O portal WSCOM e o GRUPO 6SIGMA divulgaram
pesquisa sobre a eleição para prefeito de João Pessoa. De acordo com os dados
não dá para saber quem será o próximo prefeito de nossa capital. Mas, dá para
saber quem são os candidatos que os pessoenses não aceitam como prefeito. Eles
podem não saber o que querem, mas sabem bem o que não querem.
Na pesquisa estimulada Luciano
Cartaxo (PT) vem em 1º lugar com 21.9% das intenções de voto. Ele é seguido de
perto por Cícero Lucena (PSDB) que tem 21.3%. Em 3º lugar vem José Maranhão (PMDB) com 17.9%
e em 4º lugar, com 12%, temos Estelizabel Bezerra (PSB). Antônio Radical
(PSTU), Renan Palmeira (PSOL) e Lourdes Sarmento (PCO) pontuaram entre 0.3 e
0.5%. Eu não vou tratar deles, pois não influem e nem contribuem. É de
estranhar que Sarmento e Radical, veteranos nas eleições de João Pessoa, sigam
tendo resultados tão ruins.
A rejeição, quando
se diz em que não se quer votar, traz Luciano Cartaxo com 2.5%. Ele é o único
do G-4 com uma rejeição abaixo dos 10 pontos percentuais. Por aí, já se entende
como ele saiu do 3º para o 1º lugar.
Em Condições
Normais de Temperatura e Pressão, e faltando 17 dias para a eleição, Luciano
deverá, junto com Cícero, ir para o 2º turno. Mas, tsunamis e abalos sísmicos podem
ser raros na natureza, não em eleições. Cícero Lucena tem 17.3%
de rejeição. José Maranhão tem 16.8% e Estelizabel Bezerra tem 11.8%. Eles não
apresentam alta rejeição como alguns candidatos a prefeito de Campina Grande.
Mas, é que numa eleição tão disputada
qualquer ponto percentual em termos de rejeição pode fazer a diferença.
Maranhão e Cícero carregam, para o bem e para o mal, o peso de suas histórias
políticas. Maranhão mal disfarça que só se candidatou para incorporar ao seu
currículo o cargo de prefeito. Cícero carrega nos ombros a mácula da operação
confraria e depende cada vez mais do apoio que o senador Cássio Cunha Lima lhe
empresta.
Desde junho os dois reversavam-se
entre o 1º e 2º lugar, mas a rivalidade entre o governador Ricardo Coutinho e o
prefeito Luciano Agra influiu diretamente na eleição. Temos duas eleições em
João Pessoa. Uma, para escolher o novo prefeito e a outro para que se saiba
quem fez mais pela cidade. Uma disputa entre dois ex-aliados onde o vale-tudo
de atos e palavras é a regra.
São atores políticos relevantes,
desprezando a eleição, interessados que estam em combater o inimigo declarado.
Parecem esquecer que são cabos eleitorais privilegiados de seus candidatos. Luciano Agra vem ganhando a batalha. É nítido sua
influência para que Cartaxo chegue ao 1º lugar. Mesmo com os esforços políticos
e econômicos, Ricardo não consegue fazer sua candidata sair do 4º lugar.
Estelizabel se isolou nesta
posição. Não consegue encostar-se ao 3º colocado e só não cai mais ainda porque
os últimos decidiram que o fundo do poço e deles e ninguém tasca. E ela está no
desespero. Prometeu que fará 11 mil casas se eleita for. Não surtiu efeito.
Então, disse que as casas virão com geladeira e fogão. Não surtiu efeito. Se
ela continuar por essa linha vai prometer mais o quê? Carros na garagem?
Importa vermos a avaliação de
Agra e Coutinho, pois a disputa deles é para ver quem vai eleger seu poste,
para que usem isso como uma demonstração de força. Somados os percentuais de
bom e ótimo, Agra atinge 61.2% e Coutinho 40.3%. Na soma dos percentuais de
ruim e péssimo, o prefeito tem 12.8% e o governador 30.6%.
Ou seja, o pessoense considera
Luciano Agra bem melhor do que Ricardo Coutinho. Sem contar que Luciano
consegue fazer boa transferência para Cartaxo ao contrário do que Ricardo faz
em relação à Estelizabel. O fato é que Luciano Agra provou o erro estratégico
do PSB em não aceita-lo como candidato. Por isso, Cartaxo ganhou um padrinho
político de peso. Agra é agora a noiva que todos querem levar para o altar.
O fato é que Ricardo Coutinho
deverá sair desse processo menor do que entrou. Quando o próprio governador não
consegue levar seu poste para o 2º turno e em seu reduto eleitoral é porque alguma
coisa está muito mal.