Ontem, eu
comecei a analisar o debate entre os seis candidatos ao governo do Estado, que
tivemos aqui mesmo na Campina FM. Hoje, eu vou continuar analisando o debate
sempre atento ao que dizem os candidatos, ou melhor, ao que eles deixam de
dizer. É que nós já bem sabemos o que eles vão dizer. Nunca ouviremos, por
exemplo, de qualquer candidato que seja, que não se pretende priorizar a
questão da segurança pública ou que não se fará obras para promover a
mobilidade urbana. Somos nós, os eleitores, que temos que atentar para as
omissões. Vejam que quando os candidatos começam com as propostas mirabolantes,
como a adoção do passe livre no transporte público para população carente, não
dizem de onde virá o dinheiro para isso.
Cássio Cunha Lima começou o debate perguntando a Antônio Radical o que ele
faria para resolver o problema da segurança pública. Embutida na pergunta veio
à acusação de que a violência nossa de cada dia é culpa do governo do Estado. Cássio
começou dando a tônica do debate. Radical pareceu comprar a ideia e atacou o
governo, falando da desmilitarização da Polícia. Aliás, porque será que os
outros candidatos não tocam nessa questão? Nem o Major Fábio fala do assunto.
Por que será? Mas, Radical não veio ao debate para fazer o jogo de quem quer
que seja. Ele afirmou que a responsabilidade pela atual onda de violência é do
governo de Ricardo Coutinho e dos que o antecederam, a exemplo de Cássio e do
PMDB de Vital Filho.
Radical disse que, se eleito, permitirá que a população decida quem vai
comandar a Polícia Militar. Mas, não disse como. Seria através de uma eleição?
Para deixar claro a que veio, ele estocou Cássio com perguntas sobre a cassação
e a nomeação de parentes. Cássio disse que, se eleito, vai não só tornar
público dados de sua gestão, para promover a transparência, como vai trabalhar
com a questão dos dados abertos dos atos da administração. Ele só não disse
como é que os dados vão ficar ou ser abertos. Ricardo disse que a Prefeitura
Municipal de Campina Grande esta promovendo uma mesquinharia ao não liberar
informações sobre o impacto ambiental nas obras no Açude de Bodocongó. Em
seguida, ele perguntou se Vital concorda com essa afirmação.
Vital foi logo criticando administração do Prefeito Romero Rodrigues para
pegar o gancho e falar das realizações do seu irmão Veneziano, que foi
prefeito, e que hoje é candidato a deputado. Mas, Vital tem seu próprio jogo. Mesmo
que faça criticas pontuais a Cássio e ataques diretos a Ricardo, seu objetivo é
outro, pois ele bem sabe que não passará de turno. A candidatura não é bem de
Vital, ela serve para atender aos propósitos do PMDB e de seus lideres, como
José Maranhão. Mas, nem por isso, Vital se furtou a lembrar de que há pouco
tempo atrás o prefeito de Campina e o Governador do Estado estavam juntos como
aliados. Ricardo deixou Vital de lado e mirou seus ataques em Cássio e no PSDB.
Ele disse que o jeito de governar do PSDB é o de não fazer nada e não
deixar que alguém faça. Daí, Ricardo lembrou que o governo não iniciou uma obra
na Rua João Suassuna, aqui em Campina, porque a prefeitura disse que ia fazer a
obra. Algum tempo depois, Cássio convidou Ricardo para irem a tal rua ver que a
prefeitura tinha começado a tal obra. Esse filme nós já assistimos. Um disse
que fez o outro disse que não e eles ficam nesse bate-boca sem fim,
improdutivo, cansativo, sem nexo. Tarsio Teixeira entrou e saiu do debate com a
mesma estratégia, muito bem realizada, diga-se de passagem. Ele afirmou todo
tempo, de formas diferentes, que “estes três senhores já governaram este Estado
e estiveram em algum momento juntos”.
Major Fabio tentou ter uma participação impactante. Num momento ele disse
que estava acontecendo um jogo de empurra-empurra entre os candidatos, que eles
discutiam para ver quem nasceu primeiro, se o ovo ou se a galinha. Major Fábio
disse que quando o assunto é segurança hídrica ou pública, educação ou saúde,
todos tem a mesma culpa. Mas, ele estava mais interessado em atacar o governo.
Ao ponto que num certo momento ele chegou a dizer algo bastante deselegante. Se
referindo a Ricardo, Major Fábio disse: “Esse sujeito que está ao meu lado
deveria estar preso”. Major Fábio também teve seu momento “eu digo que vou
fazer, mas não digo como vou fazer”. Ele sempre se refere ao seu programa
“fronteiras fechadas”.
É a ideia de fechar as fronteiras da
Paraíba para o crime. A questão é: como ele pretende fazer isso? De onde virão
os recursos para isso? E a questão legal, de um projeto como esse, como será
feita? Houve um momento pitoresco no debate. Foi quando Ricardo e Major Fabio ficaram
discutindo que tipo de comida era servido para oficiais e soldados na Polícia
Militar. Ricardo disse que os oficiais comiam peito de peru e os soldados
comiam pé de galinha. Major Fabio disse que nunca comeu peito de peru na
Polícia. Certo, esse tipo de coisa faz parte do show. Apesar de que, eles até
podiam nos poupar desse besteirol. Mas, os debates são assim: tem o momento do
filé mignon e tem o momento da carne com osso.
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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