Nós sabemos que o PMDB é o maior
e mais forte partido político da atual conjuntura. Também, pudera, acaba de
eleger Renan Calheiros presidente do Senado Federal e Henrique Alves presidente
da Câmara dos Deputados. O PMDB ocupa, também, a vice-presidência da República,
com Michel Temer, e mais cinco ministérios. É muito poder, vocês não acham?
Vejam que, dos quatro nomes que compõem a linha sucessória da presidente Dilma,
três são do PMDB.
Mas, tanto poder não impede que
os pemedebistas vivam em confrontos. Agora mesmo o partido rachou em dois
grandes pedaços por causa da condução do deputado federal pelo Rio de Janeiro,
Eduardo Cunha, a condição de líder do partido na Câmara. Aqui na Paraíba não
tem sido diferente. O PMDB local está em pé de guerra. E por quê? Por causa de
cargos, disputas eleitorais e espaços de poder - afinal, os partidos políticos
vivem mesmo em função das disputas em torno do poder político.
O PMDB controla cerca de 110
municípios paraibanos, conta com oito deputados estaduais e quatro federais,
além de um senador. Mas, amargou a derrota na eleição de 2010 para governador –
quando José Maranhão perdeu para Ricardo Coutinho. Em 2012 o PMDB perdeu nas
duas principais cidades da Paraíba. Na disputa de Campina Grande ainda foi ao
segundo turno contra seu principal rival, o PSDB; mas, em João Pessoa, o PMDB
não foi capaz de levar José Maranhão nem para o 2º turno.
Depois disso o PMDB estadual se bateu
em lutas internas pelo controle da máquina partidária. Num processo quase
autofágico, os pemedebistas passaram dias e dias discutindo quem seria seu
presidente estadual. José Maranhão se impôs e forçou seus correligionários a aceitarem seu
comando até as eleições de 2014. Mas, ele teve que fazer algumas concessões,
como aceitar que Veneziano Vital fique por aí fazendo campanha para governador.
Em João Pessoa,
Benjamim Maranhão insistiu em ser o presidente do partido. Mas, teve que
desistir. É que o deputado federal Manoel Jr. cobrou a fatura por ter sido
forçado a abdicar de sua candidatura a prefeito de João Pessoa nas eleições
passadas. Mas, porque Maranhão se bateria para ser presidente do PMDB se não
fosse para viabilizar sua candidatura em 2014? Como presidente do partido,
Maranhão tem acesso a todos os prefeitos do PMDB e em toda a Paraíba. Como
Maranhão está sem mandato eletivo, o oxigênio dos políticos, ele não poderia
estar em melhor lugar para viabilizar seus projetos eleitorais.
Maranhão vem fazendo o mais do que conhecido percurso para quem quer ser
candidato. Primeiro, ele tomou a máquina partidária do PMDB em suas mãos. Claro,
ele precisa controla-la, senão como irá pleitear ao partido a condição de
candidato a governador ou senador da República? A regra é sempre clara. Quem não
consegue controlar as engrenagens partidárias, não tem o nome aprovado em
convenção. Maranhão disse que não seria candidato e para ser convincente passou
uns dias dizendo que o candidato do PMDB a governador do Estado seria o
ex-prefeito Veneziano Vital.
Para o plano ser
perfeito, é preciso mostrar que se luta pelo partido e Maranhão passou a dizer
que o PMDB é o mais poderoso da Paraíba e que é por isso mesmo que deve indicar
a cabeça-de-chapa numa composição com o PT visando à eleição para governador da
Paraíba. Por fim, veio à demonstração de que Maranhão quer mesmo ser candidato.
Ele disse que não quer se lançar candidato de forma prematura e lembrou que
ocupa o cargo de presidente do diretório estadual do PMDB. Ou seja, Maranhão admitiu
que será candidato, apenas disse que ainda não é o momento para publicar isso.
O discurso foi bem montado.
Tem até aquela parte em que o político lança uma cortina de fumaça para tirar o
foco de si mesmo. Foi quando Maranhão
disse que só quem está trabalhando fortemente para se reeleger é o governador
Ricardo Coutinho (PSB). Maranhão já sabe que será candidato, e a que, e sabe
até quais serão seus adversários.
Mas os confrontos nas hostes do
PMDB continuam. Agora mesmo Manoel Jr e o ex-senador Wilson Santiago se
enfrentam, pois ambos estam de olho na vaga para senador que o PMDB deve vir a
dispor. Os ânimos já estam tão acirrados que os pemedebistas já chegaram à fase
dos manifestos. Manoel Jr lançou um, endereçado a Maranhão, afirmando que o
caciquismo, o nepotismo e o continuísmo devem ser extintos do partido. Claro,
se isso acontecer o PMDB deixa de existir.
Os confrontos acontecem porque o
PMDB tem muito cacique para pouco índio. Fosse o PMDB um partido versado na
democracia nada disso aconteceria. Claro, essas brigas só prejudicam o próprio
PMDB, pois cachorro de muito dono morre de fome.
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