terça-feira, 5 de março de 2013

Como foi a visita de Dilma à Paraíba?











Se o caro ouvinte quer que eu defina em apenas uma única palavra o que foi a primeira visita da presidente Dilma Rousseff à Paraíba eu direi que ela foi pitoresca. Ou seja, ela chamou atenção pela originalidade. Dilma conseguiu proezas em sua rápida passagem pela Paraíba. Ela colocou num mesmo palanque adversários políticos como o governador Ricardo Coutinho e o prefeito de João Pessoa Luciano Cartaxo. Até aí nenhuma novidade.





Inusitada, foi a inversão momentânea dos papéis. Eu explico. No plano federal, o PSDB é o partido que lidera a oposição ao governo de Dilma Rousseff. Já o PMDB governa o país junto com o PT, solidificando a base aliada. Mas, e apenas no dia de ontem, os partidos trocaram de lugar. O PSDB parecia ser um fiel aliado de Dilma e o PMDB parecia não querer se envolver na visita presidencial. Não queria ou alguém impediu que o PMDB ocupasse seu lugar governista de sempre.





Vejam que o senador Vital Fº e outras importantes lideranças do PMDB paraibano, a exemplo de José Maranhão e Veneziano Vital, foram ausências sentidas. Vital Fº se sentiu isolado e desprestigiado por não ter sido o cicerone de Dilma na Paraíba. E ele externou todo o seu desconforto através da indiferença. Sua assessoria divulgou que ele foi cumprir agenda no Rio de Janeiro, com o governador Sérgio Cabral, e a mando da própria presidente Dilma.





A agenda da visita foi controlada pelo ministro Aguinaldo Ribeiro. As mágoas da eleição de 2012 foram expostas ontem. Aguinaldo desconvidou a família Vital para se vingar. Quem disse que os políticos não são movidos, também, pela passionalidade? Dilma foi muito bem recebida pela oposição. Romero Rodrigues, do PSDB, a tratou muito bem. Deu-lhe até uma réplica do monumento aos pioneiros. Romero não se fez de rogado e pediu uma audiência com Dilma, em Brasília, para elencar seus pedidos.





Quem aproveitou a ausência para afirmar que é oposição ao governo foi o senador Cássio Cunha Lima. Enquanto Dilma andava “prá-lá-e-prá-cá”, Cassio anunciava via Twitter que estava no Estreito de Magalhães, na Patagônia, e a caminho da Antártica. Ricardo Coutinho, do PSB de Eduardo Campos, se esforçou para ser simpático com Dilma, sendo que ela tratou o governador muito bem, mesmo sabendo que ele não votará nela em 2014, a não ser que Campos desista de ser candidato a presidente da República.





Aliás, um momento constrangedor da viagem foi quando o governador discursou ao ritmo de uma sonora vaia. Pior, foi que além de ser vaiado, Ricardo Coutinho teve que ouvir aplausos demorados ao ex-prefeito Luciano Agra, seu arquirrival. Ricardo Coutinho deve estar até agora se perguntando quem foi o espírito de porco que teve a ideia de chamar Luciano Agra, que nem cargo público ocupa, para subir ao palco. O fato é que levar Luciano para o palanque de Dilma tinha alvo certo. O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, citou Luciano Agra em seu discurso. Neste momento, ele teve que dar uma pausa, pois os aplausos em homenagem ao ex-prefeito abafavam o som vindo dos alto-falantes. Cartaxo aproveitou para dar mais uma estocada em Ricardo Coutinho e se dirigiu a Agra dizendo que “pelo que percebemos a sua popularidade continua em alta”. Mais aplausos para Agra e mais vaias para o governador.




 







Dilma fazia cara de paisagem para tudo isso, pois, lógico, ela não se envolveria nas querelas da política paraibana. Pelo contrário, ela deixou claro que naquele palanque todos são bem vindos, desde que a apoiem. Dilma fez questão de pontuar que o governo “não pode e nem tem justificativa para perseguir quem não é do mesmo partido".  O que ela estava querendo dizer era: “venham a mim, estou de braços abertos, pois sou candidata à reeleição”.





Querendo se colocar como multipartidária e/ou pluripartidária, Dilma disse que “Nós podemos brigar na eleição; podemos fazer o diabo quando é a hora da eleição. Agora, quando a gente está no exercício do mandato, temos que nos respeitar”. Se me fosse dada à oportunidade eu solicitaria, com todo respeito, claro, que a Sra. Presidente da República, Dilma Rousseff, conceituasse o que ela entende por “fazer o diabo em uma eleição”.





Seria bom lembrar a nossa presidente que não é possível agradar ao diabo nas eleições e a Deus no governo pelo simples fato de que quem está na campanha eleitoral em busca da reeleição está, também, governando. O fato é que Dilma veio à Paraíba e inaugurou obras, distribuiu algumas benesses e muitos sorrisos, cumpriu os protocolos de sempre e, principalmente, lançou a pedra fundamental para seu palanque eleitoral em solo paraibano.







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