segunda-feira, 30 de abril de 2012

QUEM VENCEU O DEBATE DOS CANDIDATOS A REITOR DA UEPB?


Sábado, a equipe de jornalismo da Campina FM promoveu, com competência, diga-se de passagem, um debate entre os cinco candidatos a reitor da UEPB. Um debate importante, considerando que a eleição da UEPB tem um universo de 20 mil eleitores, entre professores, alunos e funcionários. Para que o ouvinte tenha ideia da grandiosidade desse processo, a UEPB tem mais eleitores do que algo em torno de 65% dos municípios paraibanos. A eleição da UEPB é estadual. Passa por Campina Grande, Lagoa Seca, Guarabira, Catolé do Rocha, João Pessoa, Monteiro, Patos e Araruna. Diria que é uma mini-eleição para governador. Algumas pessoas me ligaram ou mandaram e-mails para perguntar: “quem ganhou o debate?”. Eu disse a todos que não houve nem um grande vencedor e nem perdedores. E esse foi o problema do debate. Os candidatos, claro, não queriam perder. Mas, não se mostraram dispostos a vencer. Pareciam se contentar com um empate com gols. E que não se pense que eu torci pela baixaria desenfreada. Esperei um debate acalorado, com os candidatos se enfrentando no campo das diferentes ideias que, suponho, eles tenham. Temos cinco candidatos. O Prof° Rangel Jr., é o único candidato da situação, sendo apoiado pela reitora Marlene Alves e toda equipe da administração central. Os outros são, ou seriam, oposicionistas. Candidataram-se por discordarem da administração de Marlene e por terem diferentes projetos de gestão. Mas, os quatro candidatos teriam que deixar claro por que são oposição. A melhor forma de fazer isso seria inquirindo diretamente à candidatura situacionista. Conversávamos na véspera do debate, aqui mesmo nos estúdios da Campina FM, e concordávamos que seria um debate de quatro contra um. Mas, não foi isso que aconteceu. Não é que as questões não foram feitas, mas elas só aconteciam de forma pontual. Apenas em alguns poucos momentos houve um confronto direto de ideias. Rangel Jr., talvez confiante que esteja na vitória, não entrou em enfrentamentos. Utilizou a velha tática dos debates de bater preventivamente. Quando o Prof° Andrade ensaiou criticá-lo de forma mais contundente, Rangel Jr., levantou algo que Andrade teve dificuldades de responder. Andrade pareceu recuar. Nos questionamentos mais duros, a Profª Mônica se destacou. Mas, a impressão é que ela não soube definir bem seus alvos, nem organizar as informações que tinha. Ela propiciou um momento onde me pareceu que a polêmica ia rolar solta. Foi quando perguntou ao Prof° Andrade porque ele ficou contra ao PCCR docente, uma antiga aspiração dos professores da UEPB. Eu esperava que a Profª Eliana Maia inquirisse Rangel Jr., duramente. Mas ela preferiu colocar algumas questões pontuais sobre a gestão Marlene Alves. Em certos momentos Eliana e Rangel Jr., promoveram um bate-bola. Nada a estranhar, pois eles estavam juntos, na administração Marlene, até pouco tempo atrás. Pelo conhecimento que Eliana tem da UEPB, poderia ter contribuído mais na parte pedagógica do debate, levando os outros candidatos a se exporem mais. Estranha foi a participação do Profº Agassiz. Centrou-se numa política de relações internacionais para a UEPB. Parece esperar que o futuro reitor crie uma pró-reitoria nessa área. Foi de estranhar que os candidatos de oposição não aproveitassem a oportunidade para questionarem a forma como a atual gestão da UEPB lidou e lida com toda a problemática da autonomia. É a oposição que deve levantar as questões polêmicas. Ela ganha o debate quando leva a situação às cordas. Corrijam-me se eu estiver errado, mas isso não aconteceu. Quem sabe num próximo debate? É surpreendente que não tenham perguntado ao Profº Andrade se a candidatura dele é uma articulação do governador Ricardo Coutinho, já que seu vice era titular da Secretaria de Recursos Hídricos até dias atrás. O debate foi bom. Contribuiu para que saibamos quem é quem e o que deseja. Mas, ficou aquele gostinho de quero mais. E faltou o livre exercício da polêmica. Assim, ninguém ganhou, ninguém perdeu. Houve um empate com alguns gols. Mais eu ainda torço para vê-los mais ativos, mais polêmicos, menos passivos.