Eu vou começar a análise da pesquisa CAMPINA
FM/GRUPO 6SIGMA pelos dados da pesquisa estimulada. Neste item, assim como em
outros, tivemos mudanças em relação ao levantamento anterior.
Em julho Romero Rodrigues era o 1º colocado com
23.9%, agora tem 37.1%, numa variação positiva de 13.2%. Este crescimento
deve-se a dois fatores que considero porque nossa cultura política é fiel a eles.
Refiro-me, a participação da família Cunha Lima na
campanha de Romero, com Ronaldo Fº não se contentando em ser o
vice-que-só-está-ali-para-compor, e Cássio Cunha Lima cumprindo a função que
dele se espera. Fato é que o guia eleitoral de Romero é melhor. Ele soube dosar
o maior tempo, equilibrando a parte festiva com a do discurso. Sem contar, que
pisada de bola mesmo só aquela do Tablet.
Romero é o que apresenta a maior variação (de 6.0%
para cima) no quesito rejeição. Em julho ele era rejeitado por 9,4%, agora são
15,4%. Isso é aceitável, mas com a maior variação, é melhor não errar mais.
Primeira mudança é o avanço de Tatiana Medeiros. Em
julho ela estava em 3º lugar com 14,8%, agora vem em 2º com 23,3%. Uma variação
positiva de 8,5%, numa prova dos esforços de Veneziano para leva-la ao 2º
turno.
O prefeito segue tendo
sua administração bem avaliada quando somamos os que a tem como ótima e boa. Em
Julho eram 45.2%, agora variou para 48.3%. Ou seja, Veneziano faz seu dever
transferindo votos para Tatiana. A questão é se a fonte secou. Se ele ainda tem
fôlego para transferir mais votos, ou se este potencial esgotou-se. Para chegar
no 2º turno em condição de virar o jogo, Tatiana precisa arrecadar seus
próprios votos.
Mas, aí ela enfrenta seu
principal gargalo que é o fato de ser a candidata com maior rejeição. Em Julho
eram 18.5% que não votariam nela. Agora são 22.6%. Ela está apenas a 4.4% do
limite da rejeição que é de 27%. Tatiana precisa estancar essa variação. Pois,
adianta pouco crescer 8.5% na pesquisa estimulada e 4.1% na rejeição. É como se
para cada dois gols que ela fizesse, sofresse um.
Daniella Ribeiro é protagonista de outra mudança
nas pesquisas. Em julho ela estava em 2º lugar com 22.3%, apenas 1.6% atrás de
Romero. Agora caiu para 3º e aparece com 16.3%. Uma variação negativa de 6
pontos. Daniella ainda sofre com a questão de sua malfadada
aliança com o PT. Perdeu seu vice-petista e adotou um que até agora não disse a
que veio. Ela perdeu muito, inclusive a justiça eleitoral proibiu que o
ex-presidente Lula aparecesse em seu programa.
No início
Daniella era uma animação só. Agora parece não ter mais forças. Além do mais,
sua campanha comete muitos erros. O guia eleitoral não empolga e suas aparições
públicas têm cada vez menos militantes. Sua estratégia deve ser redirecionada.
Daniella atira nos alvos errados. Insiste em alcançar Romero, mas não percebe
que Tatiana está à sua frente e que no 2º turno não há lugar para três
candidatos.
Mais uma mudança foi a alternância dos 4º e 5º
lugares. Em julho Guilherme Almeida aparecia em 4º com 5.9% e Arthur Bolinha,
com 1.1%, em 5º. Agora, Arthur (com 2.8%) ultrapassou Guilherme que tem 2.4%. Este crescimento de Arthur deve-se ao fato dele ter
conquista uma fatia do eleitorado que, como ele, não gosta de política. Seu
discurso técnico-administrativo encanta os que acham que é possível viver sem a
política.
Já Guilherme foi perdendo fôlego pelas dificuldades
inerentes a uma candidatura vítima de suas próprias indecisões. Refiro-me
aquelas dúvidas se sua candidatura era de oposição, situação ou independente. Guilherme
não conseguiu encontrar o ponto certo entre um mundo ideal, que queremos, e um
mundo real, que nem sempre desejamos.
Alexandre Almeida variou negativamente. Caiu de
1.5% para 1.1%. Mas isso não parece ser problema, já que sua prioridade é
elogiar o prefeito Veneziano . Sizenando perdeu quase tudo que tinha em julho.
Pudera as deficiências de sua campanha não permitem outra coisa.
Quanto a pergunta que não quer calar. Eu ainda não
consigo ver a eleição terminando no 1º turno. Para que isso acontecesse Romero
teria que capitar para si, por exemplo, todos os indecisos. Outra alternativa
seria arrancar uns três ou quatro pontos de Tatiana e de Daniella. Algo que me
parece improvável, até porque na altura do campeonato ganha muito quem perde
pouco.