sexta-feira, 22 de junho de 2012

LULA MALUFOU E O MALUF LULOU


O fato político da semana foi a “malufada” do Lula e a “lulada” do Maluf. O Macado Simão, da FOLHA/UOL, disse que “o Lula é muito esperto, achou o Maluf antes da Interpol”. Mas, vamos falar sério. Se é que dá para ficar sério com a última diabrura do Lula. Circula na internet que agora só falta Lula se aliar ao Darth Vader, o vilão da série Guerra nas Estrelas.
 


Vi depoimentos de pessoas horrorizadas. Vi políticos, pelo Twitter, indignados, se dizendo decepcionados com a política. Na imprensa, a revolta foi quase generalizada.



Certo, vamos deixar de hipocrisia. Quem, na política eleitoral partidária, nunca deu uma “malufada” básica que atire o primeiro voto ou a primeira pedra. Para quem já se juntou com Collor, com Sarney e o PMDB fisiologizado; para quem já compôs com a velhacaria da política nacional; para quem já apoiou e defendeu Severino Cavalcanti; se juntar com Paulo Maluf é mera consequência. Então, por favor, deixemos de pruridos e falsos moralismos.



Como diria cazuza, “não escondam suas crianças e nem chamem o síndico”, pois estamos falando do pragmatismo eleitoral da política brasileira. Onde tudo é possível.  Eu falo de um político (Lula) que se vê acima do bem e do mal. Que tem dois objetivos. Um, se curar da doença que lhe acometeu. Outro, impor uma derrota aos tucanos em São Paulo. Para alcançar os dois objetivos, lula não mede esforços, faz o que for preciso.



A fórmula e a mesma que ele usou com Dilma Rousseff. Pinçou alguém no governo federal, o ministro Paulo Haddad, para (partindo do nada) fazê-lo prefeito. Paulo Haddad é o novo poste de Lula. Eu desconfio que Lula se divirta com esses desafios. É como um jovem que quer bater seu recorde num jogo de vídeo game. Certo. A aliança está feita e os estragos também. Luiza Erundina disse que não conseguiria ficar ao lado de Paulo Maluf. Outros também dirão, mas vão ficar assim mesmo.



Mas, o que nos interessa é o papel que Campina Grande teve nessa aliança. Nossa cidade entrou no pacote desse acordo puramente eleitoreiro. Foi na Paraíba que a aliança entre o PT de Lula e o PP de Maluf foi primeiro celebrada. Antes de Lula e Maluf se abraçar, os irmãos Ribeiro (ambos do PP) já tinham atraído o PT. Inclusive, Enivaldo Ribeiro e seus filhos são históricos malufistas. Aguinaldo é ministro do governo petista de Dilma. Daniella deverá ter um vice do PT porque isso faz parte de um acordo maior.



Lula disse a Maluf que o PT já apoia o PP na Paraíba. Citou o exemplo de Campina Grande. Assim, Campina foi utilizada como moeda de troca. Isso mesmo! Se o PT já apoia uma candidata do PP numa cidade chamada Campina Grande, porque o PP não poderia apoiar a candidatura do PT em São Paulo? Este, meu amigos, foi o argumento de Lula para Maluf. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, o ministro Aguinaldo Ribeiro teve papel decisivo no fechamento do acordo e Lula reconheceu isso.



Tanto é que, feito o acordo, Lula pediu o celular de Maluf e ligou para Aguinaldo para agradecer a “articulação que levou ao acordo PT/PP em São Paulo”, segundo informou a Folha de São Paulo. Vejam, então, que quando o PT saiu do governo Veneziano para apoiar Daniella Ribeiro não estava expressando pequenos interesses locais. Estava praticando algo que vinha sendo gestado em nível nacional. Não que eu veja motivos para nos orgulharmos, mas o fato é que Campina Grande foi o laboratório onde o fato da semana foi ensaiado.