sexta-feira, 5 de setembro de 2014

QUEM VENCEU O DEBATE? PARTE II



Ontem, eu comecei a analisar o debate entre os seis candidatos ao governo do Estado, que tivemos aqui mesmo na Campina FM. Hoje, eu vou continuar analisando o debate sempre atento ao que dizem os candidatos, ou melhor, ao que eles deixam de dizer. É que nós já bem sabemos o que eles vão dizer. Nunca ouviremos, por exemplo, de qualquer candidato que seja, que não se pretende priorizar a questão da segurança pública ou que não se fará obras para promover a mobilidade urbana. Somos nós, os eleitores, que temos que atentar para as omissões. Vejam que quando os candidatos começam com as propostas mirabolantes, como a adoção do passe livre no transporte público para população carente, não dizem de onde virá o dinheiro para isso.


Cássio Cunha Lima começou o debate perguntando a Antônio Radical o que ele faria para resolver o problema da segurança pública. Embutida na pergunta veio à acusação de que a violência nossa de cada dia é culpa do governo do Estado. Cássio começou dando a tônica do debate. Radical pareceu comprar a ideia e atacou o governo, falando da desmilitarização da Polícia. Aliás, porque será que os outros candidatos não tocam nessa questão? Nem o Major Fábio fala do assunto. Por que será? Mas, Radical não veio ao debate para fazer o jogo de quem quer que seja. Ele afirmou que a responsabilidade pela atual onda de violência é do governo de Ricardo Coutinho e dos que o antecederam, a exemplo de Cássio e do PMDB de Vital Filho.


Radical disse que, se eleito, permitirá que a população decida quem vai comandar a Polícia Militar. Mas, não disse como. Seria através de uma eleição? Para deixar claro a que veio, ele estocou Cássio com perguntas sobre a cassação e a nomeação de parentes. Cássio disse que, se eleito, vai não só tornar público dados de sua gestão, para promover a transparência, como vai trabalhar com a questão dos dados abertos dos atos da administração. Ele só não disse como é que os dados vão ficar ou ser abertos. Ricardo disse que a Prefeitura Municipal de Campina Grande esta promovendo uma mesquinharia ao não liberar informações sobre o impacto ambiental nas obras no Açude de Bodocongó. Em seguida, ele perguntou se Vital concorda com essa afirmação.


Vital foi logo criticando administração do Prefeito Romero Rodrigues para pegar o gancho e falar das realizações do seu irmão Veneziano, que foi prefeito, e que hoje é candidato a deputado. Mas, Vital tem seu próprio jogo. Mesmo que faça criticas pontuais a Cássio e ataques diretos a Ricardo, seu objetivo é outro, pois ele bem sabe que não passará de turno. A candidatura não é bem de Vital, ela serve para atender aos propósitos do PMDB e de seus lideres, como José Maranhão. Mas, nem por isso, Vital se furtou a lembrar de que há pouco tempo atrás o prefeito de Campina e o Governador do Estado estavam juntos como aliados. Ricardo deixou Vital de lado e mirou seus ataques em Cássio e no PSDB.


Ele disse que o jeito de governar do PSDB é o de não fazer nada e não deixar que alguém faça. Daí, Ricardo lembrou que o governo não iniciou uma obra na Rua João Suassuna, aqui em Campina, porque a prefeitura disse que ia fazer a obra. Algum tempo depois, Cássio convidou Ricardo para irem a tal rua ver que a prefeitura tinha começado a tal obra. Esse filme nós já assistimos. Um disse que fez o outro disse que não e eles ficam nesse bate-boca sem fim, improdutivo, cansativo, sem nexo. Tarsio Teixeira entrou e saiu do debate com a mesma estratégia, muito bem realizada, diga-se de passagem. Ele afirmou todo tempo, de formas diferentes, que “estes três senhores já governaram este Estado e estiveram em algum momento juntos”.



Major Fabio tentou ter uma participação impactante. Num momento ele disse que estava acontecendo um jogo de empurra-empurra entre os candidatos, que eles discutiam para ver quem nasceu primeiro, se o ovo ou se a galinha. Major Fábio disse que quando o assunto é segurança hídrica ou pública, educação ou saúde, todos tem a mesma culpa. Mas, ele estava mais interessado em atacar o governo. Ao ponto que num certo momento ele chegou a dizer algo bastante deselegante. Se referindo a Ricardo, Major Fábio disse: “Esse sujeito que está ao meu lado deveria estar preso”. Major Fábio também teve seu momento “eu digo que vou fazer, mas não digo como vou fazer”. Ele sempre se refere ao seu programa “fronteiras fechadas”.


É a ideia de fechar as fronteiras da Paraíba para o crime. A questão é: como ele pretende fazer isso? De onde virão os recursos para isso? E a questão legal, de um projeto como esse, como será feita? Houve um momento pitoresco no debate. Foi quando Ricardo e Major Fabio ficaram discutindo que tipo de comida era servido para oficiais e soldados na Polícia Militar. Ricardo disse que os oficiais comiam peito de peru e os soldados comiam pé de galinha. Major Fabio disse que nunca comeu peito de peru na Polícia. Certo, esse tipo de coisa faz parte do show. Apesar de que, eles até podiam nos poupar desse besteirol. Mas, os debates são assim: tem o momento do filé mignon e tem o momento da carne com osso.


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AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.

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