quinta-feira, 29 de março de 2012

ANALISANDO OS PRÉ-CANDIDATOS - MARLENE ALVES


Marlene Alves é filiada ao PC do B. É casada, fisioterapeuta e Reitora da UEPB desde 2005, estando em seu segundo mandato. Como ela nunca se candidatou a um cargo público fora da Universidade, esta é sua primeira postulação, o TRE não disponibiliza o valor total de seus bens declarados.

Marlene é militante do PC do B desde o começo da década de 80. E traz, como capital político, a marca dessa fidelidade partidária. Aliás, ela é parte de uma estratégia do PC do B para angariar mais espaços no estado da Paraíba. O partido elencou seus melhores quadros para buscar ocupar algo em torno de 50 prefeituras paraibanas.
Marlene vem da tradição sindical. Foi diretora e presidente da Associação dos Docentes da UEPB e é absolutamente identificada com as lutas e conquistas neste campo. Aliás, foi a partir do destaque que ela foi tendo como sindicalista que se abriu espaço para que ela chegasse a ser reitora da UEPB. Inevitavelmente, em sua campanha, Marlene vai lembrar aos eleitores de Campina Grande todos os avanços e conquistas de sua gestão frente a administração central da UEPB.
Como é de conhecimento de todos, os maiores avanços da UEPB aconteceram em sua gestão a exemplo da autonomia financeira e administrativa. Sem contar que os anos de reitorado permitiram a Marlene angariar uma vasta experiência técnico-administrativa e política. Mas, Marlene nunca foi testada nas urnas. Nunca experimentou os embates eleitorais numa cidade complexa como Campina Grande. Como ele se comportará nas atividades de campanha, a exemplo dos debates televisivos, é difícil precisar. Como se sairá quando as criticas e acusações vierem não temos como saber, vamos mesmo ter que esperar. Sabe-se que ela discursa e argumenta bem, mas sobre determinadas condições de temperatura e pressão que só uma campanha eleitoral possui tudo pode acontecer.
Nesse embate entre a administração central da UEPB e o governo do estado acerca da questão da lei da autonomia, vimos uma Marlene bastante segurança e confiante em seus argumentos. Vimos uma pessoa sensata e dona de suas emoções. Em momentos adversos soube portar-se bem, manteve a calma, mesmo quando elevou o tom de sua fala.
E esse é precisamente um problema que Mrlene deve começar a lidar. Em breve ela terá que se desincompatibilizar do cargo de reitora da UEPB para lidar com a campanha eleitoral. Ou seja, terá que se afastar, também, da questão da autonomia e das coisas da UEPB. Pois, ela é, claro, candidata a prefeita de Campina Grande, não a reitora da UEPB. Marlene terá que agir no sentido de fazer-se entender que tem uma agenda de candidata a cumprir e que não poderá ficar saindo de sua pauta para tratar da UEPB.
No entanto, isso não será fácil. Ela terá que manobrar com habilidade. Não poderá se distanciar de vez da UEPB, inclusive para não perder os apoios e votos que lá têm. Mas, terá que demonstrar para ao grande eleitorado de Campina Grande que tem propostas para a cidade. Terá que mostrar que sabe o que fazer, por exemplo, para acabar com a buraqueira das ruas. O eleitor de Campina Grande, aquele que não se envolve com as coisas da UEPB, vai querer saber qual a agenda de Marlene caso ela seja eleita prefeita.
Marlene terá que se esforçar para fazer com que seu fiel público acadêmico entenda que ela é candidata a se afastar da UEPB. Essa é a regra do jogo. Por fim, Marlene se apresenta como uma espécie de terceira via. Quer que vejam sua candidatura como não aliada a nenhum dos grupos políticos hegemônicos da Paraíba.
Mas, Marlene pode vir a ser o fiel da balança. Pode ser que, num acirrado 2º turno, ela venha a ter o papel de influenciar na decisão final do eleitorado e isso, convenhamos, é muita coisa.