Temos, neste momento,
dois atores políticos que se não são novos no cenário, ocupam espaços que os
tem projetado nacionalmente. Falo do Senador da República Vital do Rêgo Fº e de
Aguinaldo Ribeiro que é deputado federal e titular do Ministério das Cidades.
Sendo de um estado
pequeno da federação, com pouca influência política, os dois tornaram-se
parlamentares federais em momentos diferentes. Enquanto Vital Fº tornava-se
deputado federal, Aguinaldo era deputado estadual. Quando Vital chegou ao
senado, Aguinaldo foi eleito deputado federal. Em Condições Normais de Temperatura e Pressão - CNTP, os dois ocupariam
o baixo clero, que é o grupo de parlamentares de pouca expressão movidos por
interesses paroquiais ou pessoais. Baixo clero é uma expressão criada por Ulysses
Guimarães para definir os parlamentares que sobrevivem das sobras das disputas
do alto clero. Que vem a ser aquele seleto grupo de parlamentares que frequenta
o noticiário, por ter alto poder de agenda na relação com o governo federal,
dentre outras coisas. São os parlamentares que tem poder de influenciar na
tomada de decisão e que ocupam postos-chave no Congresso Nacional, em seus
partidos e no governo.
Contrariando a regra,
imposta aos parlamentares paraibanos, Vital Fº e Aguinaldo Ribeiro transitam
com desenvoltura pelo alto clero. Não é a toa que Aguinaldo Ribeiro tornou-se Ministro
das Cidades do governo Dilma. Um ministério que, dentre outras coisas, é gestor
de gordas fatias do PAC. Semana passada mesmo, Aguinaldo reuniu-se com cerca de
150 prefeitos da Paraíba para falar dos projetos de desenvolvimento econômico e
humano para a Paraíba. Já Vital Fº sabe bem
como projetar-se nacionalmente. Aliou-se com Renan Calheiros, uma espécie de
padrinho seu no senado, e vem ocupando cada vez mais espaços. Ao PMDB cabia
indicar o cargo de presidente da “CPMI do Cachoeira”. Calheiros convidou Vital
e ele aceitou, calculando que assim terá ainda mais projeção. Vital faz parte
de várias comissões permanentes do senado e da Corregedoria da casa. É relator
da Lei Geral da Copa na Comissão de Constituição e Justiça. Além das
audiências, participa das sessões e é o coordenador do PMDB paraibano para as
eleições. Chego a ter a impressão
que Vital se ausenta propositadamente das articulações da campanha em Campina Grande. É
como se ele estivesse mais interessado nos rumos de sua carreira solo de
político em Brasília, do que com os acontecimentos da política local. Com Aguinaldo não é
diferente, mas ele tem estado presente no processo eleitoral. No final da
semana passada esteve entre Campina e a capital comandando as articulações de
seu partido, PP, com o PT. Convenhamos, a ida de Aguinaldo para o ministério
robusteceu a candidatura de Daniella Ribeiro. Ninguém duvida que ele vai
influenciar diretamente nesta eleição. Temos dois atores com
recursos políticos de sobra para influenciar no processo eleitoral de Campina
Grande. De que forma eles vão agir ainda não está claro. Não desconsideremos,
apenas, que se as condições de temperatura e pressão ficarem anormais muita
coisa muda, inclusive a capacidade de se influenciar no jogo
político-eleitoral.