca da PMCG.
Se o TSE proibiu o uso
do Twitter, como forma de propaganda eleitoral, daqui a pouco vai ter que
proibir o uso das camisas de times de futebol com fins eleitorais?
Mas, deixemos o
futebol de lado e vamos falar de política. A questão que proponho discutir é se
realmente é necessário o poder público financiar times de futebol.
Como se justificativa
que dois times, com duas grandes torcidas, das maiores do norte-nordeste do Brasil
por sinal, precisem receber dinheiro público? Como se explica que eles não
sejam auto-suficientes?
Porque uma prefeitura
deve financiar um time de futebol se ele tem uma inestimável fonte de renda que
é sua torcida que compra ingressos para vê-lo jogar? Porque a PMCG deve
entregar 600,00 mil reais para Campinense e Treze, quando se poderia investir
mais e melhor em atividades esportivas nas escolas municipais?
Sempre se dirá que a PMCG
está incentivando o desenvolvimento econômico de Campina Grande ao patrocinar
os dois times locais. Se afirmará que nos contratos assinados existem termos
que prevêem a adoção de uma política de
incentivo à prática de esportes para jovens carentes. Também se dirá,
que a PMCG investe nos times de futebol porque seus torcedores, quase todos
eleitores nunca esqueçamos, assim o querem.
Aliás, todas as vezes
que a PMCG assina esses contratos muitos torcedores comparecem as solenidades e
tecem elogios ao prefeito por ele estar incentivando o futebol local.
Mas, vamos pensar, se
o poder público desistisse em definitivo de patrocinar Campinense e Treze eles
deixariam de existir, fechariam as portas? Será que a prioridade do poder
público é financiar times de futebol que nunca prestam contas de suas
movimentações financeiras, que sempre recebem estas “ajudas”, mas que estão sempre
em situação falimentar?
Se a PMCG quer mesmo
ajudar os times de futebol, porque não faz obras para dotar a cidade de uma
infraestrutura eficiente que a torne atrativa para times de todo o Brasil que
queiram vir aqui disputar jogos?
A PMCG quer mesmo incentivar
o futebol? Porque não melhora as vias de acesso para o ESTÁDIO AMIGÃO? Porque
não tenta dotar a cidade de um sistema de transporte público que funcione de
forma eficiente nos dias de jogos?
Eu
sou um raposeiro de quatro costados, mas não quero ver meu time recebendo
dinheiro que é fruto dos impostos que pago. Até porque eu sei bem que
raramente, ou nunca, ele presta contas de como se utiliza desse dinheiro.