
Mas, pelo contrário, criar um
partido em terras tupiniquins é bastante fácil, custa quase nada, e pode ser um
negócio extremamente rentável. Aqui, termina sendo mais fácil criar um partido
do que constituir um empreendimento comercial. Aliás, o sonho de ter um partido
para chamar de seu é acalentado por 10 entre 10 políticos brasileiros. O caro leitor
faça uma busca rápida pelo Google e verá algo em torno de 20 listas colhendo
assinaturas para que se tente registrar mais e mais partidos. Você duvida que
seja assim? Veja que só no ano de 1997 foram registrados cinco partidos. Em
2011 foram registrados o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido da Pátria
Livre (PPL). Em 2012, o Partido Ecológico Nacional (PEN) conquistou seu lugar
ao sol. Em 2013, o Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e o Solidariedade
(SDD) tiveram o acordão de seus registros publicados.
Chegamos em 2014 com
32 partidos políticos. Se você não gosta de números pares, não tem problema,
pois muito em breve passaremos a ter 33 agremiações partidárias. Pelo andar da
carruagem, chegaremos em 2020 com algo em torno de 40 partidos. Segundo o site
do TSE, 13 partidos políticos pediram registro desde o final de 2013. O TRE amazonense
informa, por exemplo, que por lá surgiu o Partido da Transformação Nacional
(PTS), que já conta com cerca de 300 mil assinaturas.

Estam na fila do TSE, esperando
registro, o Partido Liberal Brasileiro (PLB), a Aliança Renovadora Nacional (ARENA),
o Partido Democrata Progressista (DEMPRO) e a Frente Socialista do Brasil
(FSB). Estes partidos ficaram de fora das eleições 2014 porque seus processos
ainda tramitam no TSE, mas duvido que se repita com eles o processo sofrido
pelo “REDE Sustentabilidade”. Em tempo: essa ARENA aí é aquela mesma que deu
sustentação ao governo militar, no Congresso Nacional, desde que o Ato Institucional
nº 02, de outubro de 1965, acabou com todos os partidos e criou o sistema
bipartidário. Esta ARENA está sendo recriada por um bando de saudosistas do
tempo em que o Estado prendia, torturava, matava e fazia os corpos de seus
opositores desaparecerem.
O PARTIDO NOVO se auto
adjetiva dessa forma por que quer ser uma novidade na política. Nada que vários
outros partidos não tenham tentado, mesmo que, claro, não tem conseguido, pois
eles nascem novos, defendendo ideias antigas, e praticando algo que bem
conhecemos. O PARTIDO NOVO não é contra, nem a favor, muito menos pelo
contrário. Seu presidente, João Amoêdo, diz que: “Poderia dizer que somos de esquerda porque queremos melhorar a vida
das pessoas ou que somos de direita porque cremos no livre mercado”. A
condição murista do partido se prova quando João Amoêdo diz que “somos de centro pela atuação equilibrada e
com bom senso”. Quer dizer que um partido só poder ter uma atuação
equilibrada e de bom senso se for de centro? Se ele for de esquerda ou de
direita tenderá ao desequilíbrio? O presidente do PARTIDO NOVO não deveria se
vangloriar disso, pois estas são qualidades que buscamos em todos os partidos. Aliás,
os partidos não estam fazendo mais do que a obrigação ao desenvolverem uma
atuação pautada no equilíbrio e no bom senso.

O PARTIDO NOVO diz não
querer afinidades com nenhum grupo especifico. Seu presidente afirma que a base
do partido são os valores, as ideias e os princípios. Como as agremiações são
partidas, não são inteiras, então se espera mesmo que elas sejam assim. Apenas,
falta, ainda, o NOVO divulgar quais são seus valores, princípios e ideias. A
exceção desse ideário liberalizando, o NOVO não apresenta um programa claro. O
partido fica na superficialidade quando diz que “quer ser uma opção para os que buscam mudanças e desejem trabalhar para
transformar o Brasil”. Tudo muito generalista. Ao que parece a única
novidade do NOVO está em seu nome. Em termos de ideias e discurso vemos mais do
mesmo. A torcida é para que o NOVO não se torne uma daquelas siglas de vida
fácil que se entrega por qualquer trocada ou por qualquer cargo.
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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