Hoje o sonho de consumo da elite
política paraibana, em termos de disputa eleitoral, não é o cargo de governador
do Estado. Também não se fala em cargos no primeiríssimo escalão do governo
federal como não se fala em cargos eletivos de menor importância. Como já temos
um paraibano, eu falo de Agnaldo Ribeiro, ocupando o superministério das
Cidades, que não se espere outro politico da Paraíba no primeiro escalão do
governo federal. É que o raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar.
Nas articulações para 2014 os
atores políticos relevantes da Paraíba sabem que a disputa para governador do
Estado passa pelas mãos do governador Ricardo Coutinho e do senador Cássio
Cunha Lima. Ricardo Coutinho deverá se recompor para disputar sua reeleição com
chances reais de sucesso. Isso se o governador melhorar suas relações com o
mundo da política paraibano e se a primeira-dama do estado se conter diante do
teclado e das redes sociais. Sabe-se também que a situação de inelegibilidade
de Cássio Cunha Lima deverá impedi-lo de fazer movimentos bruscos. Ele deverá
manter sua aliança política com Ricardo Coutinho em que pese ambos não serem lá
o que podemos chamar de amigos.
O que se tornou atrativo para
muitos foi a única vaga em disputa para o senado federal em 2014. Uma luta
encarniçada se dará para ver quem ocupará a vaga do senador Cícero Lucena que
encerrará seu mandato em 2015. As duas outras vagas, pertencentes a Cássio
Cunha Lima e Vital Filho, só vão para a disputa em 2018. Assim, em 2014 só
teremos dois cargos majoritários em disputa na Paraíba. O de governador e o de
senador.
Como vários atores políticos de
relevo na Paraíba sabem que a disputa para o governo do Estado já está mais do
que afunilada, os olhares e desejos de consumo vão se voltar para essa valiosa
vaga no Senado Federal. O próprio Cícero Lucena já disse que é candidato a
reeleição. E não poderia ser diferente, pois além de ser um direito seu,
continuar no Senado Federal significa para Cícero a continuidade, diria
sobrevivência, de uma carreira política cheia de sobressaltos.
Aguinaldo Ribeiro
já se lançou candidato, em que pese poder ser candidato a governador. Mas, para
continuar no 1º escalão do governo federal, o ministro, que é deputado federal
licenciado, precisa passar novamente pelo crivo das urnas. É que o governo
federal busca no Congresso Nacional os políticos de maior densidade eleitoral
para compor os ministérios. Dessa forma o governo constrói sua coalizão. Assim,
para ser do governo, recomenda-se conquistar uma cadeira no Congresso.
Os deputados federais Wellington Roberto e Luiz Couto querem a vaga do
senado. É que os políticos pensam sempre ascender na carreira. Depois de ocupar
uma cadeira na Câmara Baixa por 3 ou mais mandatos, é natural que se queira ir
para a Câmara Alta. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo
Marcelo (PEN) manifestou interesse. Mais ele, assim como todos os outros,
jamais trocará o certo pelo duvidoso. É melhor uma cadeira de deputado estadual
na mão, do que uma de senador voando.
Rodrigo Soares,
secretário de articulação política de Luciano Cartaxo se escalou para se
candidatar à vaga. Mas, ele está apenas ocupando o espaço para o seu partido, o
PT. É que a essa vaga para senador entrará nos acordos políticos com um peso
incalculável. O vice-governador Rômulo Gouveia disse claramente que quer de
candidatar ao senado federal. Disse até que seu partido, o PSD, abre mão da
vaga de vice para o PSDB na chapa com Ricardo Coutinho. Não deixa de ser um bom
arranjo. Mantém-se a aliança entre PSB e PSDB abrangendo-a para o PSD. Wilson
Santiago também disse que vai para a disputa. Wilson que voltar ao Senado para
ocupar o espaço perdido para o senado Cássio Cunha Lima.
Interessante que
Rodrigo Soares, Marcelo Ricardo e Aguinaldo Ribeiro se lançaram a mesma vaga,
mas PEN, PT e PP estam construindo uma aliança visando a eleição de 2014. Dessa
forma dois desses nomes se lançaram apenas para embaralhar o jogo. O ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, segue
sendo cortejado tal qual uma virginal noiva vestida de branco. Como ele segue
sem partido, muitos o cortejam para que ele se candidate a senador. Claro,
Luciano não disse nada ainda, se é que dirá.
Ainda temos o PMDB que deverá
bancar um nome para a disputa. Além de Wilson Santiago, o ex-governador José
Maranhão é sempre uma alternativa crível para o partido. Mas, tudo dependerá
das articulações em torno da eleição para governador. O fato é que a elite
política está de olho em um cargo bastante valorizado. Quem não quer ser
senador da república por oito anos, com um super salário e status político sem
igual? O cargo de senador é o mundo perfeito dos políticos, pois requer baixo
ônus e propicia altos bônus.
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