quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A PESQUISA QUE PAUTA O DEBATE

Saiu, finalmente, uma pesquisa com intensões de voto ao governo do Estado da Paraíba. O IBOPE divulgou uma pesquisa encomendada pela TV PARAÍBA. E já não era sem tempo, pois estávamos mesmo precisando de uma pesquisa minimamente confiável. É que eu estou considerando que as últimas pesquisas foram duramente questionadas por, digamos, alguns erros de percurso. Essa é a primeira grande pesquisa que temos após o início do Guia Eleitoral no Rádio e na TV. Antes de analisar os números dessa pesquisa IBOPE, eu quero lembrar ao caro ouvinte que nós teremos, hoje a partir das 17 horas, aqui mesmo neste estúdio da CAMPINA FM que vos falo, o debate com os seis candidatos ao governo do Estado da Paraíba.

É sempre importante que os candidatos participem de um debate, com uma grande audiência, motivados pelos números de uma pesquisa eleitoral que podem trazer aquele tempero a mais que vai impedir que o debate seja sem graça, sem gosto, sem sal. Quando os seis candidatos estiverem chegando ao estúdio da Campina FM estarão, para o bem e para o mal, sugestionados pelos números da última pesquisa. A ideia é mesmo tirar os candidatos da zona de conforto. É, no bom sentido, deixa-los pilhados, atentos. Dizem que o técnico Telê Santana afixava, na entrada do vestuário dos times que treinava, reportagens onde se criticava, ou mesmo falava mal, de seus jogadores. Dizem que ele colocava essas matérias embaixo do prato ou do travesseiro de seus craques.

Segundo o mestre Telê, isso criava um efeito contrário no jogador. Ao se ver criticado, esculhambado, o sujeito entrava em campo com a faca nos dentes, corria, participava do jogo, fazia gols, i.e., buscava provar que quem o criticou estava errado. Esse era o jeito ortodoxo de Telê motivar seus jogadores. Os marqueteiros dizem que nada pode motivar mais um candidato, num debate no radio ou na TV, do que aquela pesquisa que mostra que a luta politico-eleitoral não está fácil para ninguém. A pesquisa do IBOPE tem essa conotação. Se bem lida ela pode ensinar alguma coisa e motivar os candidatos, para que busquem fazer um bom debate. O fato é que cada um dos candidatos tem lá suas dificuldades a enfrentar, independente do lugar que ocupem.


Eu não vou estabelecer uma ordem para mostrar quem tem o maior problema, pois cada candidato tem uma cruz para carregar e são eles que definem quanto de força precisam dispor para carregar essa cruz. Mas, já não é sem tempo dos políticos entenderem, de uma vez por todas, que os números não estam acima do bem e do mal. O ex-presidente Itamar Franco já dizia que: “Os números não mentem, mas os mentirosos fabricam números". A pesquisa IBOPE trouxe Cássio Cunha Lima em 1º lugar com 47% das intenções de voto, Ricardo Coutinho em 2º com 33%, Vital Filho em 3º com 4% e o Major Fábio em 5º lugar com 1% da preferência do eleitorado.


Tárcio Teixeira e Antônio Radical não chegaram a ter um ponto percentual na pesquisa. Os que disseram que pretendem anular, ou votar em branco, somam 8% e os que ainda não sabem em quem votar, i.e., os indeciso, somam 6%. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Margem de erro permite que, num reduzido espaço, a pesquisa possa cometer alguns equívocos. É por isso que se deve desconfiar de margens de erros acima de 3 pontos. É que quanto maior a margem, maiores e mais graves serão os erros da pesquisa. Vejam que se aplicarmos a margem de erro sobre os percentuais de Cássio e Ricardo teremos uma situação curiosa.


Cássio tem 47%, mas com a margem pode cair para 44% ou ir até 50%, a apenas um ponto de onde a eleição termina no 1º turno. Ricardo tem 33%, mas com a margem pode ir a 36% ou cair para 30%. Chegando a 36%, Ricardo fica a 8 pontos percentuais de Cássio, caso ele fique com os 44% da parte de baixo de sua margem de erro.  Outra coisa é que os indecisos somam 6%. Sabendo que eles tendem a terminar votando no 1º ou no 2º lugar, vemos que a eleição não está definida, pois os indecisos podem terminar, literalmente, decidindo a eleição. O fato é que deveremos ter um 2º turno, pois Ricardo, Vital e Major Fábio somam 38% contra os 47% de Cássio. O senador precisaria ganhar pelo menos 4 ponto, e seus adversários não ganhar mais, para que a eleição se resolva já no dia 07 de outubro.


O calo da rejeição persegue a todos, mas nada que se compare aos 33% de Ricardo. Cássio aparece com 23%, Vital com 22% e Major Fábio com 21%. De fato, o humor do paraibano para com seus candidatos não anda nada bom. Deve ser por isso que a eleição estadual anda tão morna, quase fria. Cássio está há 4 pontos daquele número mágico da rejeição que é de 27%. Já Ricardo a muito ultrapassou este número. Se Ricardo for reeleito, vai se tornar um case da história eleitoral brasileira como aquele que mesmo tão rejeitado conseguiu se eleger. Assim se apresenta o quadro desse momento. Vamos aguardar novas pesquisas e vamos aguardar o debate de logo mais. Tomara que possamos ter um debate movimentado e acirrado como se espera que seja.

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AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.

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