É através dos processos eleitorais que
damos ou não consentimento aqueles que controlam para que exerçam o poder. É
pelo voto que os cidadãos concordam que alguém controle o poder e que aceitam
as regras em vigor. A isso damos o nome de CONTRATO SOCIAL, pois são nas
democracias consolidadas que aquele que comanda é livremente eleito pelo
cidadão. Ele é legitimado para, seguindo a legalidade, exigir que o cidadão
respeite as leis. Essa é a diferença entre democracia e ditadura. Na primeira,
existe um processo, chamado eleição, que decide quem comanda. Na segunda o
comandante decide unilateralmente que vai comandar, ele não precisa da
legitimidade do comandado.
Nas democracias a
grande questão é como se deve proceder na hora de delegar poderes aos
funcionários do governo que, como se sabe, não são eleitos. Essa é a questão!
Esses funcionários vão comandar. É preciso saber quem vai comandá-los.
Teoricamente quem comanda os secretários é o governador que foi eleito, ou
seja, que ganhou legitimidade para comandar através do voto. Mas, e isso não incomum,
pode acontecer de os comandados seguirem seus próprios comandos.

Para o gestor público,
a mãe de todos os dilemas é definir os que vão compor o corpo administrativo
que pode, dentre outras coisas, delegar poderes para que se executem um sem
número de tarefas. Imaginem o tamanho da responsabilidade de quem escolhe
aqueles que vão ter postos de comando para distribuir verbas, nomear pessoas,
escolher fornecedores e fazer licitações. Quando o governador escolhe seus
secretários está, na verdade, definindo os que vão executar as tarefas
administrativas do governo. Ou seja, o comandante está escolhendo aqueles que
vão comandar. É muita responsabilidade, vocês não acham?

Se o comandado é um corrupto de marca maior é o comandante não sabe é
ruim. Se o chefe do executivo sabe que seu secretário comete atos ilícitos e
nada faz, ou apenas o demite, é grave, muito grave. Existe na administração
pública um corpo de funcionários de vários níveis, cada um com uma parcela de
poder e com a capacidade de, em graus diferentes, processar, multar, prender,
convocar, apreender bens do cidadão, enfim de exercer o poder. Cabe ao
comandante mor estabelecer como cada um dos comandados vai exercer suas fatias
de poder, do contrário a pergunta do início, quem controla aqueles que
controlam, nunca poderá ser respondida a contento.
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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