Ontem, eu
mostrei que tem se reproduzido, em quase todos os estados brasileiros, a
tendência de o partido que lidera as pesquisas locais não conseguir, ou não
quer, que seu candidato a presidente tenha bom desempenho em nível regional. Eu
citei o caso de São Paulo, onde quem lidera as pesquisa não pode pedir votos
para seu candidato a presidente da República. Eu mostrei que Geraldo Alckmin,
do PSDB, não pode pedir votos para Aécio Neves para não dessagrar seus aliados
do PSB. Em cada um dos Estados podemos ver os arranjos político-eleitorais
passando ao largo do que se montou em nível nacional. Vejamos os exemplos,
sempre lembrando que essa falta de coerência dos partidos é danosa para o
próprio sistema politico brasileiro.
Um dos melhores exemplos que encontrei foi o caso do Maranhão. Neste
Estado, Flavio Dino lidera a pesquisa, realizada pelo IBOPE, com incríveis 48% das
intenções de voto. O 2º colocado é Lobão Filho, do PMDB, com 27%. Flavio Dino é
do PC do B que apoia Dilma na eleição presidencial. Mas, o PT terminou se
aliando ao PMDB de Lobão Fº. Flavio Dino montou um condomínio eleitoral e conta
com um vice do PSDB, de Aécio, e com um candidato ao senado do PSB de Marina. No
Maranhão, Dilma lidera a pesquisa do Ibope com 60%, Marina tem 19% e Aécio tem
6%. O eleitor maranhense tem todo o direito de dizer que não está entendendo
nada, pois em condições normais de temperatura e pressão as alianças seriam
outras.
Para o eleitor, normal seria o PC do B se aliar ao PT e não ao PSDB.
Imagine a confusão. Dilma vai ao Maranhão, mas não pode receber o apoio público
do candidato que lidera as pesquisas, daí tem que subir no palanque do
candidato que deve perder a eleição. Aécio Neves vai ao Maranhão e tem que
passar pelo constrangimento de subir no palanque com o PSB de Marina Silva.
Isso é que é, literalmente, fazer campanha com o inimigo. Mas, os candidatos
não parecem se constranger com essas situações. É por isso que não dá para
exigir coerência do eleitor na hora em que ele for votar. O eleitor vê seu
candidato ao governo se aliando com um adversário do palanque nacional, conclui
que está valendo tudo e que ele pode votar de qualquer jeito.

Ele disse que “como o voto é
secreto, vou me resguardar ao direito de não dizer em que vou votar”. O
problema é que Sandoval é apoiado pelo PSDB de Aécio e pelo PSB de Marina, além
do PP, PDT e PR, todos aliados de Dilma. O problema é que qualquer passo em
falso que Sandoval der, pode implodir a mega aliança que ele mesmo costurou.
Inclusive, ele racionaliza a questão e diz que não está preocupado, pois, se
for eleito, governará com quem quer que seja eleito presidente. O que Sandoval
quis dizer foi: “eu não sou a favor e não sou contra, muito menos pelo
contrário”. Como diria o candidato a presidente da República, pelo PV, Eduardo
José: (SIC) “eu não tenho nada haver com
isso”.

Se as coisas não mudarem nos
próximos dias, Ricardo e Cássio e Dilma e Marina vão mesmo se enfrentar no 2º
turno. O PSDB já declarou apoio a Marina e que não existem chances reais de
apoiar Dilma no 2º turno. Imagine, então, o seguinte: Ricardo e Cássio, no
mesmo palanque, apoiando Marina enquanto se batem pelo Palácio da Redenção. O
caro ouvinte consegue imaginar isso? Acha possível isso? Eu não vejo como uma
situação tão tragicamente cômica e tão comicamente trágica possa acontecer. Mas,
o fato de tratarmos essas situações já diz muito do atual processo. Como diria
o ex-deputado Gilvan Freire: “a política
ficou redonda, não tem mais lados”. Do jeito que vamos teremos, no futuro,
candidatos a presidente, se enfrentando em nível nacional, e de braços dados
pelos palanques estaduais. POIS É, VIVA A FESTA DA DEMOCRACIA.
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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