Analisando o
imbróglio político entre PSB e PSDB, que redundou no rompimento do governador
Ricardo Coutinho com o senador Cássio Cunha Lima, eu afirmei, aqui no
POLITICANDO, que as indefinições eram ruins para partidos e atores políticos.
Enquanto o senador Cássio não deliberava, não se tomava uma decisão que fosse.
Havia o receio de se dar o primeiro passo. Aliás, essa era a estratégia do
PSDB. Quanto mais demorada fosse à opção, mais difícil se escolher com quem
jogar em outubro. Com o fim da frágil aliança, os políticos ficaram livres das
amarras que os impedia de tomar decisões e fazer escolhas. Agora a disposição
dos jogadores, sobre o tabuleiro eleitoral, está mais clara. Agora podemos
desenhar cenários minimamente confiáveis.
A atual conjuntura nos mostra três polos de atração político-eleitoral.
São por estes extremos, que não devem se encontrar até o final do 1º turno, que
devem gravitar os partidos e atores políticos da Paraíba. Imaginemos a figura
geométrica de um triângulo. Em cada um de seus vértices estaria um desses polos
políticos. Esse triângulo não poderia ser equilátero, ou seja, seus três lados
não podem ser iguais. Talvez, pudéssemos dizer que este triângulo é isóscele.
Ou seja, pelo menos dois de seus lados possuem a mesma medida ou o mesmo peso,
neste caso, um peso político, claro. Na verdade, nosso triângulo é do tipo
escaleno, pois as medidas, ou pesos, de seus três lados são diferentes.
No primeiro vértice de nosso triângulo político teríamos a única
postulação com real status de candidatura. Eu falo do governador Ricardo
Coutinho que vai, sim, tentar continuar no Palácio da Redenção entre 2015 e
2018. No segundo vértice de nossa figura teríamos a pré-candidatura do senador
Cássio Cunha Lima. Digo pré-candidatura, pois não bastava o fim da aliança.
Ainda precisamos ver se o dilema da inelegibilidade de Cássio se resolve até
outubro. E, ainda, existe a questão das consultas partidárias e populares que o
PSDB anda fazendo. O senador Cássio tem se irritado, com as afirmações de que a
decisão de ser candidato já estaria tomada, e de que essas consultas seriam
mera formalidade.
Se é assim, se de fato o resultado das tais consultas tem peso na decisão
do senador, então temos que esperar. Digamos que, num cenário fantástico, a
maioria dos consultados dissesse que o senador Cássio não deveria ser
candidato. O que aconteceria? O senador atenderia a opinião da maioria e não se
candidataria ao governo do Estado? O fato é que a consulta não é mera
formalidade. Na verdade, ela serve para legitimar uma decisão que, sim, já foi
tomada. Os pombos da Praça da Bandeira e da Praça dos Três Poderes, em João
Pessoa, sabem bem que o senador Cássio só tomou a decisão de romper a aliança,
e se candidatar, porque seus aliados, espalhados pelo Estado, ecoaram essa
vontade.
O terceiro polo de nosso triângulo é a pré-candidatura do ex-prefeito
Veneziano Vital. Na verdade, essa postulação é do PMDB. Dos três vértices do
triângulo este é o mais frágil, pois a postulação de Veneziano é bem mais
partidária do que pessoal. Nas articulações políticas nunca se cogita a
possibilidade de Ricardo Coutinho e Cássio Cunha Lima desistirem de suas
postulações ou pleitearem outros cargos. No caso de Veneziano Vital existe a
possibilidade dele, por exemplo, ser candidato a senador. No entanto, e a preço
de hoje, essas são as três postulações com maior capacidade de atrair partidos
e lideranças políticas. Ainda não se dispõem de pesquisas com intenção de
votos. Mas, acredito que as primeiras pesquisas devem confirmar este cenário.
O senador Vital Filho afirmou que acha “muito possível” a união, dos que
fazem oposição ao Governo do Estado, já no 1º turno. Segundo Vital, os que
apoiam Dilma, na Paraíba, entendem que é preciso uma “chapa forte, bem
representativa, já no 1º turno”. Vejam que ao falar em todos que são oposição
ao governo do Estado, o senador Vital incluiu o PSDB de Cássio Cunha Lima. Mas,
ao falar dos que apoiam a presidente Dilma, Vital termina fechando a porta para
aos tucanos. Uma possível e, admitamos, difícil aliança entre PMDB e PSDB na
eleição paraibana ficaria mesmo para um 2º turno, mas, só considerando que o
governador Ricardo Coutinho teria seu lugar assegurado numa disputa
bipolarizada de 2º turno.
Hoje, os
pequenos e médios partidos na Paraíba fazem seus cálculos na tentativa de
vislumbrarem com qual desses vértices do triângulo político eleitoral vão
maximizar seus ganhos e minimizar suas perdas. Por enquanto, este é o menu
eleitoral que temos. Mas, ainda estamos no final de março. As contas eleitorais
ainda não foram fechadas e as variáveis que citei ainda não se resolveram.
Abril pode ser o mês das definições, ou seria maio? Aguardemos...
AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA
FM.
Nenhum comentário:
Postar um comentário