Diz-se que a
estatística é a arte de torturar os dados até que eles falem. Vamos “supliciar”
os dados da pesquisa do INSTITUTO 6SIGMA para prefeito de Campina Grande. Para
mim, e também pra os políticos, importa muito observar os dados sobre a
rejeição que os eleitores possam nutrir em relação aos candidatos.
A rejeição é aferida,
nas pesquisas, a partir da questão: “em
qual dos candidatos apontados você não vota em hipótese nenhuma?”. Rejeição importa mais do intenção de voto, já que na
preferência existe a possibilidade de se mudar de opinião. Preferir é diferente
de escolher em
definitivo. Preferir tem algo de incerteza. Rejeitar é
impositivo. É quando o eleitor não admite e até recusa um candidato.
Uma regra da análise é
que só tem chances reais o candidato que, durante a campanha, não ultrapassar
em momento algum os 27 pontos percentuais de rejeição. Na pesquisa eleitoral
divulgada ontem pela 6SIGMA nenhum dos candidatos esteve muito próximo ou
ultrapassou este percentual de 27 pontos. Mas, a luz de alerta deve ter
acendido para a candidata Tatiana Medeiros, pois ela ficou em 1º lugar no
índice de rejeição com 15,3%. Distante 11,7% do índice de 27 pontos.
Campanhas eleitorais
não servem apenas para diminuir rejeições, podem aumentar, dependendo da
condução da campanha, dos fatos nela gerados e do perfil do candidato.
Os concorrentes diretos
de Tatiana tiveram índices de rejeição bem abaixo. Romero Rodrigues aparece com
5,2%, Daniella Ribeiro com 4,6% e Guilherme Almeida com 5,5%. Este deve ser o
índice que cada um levará até o fim da campanha. Outra regra da análise é ter
como aceitável uma rejeição não superior aos 6 pontos percentuais. Na pesquisa
estimulada tivemos Daniella com 16,5%, Romero com 10,8%, Tatiana com 5,7%, Guilherme
com 4,6%. Aqui a tendência é a seguinte.
Daniella e Romero
consolidando suas postulações e ao que tudo indica já fazendo articulações que
apontem para um possível 2º turno. Daniella aparece bem. Tem boa taxa de
preferência e baixa rejeição. Isso serve para vitaminar suas articulações e
muita gente está mesmo querendo juntar-se a ela. Romero também se coloca bem e
traz uma vantagem. Na pesquisa, o vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia,
aparece com 12,3% das intenções de votos. Rômulo não é candidato. Seu cargo é
mais importante do que o de prefeito. Mas, ele apóia Romero. E vai transferir
algo desse percentual para Romero.
Tatiana e Guilherme têm
que melhorar seus desempenhos. Com esses percentuais não irão muito longe. Mesmo
que possam ter papel importante num 2° turno entre Daniella e Romero. Ainda
temos Fernando Carvalho, com 2,6%; Marlene Alves, com 1,5%; e Arthur Almeida
com 0,6%. Se eles pretendem levar adiante suas postulações devem agir rápido ou
serão meros coadjuvantes no processo.
É óbvio que a
campanha não começou. Que as chapas ainda não foram montadas e que vamos
esperar o guia eleitoral que redireciona as campanhas. Temos casos de
candidatos que iniciaram suas campanhas com índices baixos e seguiram firmes
até a vitória. Sem contar que o jogo só termina quando acaba.