A semana que passou começou com o
Senador Cássio Cunha Lima admitindo que gostaria de concorrer ao governo do
Estado em 2014. Mas, ele disse, também, que a aliança com o governador Ricardo
Coutinho segue robusta. Na mesma declaração, Cássio voltou a defender que o
vice-governador Rômulo Gouveia concorra a uma cadeira do Senado Federal e que o
PSDB indique outro nome para compor a chapa que o governador Ricardo Coutinho
encabeçará na luta pela reeleição.
Para que Cássio C. Lima se torne
candidato a governador da Paraíba em 2014 duas coisas terão que,
necessariamente, acontecer. A primeira é o rompimento da tal robusta aliança
entre o PSDB de Cássio e o PSB de Ricardo Coutinho. Claro, Cássio e Ricardo não
podem se candidatar ao mesmo cargo compondo a mesma aliança política. Sem
contar que até os pombos da Praça da Bandeira sabem que Ricardo Coutinho não
vai abrir mão do direito de concorrer à reeleição.
A outra questão é que não está
claro se Cássio C. Lima é ou não inelegível em 2014. Contra ele pesa o fato de
ter sido cassado. A seu favor, Cássio carrega a mãe de todos os paradoxos -
como ele pode ser inelegível se ocupa o cargo de Senador da República? Provavelmente,
Cássio C. Lima não poderá ser candidato a governador em 2014 e Ricardo Coutinho
seguirá o curso normal da luta pela reeleição. Independente do que possam
ocasionalmente dizer e até fazer esse deve ser o caminho de ambos.
Cassio e Ricardo seguirão aliados
até o final da eleição de 2014, mas devem romper em 2015. O governador ainda
precisa do senador e a recíproca é verdadeira. Ricardo não se reelege sem os
votos de Cássio que não deve escapar da inelegibilidade no ano que vem.
O Ex-prefeito Veneziano Vital
continua viajando pela Paraíba. Não lhe resta outra coisa a fazer já que ele
não está cumprindo mandato. De passagem pela cidade de Patos, Veneziano
criticou o governo do Estado e fez promessas para não perder o hábito. O
problema é que enquanto Veneziano faz campanha por aí, se expondo
antecipadamente, outros, como o ex-governador José Maranhão, se protegem em
meio as infindáveis articulações de bastidores. Sem mandato eletivo, o oxigênio
dos políticos, o capital eleitoral de Veneziano está num nível crítico. Ele
quase não conta mais com aliados dispostos a defendê-lo de acusações sobre os
desmandos cometidos enquanto era prefeito de Campina Grande.
A novela Wilson Santiago se
resolveu. Ele saiu, ou foi convidado a sair, do PMDB e foi para o PTB. Mas, ele
segue tendo problemas, pois a preço de hoje são mínimas as garantias de que ele
terá a vaga para concorrer a uma cadeira no Senado Federal. Afinal, Cássio C.
Lima disse que Rômulo Gouveia é candidato a senador e com o apoio do
governador. Outro problema para Wilson é que ele não foi bem recebido no PTB.
Assim que se anunciou sua filiação, cerca de 500 petebistas debandaram do
partido. A situação foi vexatória. Era Wilson entrando por uma porta e os
petebistas saindo por outra. Arthur Bolinha, e vários filiados do PTB
campinense, rasgaram suas fichas de filiação. Até o presidente do partido,
Marco Procópio, foi embora.
Bolinha deve se
filiar ao partido de Ricardo Coutinho. Mas, quem diria que aquele governador
que não recebia nem aperto de mão, hoje é procurado por 9 entre 10 atores
políticos desse Estado que respira, come e bebe política eleitoral. Não se
passa uma semana sem que algum prefeito passe a apoiar o governo. Ricardo tem
sido eficiente em afastar Maranhão de prefeitos do PMDB. Se ele vai conseguir
mantê-los por perto até as eleições já são outros 50 a 100 mil reais em
projetos a se discutir.
Quem tem se mantido independente na forma e anti-governista na essência é
o PEN. Seu presidente, o deputado Ricardo Marcelo, perdeu a paciência na semana
passada com os deputados estaduais do PEN que, volta e meia, flertam com o
governo do Estado. Ricardo Marcelo bateu com a mão espalmada na mesa, disse que
vai chamar o feito à ordem e convocar uma reunião para acertar os ponteiros.
Ele reclama, e com razão, da indefinição de alguns deputados que são, também,
seus correligionários.
Talvez ajudasse se
o presidente da Assembleia Legislativa fosse mais claro sobre o posicionamento
de seu partido. Ficar em cima do muro, sem definir se é água ou óleo, contribui
para que alguns deputados sejam hora oposição, hora situação. O silêncio
tumular de José Maranhão é ensurdecedor. O ex-governador mal fala, concede
pouquíssimas entrevistas, mas não para. Presidindo o PMDB estadual ele tem a
faca e o queijo nas mãos para pavimentar o melhor caminho possível até a
eleição de 2014.
A novidade da
semana foi a criação do “Mobilização Democrática”. Lídia Moura presidirá o “MD”
que é a junção do PMN com o PPS e que já tem até lista de políticos
interessados em integrá-lo. Nada a se estranhar, afinal quem não quer andar por
aí num carro novo, digo num partido novo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário