Faltam doze dias para o 1º turno das eleições gerais 2014. Hoje, na Paraíba, a única
certeza que se tem é que não existem certezas. Temos uma avassaladora
imprecisão sobre se teremos ou não um 2º turno e sobre quem poderá vencer as
eleições estaduais. O que as pesquisas do final da semana passada nos mostram é
que o jogo eleitoral está aberto, indefinido e cada vez mais emocionante.
Sugiro boas doses de autocontrole aos que gostam de perder tempo e dinheiro com
apostas sobre o resultado da eleição. As pesquisas, o ruído das ruas e o humor
dos eleitores nos apontam para um 2º turno entre Cássio Cunha Lima e Ricardo
Coutinho. A diferença, em percentuais, pró-Cássio vem diminuindo de forma
constante.
Isso é algo para estranhar? Não, claro que não. A última vez que vimos uma
eleição, para governador da Paraíba, sendo definida no 1º turno, foi em 1998
quando José Maranhão foi eleito com quase 81% dos votos válidos. Em 2010, muito
se falava que Maranhão seria eleito no 1º turno já que os outros cincos
candidatos (Ricardo Coutinho, inclusive) não conseguiriam reunir mais votos do
que o 1º colocado. Mas, não foi isso que aconteceu. Naquele ano, o 1º turno
terminou com um incrível empate entre Ricardo, que teve 49.74% dos votos
válidos, e Maranhão, com 49.30%. Lembro-me de ver pessoas apostando que
Maranhão seria eleito com uma margem de 150 mil votos já no 1º turno.
O fato é que Ricardo Coutinho foi eleito no 2º turno com uma diferença de
exatos 148.833 votos. É bom não esquecer que a eleição se definiu a partir dos
votos campinenses que Cássio Cunha Lima transferiu para Ricardo Coutinho. Mas,
isso são águas passadas do tempo em que Cássio e Ricardo tinham se tornado
aliados e até amigos. Hoje, algumas coisas mudaram, mas não o bastante para que
o eleitor paraibano aceite que a eleição não seja bem concorrida até o último
minuto. Isso tanto é verdade que aquelas pesquisas, que mostravam Cássio eleito
no 1º turno, com mais de 20 pontos percentuais a frente de Ricardo, foram logo
descartadas. As pesquisas desse momento consideram de forma acertada o
acirramento do jogo.
Lógico, está havendo uma campanha que vai alterando os percentuais dos
candidatos. Mas, não esqueçamos as variáveis que, literalmente, fazem o jogo
variar numa rapidez alucinante. Para mim, a variável mais importante é sempre a
rejeição. A pesquisa do Grupo 6SIGMA, contratada pela Campina FM e pela TV
Itararé, traz dados precisos. Ao focar a atenção sobre os eleitores que dizem
ainda não saber em quem votar, para governador, vemos que o jogo está absolutamente
indefinido. Na pesquisa estimulada, Cássio vem em 1º lugar com 43.2% das
intenções de voto, Ricardo ocupa o 2º lugar com 36.1%, Vital aparece em 3º
lugar com 4.4% e o Major Fabio vem 5º lugar com 0.5%. Antônio Radical e Tárcio
Teixeira têm menos do que isso.
Os cinco candidatos reúnem 41.5%. Cássio tem, então, uma ínfima vantagem
de 1.7% para liquidar a fatura já no 1º turno. Mas, para isso teríamos que
esquecer a margem de erro da pesquisa, que é 2.95% para mais ou para menos.
Como é comum em eleições acirradas, são os indecisos que vão resolver o dilema.
O Grupo 6SIGMA aferiu que 9.1% dos eleitores ainda não sabem, não decidiram, em
quem vão votar. Sem contar os 5.5% que afirmaram votar branco ou nulo. Bastaria
que 2% desses indecisos resolvessem votar em qualquer um dos candidatos, menos
Cássio, claro, para que tivéssemos 2º turno. Como é Ricardo quem mais cresce,
na série histórica que dispomos, o 2º turno vai se fazendo cada vez mais
presente.
O IBOPE foi ainda mais incisivo em torno do 2º turno, pois trouxe Cássio com 42%, Ricardo com 37%, Vital com 4% e Major Fabio com 1%. Temos, aqui, um exato empate. Vejam que Ricardo, Vital e o Major somam os mesmo 42% de Cássio. Nesta eleição temos um fato a ser bem estudado futuramente. Eu falo da inversão das rejeições. Ricardo, que chegou a absurda rejeição de 33% do eleitorado, reagiu, e vem se recuperando. O Grupo 6SIGMA trouxe o governador com 24,5% de rejeição e Cássio com 22.6%. A surpresa ficou por conta do Ibope que aferiu Cássio o mais rejeitado com 29%, tendo Ricardo em 2º lugar com 26%. Temos aqui uma substancial alteração no jogo eleitoral, deixando tudo indefinido.
É que Cássio e Ricardo
ultrapassaram, em alguns momentos da campanha, o limite máximo esperado na
rejeição que é de 27 pontos percentuais. Sempre se poderá questionar como é
possível que os candidatos mais rejeitados liderem as pesquisas. É que quanto
mais eles se isolam na liderança do processo, mais podem ser rejeitados pelos
eleitores adversários. É uma relação de causa e efeito. Nessa fase da campanha,
o eleitor que já decidiu em quem votar tende a rejeitar seu principal
adversário. É preciso analisar os condicionantes que fizeram e fazem o jogo
eleitoral paraibano ter tantas variações. É preciso, ainda, entender mais e melhor
como os favoritos podem ser, também, os mais rejeitados. Mas, isso é assunto
para outro POLITICANDO.
AQUI É O POLITICANDO,
COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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