Há cerca de três meses eu afirmei, aqui mesmo no
POLITICANDO, que o senador Cássio Cunha Lima seria o fator das eleições
estaduais em 2014. Eu disse que ele seria o elemento que mais concorreria ou
contribuiria para o resultado da eleição. E não só isso. O senador Cássio é o
fator dessa eleição por que ele tem força e poder suficientes para executar as
articulações que visam à formação das chapas que disputaram a eleição para os
cargos de governador e vice-governador da Paraíba. Hoje, a mãe de todas as
dúvidas é se o senador Cássio Cunha Lima será ou não candidato ao governo do
Estado. Acompanha essa dúvida, o dilema se a aliança entre o PSB, do Governador
Ricardo Coutinho, e o PSDB, de Cássio, se manterá em 2014.
Essas questões pautam
as articulações da situação e da oposição. Cássio Cunha Lima realizou o sonho
de consumo dos políticos que lideram o grupo ao qual pertencem. Ele condicionou
as decisões de relevantes atores políticos a uma única decisão: a sua. Hoje o
jogo está praticamente parado. Os jogadores preferem ficar nos bastidores
discutindo estratégias. Ninguém ousa dar um passo significativo temendo ser
desautorizado pela decisão que Cassio Cunha Lima venha a tomar. Neste momento,
inclusive, importa pouco para o senador Cássio se ele será ou não candidato a
governador. Importa mesmo que ele travou a pauta das articulações políticas na
Paraíba. Importa que ele fez com que todos esperem por sua decisão.
Convenhamos, este é um
tipo de poder que pouquíssimos políticos possuem num país onde existem tantos
políticos profissionais quanto médicos, professores, advogados, jornalistas,
policiais, etc. Cássio Cunha Lima é absolutamente consciente desse poder que
possui. E ele sabe bem manusear as peças que estam a sua disposição no
tabuleiro eleitoral. Vejam que ele tem dado raras declarações e que elas são
sempre cautelosas. O senador tem evitado ser taxativo. Ele nunca diz que será
candidato a governador; mas, também, nunca nega que poderá vir a ser. Ele nunca
afirma que poderá romper a aliança com Ricardo Coutinho, mas, vez por outra,
faz criticas ao governo do Estado.
Entre outubro e novembro de 2013 ele
dizia que “só no momento próprio
discutiremos 2014”. Agora ele tem afirmando que a decisão de ser ou não
candidato não é apenas sua, que o seu partido (PSDB) vai se reunir em breve
para tomar a decisão. Cássio Cunha Lima tem dito, como todos os políticos, que
é o povo da Paraíba quem vai decidir se ele pode ou não ser candidato. Mas, nós
sabemos bem que ao povo cabe apenas decidir, nas urnas, quem será o governador.
Infelizmente, ou felizmente, o povo não decide quem pode ser candidato. Aliás,
esse tipo de decisão nem passa pela militância filiada a um partido. Cabe a um
seleto grupo a decisão, quando ela não termina restrita a vontade do líder
maior da sigla.
Vários atores do espectro político partidário da Paraíba
estam a beira de um ataque de nervos. Pois, quanto mais tempo Cássio Cunha Lima
demorar em tomar sua decisão, menos viável ficarão suas postulações e chances
de vitória. Cássio sabe tão bem disso que vai postergando sua decisão. Num dia
ele se mostra preocupado com as questões eleitorais nacionais e só fala das
articulações em torno da candidatura de Aécio Neves e de suas conversas com o
governador Eduardo Campos. Noutro dia, ele participava de um evento em uma
cidade do alto sertão da Paraíba e dá uma muito breve declaração onde às
dúvidas em torno de sua decisão só aumentam.
Claro, Cássio tem autorizado alguns poucos interlocutores a
falarem em seu nome. Uns dizem que sim, que ele será candidato. Outros negam. E
tem os que não afirmavam, mas confirmam, contribuindo para o disse-me-disse.
Interessa ver como alguns políticos e jornalistas juram de pés juntos que sabem
o caminho que o senador tomará. Os pré-candidatos a governador do Blocão vão
tentando viabilizar alguma estratégia. O PT e o PSC lançaram Nadja Palitot e
Leonardo Gadelha respectivamente. Mas, eles bem sabem de como ficarão frágeis
se Cássio dizer que é candidato.
O PMDB tem afirmado que não possui plano B, que Veneziano
será mesmo candidato a governador. Mas, aqui e acolá alguém ouve o canto da
sereia e lança ideias para o caso de termos uma eleição protagonizada por um
improvável embate entre Cássio e Ricardo. Já houve quem lançasse a ideia de o
PMDB indicar o vice numa chapa encabeçada por Cássio Cunha Lima. Ou seja, o
PSDB romperia a aliança com o PSB e comporia com o PMDB. Resta saber o que a
ex-governadora José Maranhão pensa sobre isso. O fato é que o senador Cássio
não tem pressa alguma. Por hora, não nos resta outra coisa a fazer senão ir
compondo cenários com uma e outra alternativa. Para os mais ansiosos servem as
especulações e, quem sabe, uma boa dose de maracujina.
Você tem algo a dizer sobre essa COLUNA ou quer sugerir uma pauta? gilbergues@gmail.com. AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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