sexta-feira, 9 de maio de 2014

QUEM FICA COM QUEM ATÉ OUTUBRO.


A preço de hoje as decisões centrais sobre as eleições na Paraíba já foram tomadas, pois temos nomes bem definidos para a disputa ao governo do Estado e já temos mais ou menos claro a formatação das composições partidárias. Mas, ainda falta resolver aqueles detalhes que farão a diferença durante a campanha eleitoral. São questões que vão influir diretamente no resultado das eleições, pois ninguém se candidata a um cargo majoritário dono de si mesmo, sem apoios. Os movimentos na política são como as ondas sobre a areia da praia, cada vez que elas se movem causam mudanças na areia. Como as nuvens que mudam de posição, mas são sempre nuvens no mesmo céu, a política partidária eleitoral se move e causa mudanças.

O governador Ricardo Coutinho é candidato a sua reeleição, em que pese enfrentar imensas dificuldades para compor seu arco de apoios e alianças. E não deveria, pois em condições normais de temperatura e pressão quem não gostaria de se aliar ao governo? O senador Cássio Cunha Lima é candidato ao governo pelo PSDB, em que pese o fato de ainda pairarem dúvidas sobre as possibilidades de sua inelegibilidade. O fato é que o TSE e o STF ainda vão ter que se pronunciar sobre essa problemática questão. O ex-prefeito Veneziano Vital é candidato ao governo do Estado pelo PMDB, mesmo enfrentando desconfianças sobre sua viabilidade eleitoral. Aliás, os caciques do PMDB ainda terão que explicar porque a escolha recaiu sobre Veneziano.

Porque o PMDB não lançou nomes de maior musculatura eleitoral, como o senador Vital Fº, o ex-governador José Maranhão ou mesmo o deputado federal Manoel Jr.? Porque apostar no ex-prefeito depois da derrota sofrida em Campina Grande em 2012? O deputado federal Major Fábio, do PROS, deve ser candidato ao governo, mesmo que sem maiores pretensões a não ser a de se tornar mais conhecido, aumentar seu capital eleitoral e, de seu partido, que surgiu pelos corredores parlamentares sem bases sociais. Aquela esquerda mais a esquerda deverá ter uma única candidatura. Trata-se do assistente social Tárcio Teixeira, filiado ao PSOL. Desse projeto devem participar o PSTU, o PCB e quem sabe o PCO se entender o quão inútil são suas postulações.

As alianças políticas giram em torno das tão almejadas vagas para o Senado Federal e a para vice-governador. Ricardo Coutinho precisa ampliar seu arco de alianças depois da debandada tucana de dentro de seu governo. O problema é que Ricardo não pode oferecer a possíveis aliados a vaga de senador, pois esta foi à condição para que o vice-governador Rômulo Gouveia ficasse ao seu lado e não seguisse Cássio no seu vôo rumo à oposição. Rômulo aceita se aliar com quem quer se seja, até com o PMDB, mas não abre mão da vaga para o Senado. Isso impede que Ricardo traga para perto de si partidos como o PTB de Wilson Santiago, o PP de Aguinaldo Ribeiro ou o PR de Wellington Roberto.

Como Ricardo não quer muitos pássaros voando sobre sua cabeça, terminará tendo que aceitar as condições de Rômulo Gouveia, mesmo que isso traga danos como a sensível diminuição do tempo na propaganda eleitoral no rádio e na TV. Wilson Santiago mais parece a noiva virginal cortejada até pelo padre. Cássio só pensa em compor com Wilson, pelo seu poder de arregimentar apoios, inclusive financeiros, e pela sua capilaridade eleitoral pelos rincões do alto sertão da Paraíba. Mas, no meio da reta, que pode levar Cássio até Wilson, existe uma enorme pedra chamada Cícero Lucena. Como se sabe o alvo da disputa é a cadeira que ele ocupa no senado. Seria natural que Cícero fosse o candidato do PSDB para sua reeleição?


 

Sim e não, pois essa naturalidade acaba onde começam os interesses eleitorais. O fato é que alguém deverá sobrar na curva dessa disputa. Se eu fosse o senador Cícero estaria tentando viabilizar minha eleição para outro cargo, como o de deputado federal. O PMDB não tem escolha vai ter que compor seu palanque com os problemáticos petistas da Paraíba. O PT indicou nomes para a vaga de senador, mas as lideranças do PMDB não gostaram de nenhum deles por não possuírem expressivos capitais eleitorais. Manoel Jr disse que o PMDB não aceita indicação de cacarecos. Veneziano tem que aguardar pacientemente que os petistas parem de brigar e se apresentem unidos para a eleição. Mas, é mais fácil nevar em Campina Grande do que o PT paraibano se unir.

O ex-ministro Aguinaldo Ribeiro tenta se alocar num espaço para garantir sua presença em Brasília em 2015. Ele praticamente descartou se aliar ao PMDB e cogita se unir ao PSB de Ricardo ou ao PSDB de Cássio. Resta saber o que Dilma Rousseff acha disso. Ainda temos as vagas para vice-governador, neste caso quem sobrar nas definições para o senado pode ser contemplado com esse posto. Para uns ele não passa de prêmio de consolação, para outros é a possibilidade de influir no jogo com boas cartas na mão. O fato é que as nuvens da política vão se mexendo e os cenários vão sofrendo alterações. Estamos naquela fase em que todo cuidado é pouco. Um comentário mal dito, num momento errado, pode por tudo a perder. Aguardemos as ondas da política passarem para ver o que ficará na areia eleitoral.

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AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.

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