Marlene Alves é filiada ao PC do B. É casada, fisioterapeuta e Reitora
da UEPB desde 2005, estando em seu segundo mandato. Como ela nunca se
candidatou a um cargo público fora da Universidade, esta é sua primeira
postulação, o TRE não disponibiliza o valor total de seus bens declarados.
Marlene é militante do PC do B desde
o começo da década de 80. E traz, como capital político, a marca dessa
fidelidade partidária. Aliás, ela é parte de uma estratégia do PC do B para
angariar mais espaços no estado da Paraíba. O partido elencou seus melhores
quadros para buscar ocupar algo em torno de 50 prefeituras paraibanas.
Marlene vem da tradição sindical. Foi
diretora e presidente da Associação dos Docentes da UEPB e é absolutamente
identificada com as lutas e conquistas neste campo. Aliás, foi a partir do
destaque que ela foi tendo como sindicalista que se abriu espaço para que ela
chegasse a ser reitora da UEPB. Inevitavelmente, em sua campanha, Marlene vai
lembrar aos eleitores de Campina Grande todos os avanços e conquistas de sua
gestão frente a administração central da UEPB.
Como é de conhecimento de todos, os
maiores avanços da UEPB aconteceram em sua gestão a exemplo da autonomia
financeira e administrativa. Sem contar que os anos de reitorado permitiram a Marlene
angariar uma vasta experiência técnico-administrativa e política. Mas, Marlene
nunca foi testada nas urnas. Nunca experimentou os embates eleitorais numa
cidade complexa como Campina Grande. Como ele se comportará nas atividades de
campanha, a exemplo dos debates televisivos, é difícil precisar. Como se sairá
quando as criticas e acusações vierem não temos como saber, vamos mesmo ter que
esperar. Sabe-se que ela discursa e argumenta bem, mas sobre determinadas
condições de temperatura e pressão que só uma campanha eleitoral possui tudo
pode acontecer.
Nesse embate entre a administração
central da UEPB e o governo do estado acerca da questão da lei da autonomia,
vimos uma Marlene bastante segurança e confiante em seus argumentos. Vimos uma
pessoa sensata e dona de suas emoções. Em momentos adversos soube portar-se
bem, manteve a calma, mesmo quando elevou o tom de sua fala.
E esse é precisamente um problema
que Mrlene deve começar a lidar. Em breve ela terá que se desincompatibilizar
do cargo de reitora da UEPB para lidar com a campanha eleitoral. Ou seja, terá
que se afastar, também, da questão da autonomia e das coisas da UEPB. Pois, ela
é, claro, candidata a prefeita de Campina Grande, não a reitora da UEPB.
Marlene terá que agir no sentido de fazer-se entender que tem uma agenda de
candidata a cumprir e que não poderá ficar saindo de sua pauta para tratar da UEPB.
No entanto, isso não será fácil. Ela
terá que manobrar com habilidade. Não poderá se distanciar de vez da UEPB,
inclusive para não perder os apoios e votos que lá têm. Mas, terá que
demonstrar para ao grande eleitorado de Campina Grande que tem propostas para a
cidade. Terá que mostrar que sabe o que fazer, por exemplo, para acabar com a
buraqueira das ruas. O eleitor de Campina Grande, aquele que não se envolve com
as coisas da UEPB, vai querer saber qual a agenda de Marlene caso ela seja
eleita prefeita.
Marlene terá que se esforçar para
fazer com que seu fiel público acadêmico entenda que ela é candidata a se
afastar da UEPB. Essa é a regra do jogo. Por fim, Marlene se apresenta como uma
espécie de terceira via. Quer que vejam sua candidatura como não aliada a
nenhum dos grupos políticos hegemônicos da Paraíba.
Mas, Marlene pode vir
a ser o fiel da balança. Pode ser que, num acirrado 2º turno, ela venha a ter o
papel de influenciar na decisão final do eleitorado e isso, convenhamos, é
muita coisa.