Na semana passada o TRE desaprovou e rejeitou as
contas da campanha eleitoral de 2010 do ex-governador José Maranhão. O TRE
terminou por acatar o parecer do Ministério Público Eleitoral que apontou que a
prestação de contas de Maranhão continha “vícios gravíssimos”. Alguma novidade? Não,
trata-se de mais um político com suas contas rejeitadas pela configuração de
“caixa 2”
na campanha eleitoral. O problema é que Maranhão é pré-candidato a prefeito de João
Pessoa e recente decisão do TSE atesta que a reprovação de contas de campanha
torna o candidato inelegível. Maranhão disse que não existem possibilidades
dele não se candidatar. Fiel ao estilo de não abrir mão do que quer, afirmou
que mantém a candidatura. Mas, as coisas não são tão simples assim!
Maranhão parece
enfrentar o ocaso de sua carreira política. A derrota sofrida para Ricardo Coutinho
o fez sentir o golpe. A campanha de 2010 foi conduzida como se ele tivesse
certeza da vitória. Ele se preparou para tudo menos para perder. Nas
entrevistas após aquela eleição, Maranhão demonstrou um rancor poucas vezes
visto em um político derrotado
Ele vagou dias e dias, como se fosse um fantasma, pelos corredores do poder da Capital Federal em busca de um cargo. Tentou o 1º escalão do governo federal, Dilma disse-lhe não. Tentou o 2º escalão e a Presidente negou-lhe. Eu mesmo cheguei a ter pena da via crucis de Maranhão pelos emaranhados da burocracia brasiliense. Ele já partia para o 3º escalão, quando deve ter percebido que não ficava bem para um ex-governador e ex-senador da república mendigar por um cargo.
Ele vagou dias e dias, como se fosse um fantasma, pelos corredores do poder da Capital Federal em busca de um cargo. Tentou o 1º escalão do governo federal, Dilma disse-lhe não. Tentou o 2º escalão e a Presidente negou-lhe. Eu mesmo cheguei a ter pena da via crucis de Maranhão pelos emaranhados da burocracia brasiliense. Ele já partia para o 3º escalão, quando deve ter percebido que não ficava bem para um ex-governador e ex-senador da república mendigar por um cargo.
Então, ele veio para a Paraíba
e foi descansar em uma das onze propriedades rurais que apresentou como suas na
declaração de bens apresentada à justiça eleitoral. Quando eu, na minha
ingenuidade de analista, achava que ele havia se resignado, eis que o
ex-governador lança-se candidato a prefeito de João Pessoa. Num processo
conduzido com mão-de-ferro pelo próprio Maranhão, o PMDB decidiu lançá-lo
candidato, deixando de lado nomes como o do deputado federal Manoel Jr. E não
tem se passado um único dia em que políticos do próprio PMDB ou aliados não
deixem de pedir a Maranhão para que reconsidere sua postulação. Com a decisão
do TRE, as insatisfações reinantes tendem a aumentar. Sem contar que é comum
vermos pessoas dizerem que o tempo político de Maranhão findou.
E que não se diga que
me refiro à idade do ex-governador, em setembro ele fará 79 anos. Também não me
reporto ao fato dele ser um homem com uma situação financeira muito bem
definida. Sua declaração de bens apresentada à justiça eleitoral em 2010 dá
conta de um patrimônio de mais de 7 milhões de reais. Só que os políticos não
costumam declarar tudo que possuem. O tempo político de Maranhão passou pelas
suas ideias um tanto quanto antigas. Pelo seu jeito coronelístico de governar e
sua forma rancorosa de fazer política.
Dizem que, na África
setentrional, quando um elefante fica muito velho é afastado da manada pelos
jovens elefantes. Ele é deixado num canto, para ter seu ocaso, e a manada segue
seu caminho. Será que o inferno astral
que José Maranhão vem enfrentando significa que ele está sendo deixado de lado
pelos elefantinhos da política paraibana?